Taylor Swift

Taylor Swift arrisca frases em espanhol em sua temporada mexicana

Michael Tran/AFP


Dezenas de milhares de mexicanos, mulheres em sua grande maioria, vibraram com o primeiro show da estrela pop Taylor Swift na Cidade do M�xico, na quinta-feira (24/8), parte da turn� latino-americana que tamb�m a levar� � Argentina e ao Brasil.
 
De vestidos de lantejoulas e chap�us rosa, vermelhos e dourados, usando colares com nomes de m�sicas, as f�s diziam estar euf�ricas ap�s as dificuldades para conseguir ingressos para o show da “The eras tour”.

“Como ela motiva outras mulheres!”, disse Mar�a Jos� Aceves, de 19 anos, antes de entrar no Foro Sol. A jovem viajou de Guadalajara at� a capital, a 500km da Cidade do M�xico, para ver Taylor, que arriscou frases em espanhol no palco e empolgou o p�blico com “Cruel summer”.

Apesar da situa��o econ�mica prec�ria, muitos f�s assumiram o alto custo dos ingressos e n�o se conformaram com problemas nas vendas, motivo de den�ncias em v�rios pa�ses.

“Somos o quinto pa�s que mais ouve a m�sica dela no mundo. Ent�o, acho importante para os f�s mexicanos t�-la aqui no pa�s”, comentou Valeria Chaires, de 33. Ele viajou de Saltillo, no estado de Coahuila, na fronteira com os Estados Unidos, at� a Cidade do M�xico.
 
Fãs usam coleiras com o nome da estrela

F�s mexicanos usam coleiras com o nome da estrela

Rodrigo Oropeza/AFP
 

No lugar de Jesus

Imagens religiosas com o rosto de Taylor Swift, em vez da face de Jesus, enormes p�steres da estrela, canecas e roupas foram alguns dos itens vendidos no entorno do Foro Sol, com capacidade para 65 mil pessoas.

A Am�rica Latina aguarda a estrela com entusiasmo, mas tamb�m com sacrif�cio. No Rio de Janeiro, o DJ Renan Rodrigues, de 24, acampou v�rias noites em frente � bilheteria do est�dio Nilton Santos, onde Swift desembarca  em 18 de novembro, seguindo para S�o Paulo, nos dias 24 a 26.

Conhecido por tocar nas festas dos “swifties” (apelido dos f�s), o DJ conseguiu ingressos para os shows cariocas, mas tomou garrafada na cabe�a ao resistir a um assalto durante a espera na fila.
 
“Queriam levar meu celular, que tinha o cart�o da pr�-venda dentro da capa”, contou. “Na hora, s� pensei: n�o v�o levar meu cart�o!”, relatou Rodrigues, que sofreu ferimentos leves.

Os ingressos brasileiros custaram entre R$ 190 e R$ 1.050. No M�xico, os f�s pagaram mais: de US$ 55 a US$ 614 (de R$ 275 a R$ 3.060).
 

Ingrid Cruz, fundadora do f�-clube oficial mexicano, lamenta que o M�xico tenha os ingressos mais caros da regi�o, pois acredita que se priorizou a venda de pacotes VIP antes dos ingressos comuns.

O pacote mais caro no M�xico custa US$ 959 (R$ 4.780), contra US$ 613 (R$ 3.055) na Argentina. “Foi muito abuso”, reclama.
 
Acampamento de fãs na porta do estádio do River Plate, em Buenos Aires

Acampamento de f�s de Taylor Swift na porta do est�dio do River Plate, em Buenos Aires

AFP
 

Ticketmaster na mira dos f�s

Consumidores denunciaram problemas na plataforma de vendas americana Ticketmaster, que opera no M�xico como parte do poderoso grupo CIE, concentrando quase 65% do mercado local de espet�culos ao vivo.

“Swifties” questionaram o sistema de pr�-venda para os quatros shows na Cidade do M�xico, onde a temporada come�ou na quinta-feira (24/8) e vai at� este domingo (27/8), baseado no registro pr�vio de “f�s verificados” por e-mail.

Joel Aguilar, criador da Taylor Swift MX, fanpage com 20 mil seguidores de 20 pa�ses, nunca recebeu o link exclusivo para comprar os ingressos.

“Nenhum dos e-mails foi selecionado”, conta o jovem de 26 anos, cujos familiares e amigos se registraram para ajud�-lo. Ele conseguiu entrada apenas para a �ltima fila.

Denisse Castro, de 26 anos, desempregada h� seis meses, fez malabarismos para forjar um hist�rico de cr�dito para obter o cart�o do banco patrocinador do show.

Para sua infelicidade, o banco restringiu a venda dos ingressos. “Foi horr�vel”, lamenta Denisse, que acabou adquirindo entradas mais baratas.
 
 

A Ticketmaster enfrenta a��o coletiva na Procuradoria do Consumidor mexicana devido a reclama��es de consumidores entre 2020 e 2022, incluindo o caos devido a ingressos falsos para um show do porto-riquenho Bad Bunny em dezembro passado.

Press�o da Casa Branca e de Robert Smith

Pressionada pela Casa Branca, a empresa aceitou, em junho, tornar seus custos nos Estados Unidos transparentes. Recebeu reclama��es contundentes de artistas como Robert Smith, l�der do The Cure, sobre  taxas excessivas cobradas.

As den�ncias no M�xico incluem clonagem de ingressos, demora em reembolsos e a falta de mecanismos de concilia��o com os clientes. A Ticketmaster n�o respondeu os pedidos da AFP para comentar o processo.

No entanto, a empresa lan�ou h� uma semana novo ingresso digital que evitaria falsifica��es mediante c�digos de barras, em substitui��o aos ingressos impressos, al�m de um  “bot�o de ajuda” para clientes.

Enquanto isso, na Argentina, grupo de f�s montou  acampamento em junho do lado de fora do est�dio do River Plate, cinco meses antes do show, para poder ficar perto do palco.
 
“Vai ser um fervor total”, diz Iara Palavencino, acampada no local. “Dou a vida pela Taylor.”