Como os palcos do The Town replicam a arquitetura da cidade de S�o Paulo

Quem chegar ao The Town, que come�a no dia 2 de setembro em S�o Paulo, vai se deparar, logo na entrada, com uma grande tenda que lembra uma esta��o de trem antiga, nos moldes da paulistana esta��o da Luz. Os visitantes que assistirem ao musical que rola neste palco ser�o recebidos por uma composi��o ferrovi�ria em cena. 

 

Um pouco mais adiante na �rea do festival de m�sica, idealizado pelos mesmos organizadores do Rock in Rio, a est�tica de f�brica grafitada do palco Factory � uma homenagem a S�o Paulo das ind�strias, um dos marcos fundadores da metr�pole. Nesse palco acontecem apresenta��es de hip-hop, funk e trap.

 

Seguindo o percurso, a arquitetura da Market Square, uma pra�a de alimenta��o comandada pelo chef estrelado Alex Atala, lembra o Mercado Municipal da capital paulista.

 

Os pratos ali servidos guardam rela��o com a gastronomia de bairros de S�o Paulo. A pizza de calabresa, por exemplo, � um aceno � Mooca, caracterizado pela grande quantidade de imigrantes italianos. O yakissoba remete � Liberdade, marcado pela imigra��o japonesa, e o sandu�che de pernil com vinagrete faz alus�o � regi�o central.

 

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Como se v�, n�o � preciso percorrer toda a extens�o do The Town para compreender a inten��o do festival de homenagear a sua cidade sede, uma proposta na qual a identidade visual dos palcos � a face mais vis�vel para o p�blico.

 

"Queremos fazer com que as pessoas respirem o que tem essa cidade maravilhosa, tanto na parte cultural quanto na arquitet�nica", afirma Ana Biavaschi, a diretora de cenografia, durante um passeio pelos 360 mil metros quadrados de extens�o do The Town.

 

Homenagem

A �rea � um pouco menor do que a do Rock in Rio, que tem cerca de 25 mil metros quadrados a mais. Mas isso n�o impede o The Town de ser caracterizado como o maior festival de m�sica da capital paulista.

 

Para efeitos de compara��o com os demais festivais que acontecem no Aut�dromo de Interlagos neste ano, o The Town tem cinco dias de apresenta��es, ante os tr�s do Lollpalooza, que ocorreu em mar�o, e os dois de Primavera Sound, que acontecer� em dezembro. Isso faz com que o n�mero de atra��es e a quantidade de horas de show seja impulsionado para cima.

  

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Criador do festival, Roberto Medina conta que come�ou a desenhar o evento durante a pandemia, j� pensando em algo grandioso e alinhado com a ess�ncia de S�o Paulo. A ideia, diz, sempre foi homenagear a capital paulista com o The Town, assim como quando ele inventou o Rock in Rio, em 1985, com o prop�sito de celebrar o Rio de Janeiro.

 

"S�o Paulo atrai indiv�duos que sonham, assim como n�s, que botamos de p� um festival dessa magnitude. � um ambiente multicultural, pulsante e cheio de energia", ele afirma, sobre a capital paulista.

 

Palco The One 

A diretora de cenografia destaca ainda o The One, onde se apresentam nomes como Seu Jorge, J�o e Wet Leg. O palco � composto por uma grande estrutura emoldurada por imensas paredes brancas, nas quais telas de LED em v�rios formatos aparecem como quadros.

 

Considerado o segundo palco mais importante, o The One � uma homenagem aos museus paulistanos. Ao som de projetos musicais com a cara de S�o Paulo, como o grupo de rap Racionais MC’s junto com a Orquestra Sinf�nica Heli�polis, os monitores v�o exibir trabalhos criados por artistas da capital paulista.

 

Palco Skyline 

  

Na dire��o oposta do The One est� a grande estrela do festival. � o palco Skyline, o principal. A cenografia � um conjunto de pr�dios um do lado do outro, todos com aspecto met�lico e espelhado.Um olhar atento revela a silhueta de joias da arquitetura de S�o Paulo, como os edif�cios Copan, Martinelli e It�lia, al�m do hotel Unique e o Sesc Pompeia, de Lina Bo Bardi.

 

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Foram usadas na constru��o desse palco as mesmas chapas usadas em fachadas de edif�cios, diz Biavaschi, a cen�grafa, acrescentando que elas t�m um brilho que funciona bem tanto de dia quanto de noite.

 

De acordo com Biavaschi, um desafio na hora de pensar a est�tica dos palcos � encontrar materiais que n�o percam o impacto visual, independente da luz do sol, e que possam ser reutilizados em outros festivais produzidos pela Rock World, a produtora do Rock in Rio e do The Town.

 

Na constru��o dos palcos � empregada fibra de vidro, um material que aguenta bem a chuva e as intemp�ries do clima. Depois do The Town, ele ser� armazenado em dep�sitos no Rio de Janeiro e em S�o Paulo e poder� ser repintado com a tem�tica do pr�ximo festival no qual for utilizado.

 

Palco New Dance Order 

 

A concep��o dos seis palcos do The Town, que ainda incluem o S�o Paulo Square, inspirado nos pr�dios da regi�o central, e o New Dance Order, voltado � m�sica eletr�nica, levou v�rios anos e ocupou as equipes de cria��o, engenharia e planejamento da Rock World, a produtora.

 

Nesse �nterim foi requisitada tamb�m a expertise do arquiteto Jo�o Uchoa, que trabalha h� tempos em projetos de Roberto Medina. A montagem das estruturas em S�o Paulo durou tr�s meses e envolveu 4.500 profissionais, de acordo com a organiza��o do evento.

 

A loca��o do festival, o Aut�dromo de Interlagos, na zona sul da cidade, foi outro desafio. "O terreno � todo em desn�vel, n�o � um espa�o plano, ent�o precisamos projetar pensando no espa�o", conta Biavaschi, que tem no curr�culo a cenografia de edi��es do Rock in Rio no Rio de Janeiro, em Madri, em Las Vegas e em Lisboa.

 

Ademais, para tornar mais pr�tica a chegada do p�blico ao evento, a entrada do aut�dromo foi reformada pela produ��o, de modo que se anda menos da esta��o de trem mais pr�xima do evento at� os shows, um facilitador para as 100 mil pessoas esperadas em cada um dos cinco dias.

 

THE TOWN

Quando: Dias 2, 3, 7, 9 e 10 de setembro, a partir das 14h

Onde: Aut�dromo de Interlagos - av. Sen. Teot�nio Vilela, 261, S�o Paulo

Pre�o: R$ 815, � venta em https://thetown.com.br/pt/. Entradas esgotadas para os dias 3, 9 e 10