cena do filme 'O porteiro'

Rosivalda (Cacau Prot�sio) � a zeladora e melhor amiga de Waldisney (Alexandre Lino), o porteiro paraibano da com�dia em cartaz nos cinemas

Laura Campanella/divulga��o

Waldisney � o porteiro do pr�dio mais ca�tico do Rio de Janeiro. � ele quem toma conta da portaria e, no geral, de todas as confus�es que acontecem no condom�nio. Esse � o ponto de partida da com�dia nacional “O porteiro”, da Imagem Filmes, que estreia nesta quinta (31/8), nos cinemas.

Estrelado por Alexandre Lino e inspirado na pe�a hom�nima, sucesso dos teatros h� seis anos, o filme conta a hist�ria de Waldisney, nordestino radicado na capital fluminense, que tem como sonho ver todas as suas filhas na faculdade.

“� uma dramaturgia que vem do real, de hist�rias que n�s ouvimos dos porteiros. O Waldisney � uma figura de muita empatia, educa��o, pureza e at� mesmo humildade, e isso cativa muito as pessoas. No teatro, ningu�m nunca disse n�o para as suas brincadeiras”, afirma Alexandre.

Casado com a temperamental Laurizete (Daniela Fontan), o porteiro � o “faz tudo”. Ele � respons�vel por atender o interfone e at� mesmo dar rem�dio aos cachorros dos moradores – em troca de um peda�o de bolo, � claro.
 
 

Traficante

Na trama, tudo muda quando Waldisney � acusado de roubar e traficar drogas para dentro do pr�dio, o que pega todos de surpresa, at� ele mesmo. Na delegacia, o personagem de Lino conversa com o Delegado (Maur�cio Manfrini) e relembra, com muito humor, os acontecimentos que o levaram at� ali.

De volta ao in�cio do dia, Waldisney revive as conversas com Rosivalda (Cacau Prot�sio), a zeladora e, acima de tudo, sua melhor amiga. A personagem, divertida e namoradeira, � quem o ajuda a se safar dos problemas causados pelo novo s�ndico, Astolfo (Bruno Ferrari), que nem mesmo mora no pr�dio.

O novo administrador do condom�nio � impessoal e autorit�rio, e pro�be o nordestino de sair da portaria. Waldisney, por outro lado, mant�m uma rela��o de confian�a com os moradores, que o ligam constantemente para visitas aos apartamentos.

Al�m de lidar com os desentendimentos dos cond�minos, o porteiro tamb�m enfrenta a personalidade explosiva de sua esposa Laurizete, que mant�m rivalidade at� mesmo com as crian�as do pr�dio.

Ciumenta, a nordestina se irrita com Dona Aline (Aline Campos), a bonita estudante de psicologia, que convida Waldisney para ser “cobaia” de sua tese de gradua��o. A jovem, estressada com o fim da faculdade, lida com outro problema no seu andar: o cheiro de maconha que vem do apartamento vizinho e deixa seu cachorro inebriado.

Maconheira

Ao lado da psic�loga vive Dona Alzira, uma senhora divertida, que fuma maconha, interpretada pela veterana Suely Campos. A trama se desenrola com muito humor e sil�ncios, longos e constrangedores, que involuntariamente causam risadas a quem assiste.

 

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O paralelo entre filme e pe�a chega nos minutos finais da hist�ria, quando acontece uma reuni�o de condom�nio e o s�ndico n�o aparece. Waldisney quem assume o papel de mediador. Dividido entre guiar a reuni�o ou ficar na portaria, como orienta Astolfo, o porteiro se v� metido em uma situa��o nada agrad�vel, que d� lugar ao cl�max da trama.

Um assaltante entra no condom�nio com seus capangas ao sequestrar duas jovens moradoras – Amanda (Raissa Chaddad) e Sofia (Duda Barata). A reuni�o continua, agora com a presen�a do bandido, que hostiliza o porteiro para que haja normalmente, enquanto os outros homens roubam os apartamentos.

Dobradinha

Paulo Fontenelle assina a dire��o das duas produ��es e tamb�m os textos ao lado de Lino. Ao acompanhar as sess�es de teatro, ele enxergou a oportunidade de migrar o roteiro para as telonas e, para isso, recorreu �s intera��es assistidas.

 

“O Paulo escreveu o roteiro pensando nas in�meras personalidades que os moradores do pr�dio j� tiveram. A personagem da Suely Franco (Dona Alzira), por exemplo, existe na pe�a. No filme, ela mal fala, mas continua muito engra�ada”, afirma o ator.


Na hora de escolher os int�rpretes, os dois recorreram aos amigos de longa data, o que tornou “as grava��es pessoais e muito divertidas”, afirma o ator.

“O pessoal chamava o set de festa do Lino”, conta. Amigo de Daniela Fontan h� 25 anos, o ator diz que n�o poderia deixar de convid�-la para o filme. “A Dani representa muito a for�a das mulheres nordestinas. N�s brincamos que a explos�o dela � uma manifesta��o at� mesmo afetuosa de cuidar de quem ama e dizer ‘olha eu vou te botar na linha, voc� n�o vai vacilar comigo de jeito nenhum. Eu t� contigo’. Ela faz isso com o Waldisney, na trama, e comigo na vida real”, afirma o artista.

Com Cacau Prot�sio n�o foi diferente. Eles se conheceram em 2012, quando atuaram na pe�a “Dom�sticas”, de Renata Melo. Em 2015, a artista se casou com Janderson Pires que, coincidentemente, era o fot�grafo de “O porteiro”. Assim, a amizade entre Lino e Cacau se fortaleceu. “A Cacau foi a primeira pessoa que convidei para o filme. Ela faz a zeladora e a melhor amiga do porteiro, que � quem o salva nos momentos que ele mais precisa. Isso � muito legal, porque nossa amizade � assim tamb�m”, diz o ator.

Paulo Gustavo

“Uma feliz coincid�ncia”. � assim que Alexandre Lino se refere � fala de Rosivalda, que, no in�cio do filme, cita o nome de Dona Herm�nia, a ic�nica personagem de  Paulo Gustavo (1978-2021), na trilogia “Minha m�e � uma pe�a'”.
 
“Eu me senti motivado quando vi o sucesso (da trilogia).  Ele criou um movimento encorajador de levar os textos para o cinema”, diz Alexandre.

“O PORTEIRO”

Brasil, 2023. 107 minutos. Dire��o de Paulo Fontenelle. Estreia nesta quinta-feira (31/8), nas salas do UNA Cine Belas Artes e das redes Cinemark, Cineart, Cinesercla e Cin�polis.

* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Tet� Monteiro