J�lia Branco ressurge solar e alegre em 'Baby blue', com show neste domingo
Cantora lan�a o segundo �lbum hoje (27/8), no Centro Cultural Unimed-BH. Can��es remetem �s transforma��es vividas diante da pandemia e da chegada da filha
J�lia Branco gravou can��o in�dita de Arnaldo Antunes e releitura de "Lost in paradise", de Caetano Veloso
Sillas HO2/divulga��o
'Estou com 37 anos, sinto que minha gera��o � a �ltima que viveu o mundo anal�gico. Mas, ao mesmo tempo, somos ultradigitais. Por isso, acho que a gente carrega uma nostalgia constante'
Julia Branco, cantora e compositora
O segundo �lbum da cantora mineira J�lia Branco tem produ��o de Ana Frango El�trico, releitura de m�sica de Caetano Veloso e in�dita de Arnaldo Antunes. “Baby blue” chega �s plataformas cinco anos depois do elogiado “Soltar os cavalos”.
A primeira faixa, “In/to Cora”, entrega um dos temas presentes no disco: a maternidade. M�e de primeira viagem, J�lia concilia a carreira e os cuidados com Cora, prestes a completar 2 anos.
Boa parte das 10 faixas foi composta no per�odo mais intenso da pandemia. Gr�vida, ela refletia sobre as intensas transforma��es geradas tanto pela maternidade e quanto pela crise sanit�ria. “Essas duas coisas me afetaram muito. Falo que a maternidade � tema do disco, mas o grande tema � o tempo”, diz.
Inicialmente, o projeto teria a produ��o de Chico Neves, amigo de longa data e produtor do disco de estreia da mineira. Devido �s dificuldades em conciliar hor�rios naqueles tempos pand�micos, os dois decidiram por outra pessoa. Ana Frango El�trico trouxe as refer�ncias de seu som indie e experimental.
“Admiro o trabalho da Ana h� bastante tempo, sempre tive vontade de trabalhar com ela. Convidei e ela supertopou”, diz a cantora.
Entre amigos
Ana veio para BH e se hospedou na casa de J�lia. Chico Neves tamb�m colaborou, pois o �lbum foi gravado em seu est�dio, em Macacos, Nova Lima. A cantora diz que este trabalho �, ao mesmo tempo, nost�lgico e futurista.
“Estou com 37 anos, sinto que minha gera��o � a �ltima que viveu o mundo anal�gico. Mas, ao mesmo tempo, somos ultradigitais. Por isso, acho que a gente carrega uma nostalgia constante”, comenta J�lia Branco.
O �lbum foi batizado com o t�tulo de uma das faixas. Ela diz que at� tentou fugir para outras cores. “Mas o azul me persegue”, brinca.
“O disco tem sonoridade mais solar e alegre, mas as letras t�m densidade e um pouco da ambival�ncia constante entre melancolia e alegria. Gosto muito do t�tulo, porque de alguma forma ele traz tudo isso”, comenta.
Tudo come�ou na inf�ncia, quando sua m�e, L�cia Castello Branco, escreveu para ela o livro “J�lia toda azul”. “Baby blue” tamb�m remete ao p�s-parto, quando a queda hormonal faz os sentimentos oscilarem. “O corpo fica meio fora de si”, revela.
Al�m disso, o blues foi refer�ncia sonora. E o azul remete aos olhos da pequena Cora. “S�o muitos signos interessantes”, diz a artista.
Refer�ncias harm�nicas vieram de Marvin Gaye e dos tropicalistas Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso.
“As harmonias fizeram o disco chegar em outro lugar. Queria que ele soasse menos l�mpido, ent�o trouxemos mais ru�dos e a voz um pouco mais velada”, comenta.
'Estou muito feliz com este show. Depois que o mundo come�ou a se abrir para os eventos, entrei em outra quarentena, com o nascimento da minha filha. Tem muito tempo que n�o volto para o palco'
Julia Branco, cantora e compositora
Pop elegante
Pela primeira vez ao lado de banda completa, J�lia descreve o novo trabalho como “pop elegante”. “Queria que as pessoas ouvissem o disco e se sentissem bem. Foi t�o duro o que a gente viveu, ent�o quis um som que as pessoas colocassem para ouvir sentindo uma coisa gostosa, a nostalgia boa de coisas que a gente j� ouviu”.
Arnaldo Antunes mandou a in�dita “Infinito”. A amizade dos dois come�ou em 2015, quando a antiga banda de J�lia, Todos os Caetanos do Mundo, lan�ou faixa em parceria com o ex-Tit�. Ela tamb�m apresenta a releitura de “Lost in paradise”, de Caetano Veloso.
“Arnaldo � imensa refer�ncia, amigo muito querido. Escrevi para ele falando do momento que eu estava vivendo e pedi uma can��o. Ele mandou cinco muito lindas, mas esta tinha tudo a ver com o que eu queria dizer sobre o vaiv�m da vida. � uma poesia muito linda, foi um present�o.”
J�lia sobe ao palco do Centro Cultural Unimed BH Minas, neste domingo (27/8), para lan�ar “Baby blue”. Estar� acompanhada por Yuri Velasco (bateria), Lucas Ferrari (teclado), Luiza Rosa (teclado e voz) e Pedro Fonseca (baixo).
“Estou muito feliz com este show. Depois que o mundo come�ou a se abrir para os eventos, entrei em outra quarentena, com o nascimento da minha filha. Tem muito tempo que n�o volto para o palco. Vou chegar carregada da energia do encontro e do retorno”, conclui J�lia.
“BABY BLUE”
Lan�amento do disco de J�lia Branco. Neste domingo (27/8), �s 19h, no Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), � venda na bilheteria e no site Eventim.
* Estagi�ria sob supervis�o da editora-assistente �ngela Faria
*Para comentar, fa�a seu login ou assine