Sinf�nica de Minas Gerais recebe Cobra Coral e Z� Ibarra em show gratuito

Em maio de 2018, o grupo Cobra Coral – formado em 2010, a partir da reuni�o de Fl�vio Henrique, Mariana Nunes, Kadu Vianna e Pedro Morais – se apresentou com a Orquestra Sinf�nica de Minas Gerais (OSMG), pelo projeto Sinf�nica Pop.

Foi um concerto regido pela emo��o. Figura “estrutural” do grupo, nas palavras de Mariana, Fl�vio Henrique havia morrido apenas quatro meses antes, v�tima de complica��es da febre amarela.

Ele tinha participado da concep��o do espet�culo, o que tornou sua aus�ncia ainda mais sentida, segundo a cantora do grupo. Agora, na retomada do projeto Sinf�nica Pop, ap�s mais de dois anos de interrup��o por causa da pandemia, a Orquestra Sinf�nica recebe mais uma vez, como convidado, o Cobra Coral, contando, ainda, com a participa��o especial do cantor, compositor e multi-instrumentista Z� Ibarra. O concerto � nesta ter�a-feira (22/8), no Grande Teatro do Pal�cio das Artes, com entrada franca.

Mariana diz que, para os integrantes do grupo, essa apresenta��o � uma esp�cie de marco de retomada. Ela se recorda do sentimento que pairava durante o concerto de 2018, que foi, ali�s, a primeira e at� agora �nica experi�ncia do Cobra Coral dividindo o palco com uma orquestra.

“Foi o primeiro show depois que Fl�vio partiu e foi a primeira vez que a gente cantou com orquestra um repert�rio autoral, que a gente fez uma vida toda. Foi um dos momentos mais emocionantes da nossa hist�ria”, diz.

Ela destaca que � grande a expectativa de, passados cinco anos, reviver aquela experi�ncia, agora com outros ares. “Em 2018, est�vamos muito emocionados, mas tamb�m muito do�dos com a partida do Fl�vio, ainda perdidos, tentando entender o que seria dali para a frente, como tudo ia caminhar. Nos �ltimos cinco anos, mil coisas aconteceram, amadurecemos, nos entendemos novamente como grupo, agora um trio, sem acharmos que falta um peda�o, ent�o esse concerto marca um rein�cio”, afirma. 

O programa se completa com outros temas autorais do Cobra Coral, m�sicas do repert�rio de Z� Ibarra e de outros compositores, como Milton Nascimento e Caetano Veloso – a quem o grupo j� dedicou um projeto especial. Mariana explica que o roteiro parte daquele que foi apresentado em 2018, mas agrega novas can��es. Ela pontua que essa foi uma orienta��o da pr�pria dire��o da OSMG.

“Estruturar um concerto inteiro n�o � simples; passa, por exemplo, pela disponibilidade de arranjadores. Como j� t�nhamos uma apresenta��o inteira pronta, achamos por bem repetir algumas m�sicas, mas acrescentamos outras que entraram no nosso repert�rio”, diz, citando “Esquecimento”, de Samuel Rosa, e “Lan�a perfume”, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, entre outras.

Diretora art�stica da Funda��o Cl�vis Salgado, respons�vel pela OSMG, Claudia Malta observa que a quest�o dos arranjadores teve, com efeito, um peso na concep��o do concerto. Fred Natalino e Marcelo Ramos, que habitualmente cumprem essa fun��o nas apresenta��es do projeto Sinf�nica Pop, n�o tinham disponibilidade para aceitar trabalhar em novos arranjos. Assim, coube a T�lio Mour�o e ao paulista Paulo Galv�o dar a vestimenta orquestral para as m�sicas que entraram agora no roteiro.

“Pensamos no que funciona melhor com uma orquestra. Pegamos aquele conceito original, de 2018, e inclu�mos algumas coisas, tanto m�sicas que a gente vem trabalhando ao longo dos �ltimos tempos quanto do Z� Ibarra. No total, s�o oito arranjos novos”, comenta Mariana.

Desejo e oportunidade

Sobre a presen�a no concerto de hoje do m�sico carioca, integrante do festejado projeto Bala Desejo, ela diz que se deu por uma conjun��o de fatores. “Temos uma admira��o grande pelo Bala Desejo e pelo Z�, especialmente, e como nos foi dada a possibilidade de ter um convidado, pensamos em cham�-lo. Teve a� uma coincid�ncia. O Pedro (Morais) fez um encontro na casa dele, de m�sicos, de artistas, e o Z� acabou aparecendo, acompanhando um amigo em comum. Da� fizemos o convite”, diz.

Antes de integrar o Bala Desejo – ao lado de J�lia Mestre, Dora Morelenbaum e Lucas Nunes –, Z� Ibarra j� mantinha, com Tom Veloso – o ca�ula de Caetano – a banda D�nica. O nome do m�sico vinha reverberando desde 2019, quando foi convidado a participar da turn� “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento. Ele tamb�m participou do �ltimo show da turn� “A �ltima sess�o de m�sica”, que marcou a despedida de Bituca dos palcos.

Claudia Malta considera a possibilidade de interse��o da m�sica popular brasileira com a sonoridade orquestral muito enriquecedora, em v�rios sentidos. “Para a Orquestra, � um momento de conquista de novos p�blicos e tamb�m um momento de descontra��o, porque a maioria dos integrantes tem passagens por grupos de m�sica popular e at� por escolas de samba”, diz.

A pr�xima edi��o da Sinf�nica Pop, marcada para novembro, ser� outro “momento raro”, conforme aponta, porque, pela primeira vez, a OSMG vai dividir o palco com um sambista nato: Toninho Geraes. 

Sobre os projetos com que o Cobra Coral anda �s voltas, Mariana Nunes destaca que se relacionam com o momento de retomada. “A gente vinha num processo de se entender como trio, porque o Fl�vio era uma pessoa muito estrutural no grupo, o aglutinador, o produtor, ent�o o principal projeto agora � gravar um novo �lbum, at� porque tem um tempo que a gente n�o apresenta material autoral in�dito”, diz, aludindo a “Para cada um ser o que �”, de 2015.

Com Orquestra Sinf�nica de Minas Gerais, Cobra Coral e Z� Ibarra. Nesta ter�a-feira (22/8), �s 20h30, no Grande Teatro do Pal�cio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro, 31.3236-7400). Entrada franca. Retirada de ingressos na bilheteria local ou no site Eventim, a partir das 12h.