Emma Stone vira Frankenstein feminista que adora sexo em 'Pobres criaturas'
Atriz protagoniza a com�dia do diretor grego Yorgos Lanthimos que chamou a aten��o em Veneza, mas n�o foi ao festival italiano porque est� em greve
Emma Stone e Mark Ruffalo interpretam amantes em "Pobres criaturas"
Film4/reprodu��o
A atriz americana Emma Stone provocou gargalhadas, ontem (1º de setembro), no Festival de Veneza, com sua interpreta��o extrovertida de uma Frankenstein vers�o feminina e feminista em "Pobres criaturas", a �ltima provoca��o do diretor Yorgos Lanthimos.
Um exc�ntrico cirurgi�o (Willem Dafoe), em uma Londres do s�culo 19 e imagin�ria, pesca o cad�ver de uma gr�vida que se afogou e consegue substituir, com sucesso, o c�rebro da m�e pelo do beb� que ela carregava em seu ventre.
O que acontece a partir da� � uma com�dia �cida e desenfreada, de enredos basicamente sexuais, nas m�os de uma Emma Stone que parece n�o temer nada e nem ningu�m, j� que � uma rec�m-nascida no corpo de uma jovem e bela mulher.
Sexo expl�cito
O filme cont�m muitas cenas de sexo expl�cito protagonizadas por Stone, principalmente (ainda que n�o exclusivamente) com o ator Mark Ruffalo, seu sofrido amante, que acaba ficando louco.
"Era muito importante para mim n�o fazer um filme moralista, porque teria sido uma completa trai��o ao romance e ao personagem principal", explicou Yorgos Lanthimos, em coletiva de imprensa. O diretor grego tamb�m assina "O lagosta" e "A favorita".
Adaptada do romance hom�nimo de Alasdair Gray, publicado em 1992, "Pobres criaturas" � um longa barroco visualmente, com cen�rios suntuosos que reproduzem livremente v�rias capitais no final do s�culo 19 (Londres, Paris, Atenas), durante o p�riplo enlouquecido dos protagonistas por metade da Europa.
Lanthimos � um diretor que forjou uma reputa��o de criador independente, e esta � a sua segunda estreia com Emma Stone, que n�o p�de ir a Veneza por causa da greve de atores nos Estados Unidos.
"Era muito importante para mim n�o fazer um filme moralista, porque teria sido uma completa trai��o ao romance e ao personagem principal"
Yorgos Lanthimos, diretor
Romance g�tico
Todo o peso do filme recai sobre os ombros da atriz. "� uma pena que Emma n�o possa estar aqui conosco para explicar a constru��o do personagem”, afirmou o diretor. O projeto foi gestado por anos, revelou.
Emma Stone, que foi sucesso de cr�ticas em "A favorita" (do pr�prio Lanthimos), e ganhou o Oscar por "La La Land: Cantando esta��es" em 2017, mostrou-se entusiasmada desde o in�cio, explicou o cineasta.
"Emma (Stone) tinha que se sentir completamente desinibida em rela��o � sua nudez, e ela entendeu perfeitamente isso", disse o diretor.
Os acenos aos romances g�ticos, especialmente o cl�ssico "Frankenstein", de Mary Shelley, s�o constantes no filme, come�ando pelo pr�prio cirurgi�o interpretado por Willem Dafoe, cujo rosto desfigurado faz lembrar o do m�tico monstro.
O grego Lanthimos � um diretor que gosta de deformar a realidade, com o uso abundante da lente grande angular, al�m de cenografia e figurino espetaculares.
"Este filme, em particular, tinha algo a ver com a cria��o de todo um mundo. Para ele, (a protagonista) n�o podia ser o mundo tal como o conhecemos", explicou.
"Isso tamb�m nos levou a rodar de certa maneira, ampliando certas coisas, e utilizando o branco e preto ou a cor", acrescentou. Lanthimos ganhou o Le�o de Ouro, no Festival de Veneza, com "A favorita" em 2018.
"Pobres criaturas" � um dos 23 filmes que competem este ano pelo principal pr�mio na 80ª edi��o da mostra italiana.
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