estande da Record na Bienal do Livro

R�plica da est�tua de Drummond instalada em Copacabana atraiu visitantes ao estande da Record, na Bienal do Rio 2023; editora det�m tamb�m os direitos da obra de Fernando Sabino

Bienal do Livro/Divulga��o

Foi como se uma placa tect�nica tivesse se movido no mundo das letras brasileiro. Em agosto de 2021, a Companhia das Letras perdeu os direitos de edi��o da obra de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), que havia conquistado 10 anos antes. Com a n�o renova��o do contrato, os 54 livros do poeta publicados pela Companhia ficariam dispon�veis por mais seis meses apenas, a partir daquela data.

Pouco depois veio o an�ncio de que os herdeiros e administradores da obra de Drummond, seus netos Pedro Gra�a e Luis Maur�cio Gra�a Drummond, haviam decidido levar os t�tulos do av� de volta para sua antiga casa, a editora Record.

O escritor Rodrigo Lacerda (“O mist�rio do le�o rampante”, “Outra vida”), editor de projetos especiais da Record, diz que o plano de “ter a obra completa j� recolocada, j� refeita nos primeiros cinco, seis anos” est� indo “num ritmo muito bom”, com a publica��o de “algo em torno de 10 livros de Drummond por ano”.

Os pr�ximos t�tulos do autor de “Alguma poesia” a ganhar novamente as prateleiras, no m�s que vem, s�o “Fazendeiro do ar” e os volumes er�ticos “Corpo” e “O amor natural”, este �ltimo editado postumamente.

As obras ter�o novos posf�cios. “Fazendeiro do ar”, cuja edi��o pela Companhia das Letras teve posf�cio assinado pelo escritor e cr�tico mineiro Silviano Santiago, ganha  texto da poeta e cr�tica paulistana Mariana Ianelli. O posf�cio de “Corpo”, escrito pela mineira Maria Esther Maciel para a Companhia das Letras, passa a ter a assinatura da professora da USP especialista em literatura er�tica Eliane Robert Moraes.

T�tulo singular no conjunto da obra de Drummond pelo conte�do abertamente er�tico, “O amor natural”, anteriormente posfaciado pela doutora em teoria liter�ria e estudiosa da obra de Drummond Mariana Quadros, ser� acompanhado de texto de autoria do genro do poeta, o escritor argentino Manuel Gra�a Etcheverry (1915-2015).

Para o ano que vem est� prevista a publica��o de uma antologia de textos de Drummond a respeito do cinema, organizada por Pedro Gra�a Drummond.

Rodrigo Lacerda afirma que o processo de estabelecimento de texto das novas edi��es, a cargo de Edmilson Caminha, tem sido “precioso” e, segundo seu entendimento, pela primeira vez est� sendo feito com acesso � biblioteca de Carlos Drummond de Andrade.

Ele comenta que a consulta � biblioteca do poeta j� revelou, por exemplo, que Drummond havia anotado no exemplar da publica��o original de uma de suas cr�nicas que um par�grafo deveria ser suprimido em edi��es posteriores, o que deixou de ser feito, por desconhecimento dos editores, segundo sup�e.

Um “relat�rio da fixa��o de texto, dizendo o que mudou das edi��es anteriores e por que mudou” vai ficar dispon�vel aos leitores em ambiente virtual, cujo c�digo de acesso vai figurar na quarta capa das publica��es.

Sobre o lan�amento neste m�s de “Hist�ria de dois amores”, Rodrigo Lacerda diz que lhe parecia “urgente devolver ao p�blico” esse “grande sucesso da literatura infantil brasileira que pelo menos duas gera��es j� leram”.

Da obra de Drummond voltada a crian�as e adolescentes a Record j� publicou, desde o ano passado, “Crian�a dagora � fogo”, “A cor de cada um”, o poema ilustrado (pela argentina Raquel Can�) “O mundo � grande” e “O gato solteiro e outros bichos”, que � uma colet�nea de textos sobre animais.