Major RD vai de 'patinho feio' a astro do trap nacional

 

De “patinho feio” na �poca das batalhas de rimas a destaque do trap brasileiro. A trajet�ria de Major RD, de 26 anos, que come�ou h� quase uma d�cada na cena cultural carioca, � contada no �lbum “Ascens�o do cisne negro”, dispon�vel nas plataformas digitais.

 

O disco de 10 faixas � o segundo da carreira de RD, que ganhou os holofotes com “Trof�u”, lan�ado em 2021 pela Rock Danger, gravadora criada por ele em parceria com dois empres�rios. O novo �lbum traz participa��es de Xam�, Slipmami, Froid, Cynthia Luz, Derek, Felipe Amorim e L7NNON.

 

“Gosto muito de comparar. Em ‘Trof�u’, falo de conquistas, todas as m�sicas falam de coisas que eu queria conquistar. Em ‘Ascens�o do cisne negro’, falo de coisas que j� tenho. V�rias coisas boas e v�rias coisas ruins, como inimigos e tretas bobas. Na faixa ‘Tilikum’, falo disso como problema psicol�gico, digo que essa entrega toda ainda vai me matar.”

 

O t�tulo do disco vem da hist�ria infantil do Patinho Feio, que n�o chama a aten��o de ningu�m at� se transformar em cisne, “ficar bonit�o e ganhar o mundo”, nas palavras de RD.

 

 

Acabou o sossego

O processo de composi��o e grava��o ocorreu em 10 meses. Por�m, a fama que “Trof�u” trouxe para o rapper acabou dificultando as coisas.

 

“‘Trof�u’ � um disco feito em casa. Nas �poca, eu n�o tinha agenda de shows. Ia para o est�dio todos os dias, com tempo livre. J� ‘Ascens�o do cisne negro’ fiz nos dias de folga, com rotina muito pesada, shows bombando. Minha filha estava para nascer, ent�o n�o conseguia parar um minuto. Era show, entrevista, publi… Corria para o est�dio no tempinho que sobrava.”

 

Na capa, Major RD emerge da �gua vestido com colant preto, similar ao usado pela banda Kiss. Ali�s, o grupo americano de hard rock � grande influ�ncia para o carioca, que tem o desenho do vocalista Paul Stanley tatuado na barriga.

 

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Outra paix�o dele s�o os cavalos. No figurino dos shows, RD mistura adere�os t�picos do trap com o cord�o em formato de ferradura e botas de couro estilizadas.

 

“Andei a cavalo desde pequeno, mas n�o mostrava isso porque tinha vergonha. Achava que rap e cavalos n�o tinham muito a ver. Pensava que iam me zoar, porque galera do rap anda de carro, moto, skate… Menos de cavalo. Isso est� na minha est�tica porque meu pai � mineiro, sempre mexeu com cavalo, galinha, natureza, mato. Fui criado assim.”

 

Por esse motivo, l� est� o rapper montado no cavalo nas cenas do videoclipe de “60K”, gravado em 2021. “A m�sica viralizou e o que eu tinha vergonha de mostrar acabou virando identidade”, relembra.

 

 

 

O rock � outra “heran�a” do pai mineiro. “Ele s� escutava rock, cresci ouvindo. Fiz a mistura com rap porque no in�cio eu cantava mais boombap e sentia uma energia pesada nos pequenos shows em rodas culturais. A galera curtia, mas ficava meio para baixo. Eu via os shows de rock e me inspirava. Pensava: preciso que o show de rap seja t�o animado quanto o de rock, mas sem perder a mensagem. A� misturei os dois.”

 

O rock est� sempre presente no trabalho de RD. “Nem que seja no baixo ou na guitarra do instrumental”, diz ele.

Ansioso, insone e perfeccionista

A intensidade, marca registrada da personalidade do carioca, se reflete em seu trabalho. � dele um dos shows mais potentes do rap nacional: a voz “rasgada”, como o drive dos cantores de rock, mistura-se ao mosh pit e ao bate-cabe�a da plateia.

 

“Sou um cara focado, j� virei a noite produzindo v�rias e v�rias vezes. Tenho ansiedade e quase n�o durmo. Quando durmo, nunca � uma noite completa. Fico muito preocupado com coisas que parecem m�nimas, mas s�o muito importantes. Tudo no show tem de estar sincronizado. Essa preocupa��o afeta meu sono”, revela.

 

“Tudo na minha vida � assim. Se jogo futebol, quero ser o melhor. Se fa�o show, quero que seja um dos melhores. Se fa�o um disco, quero que seja o melhor. Sou intenso, sei que isso faz mal, mas faz parte. Sou sagitariano”, informa, aos risos.

ASCENS�O DO CISNE NEGRO

�lbum de Major RD

10 faixas

Rock Danger

Dispon�vel nas plataformas digitais