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Estado de Minas

Companhia M�rio Nascimento completa 20 anos com apresenta��o de tr�s espet�culos

O grupo apresenta 'Territ�rio nu' (2011), 'Garrafa enforcada' (2017) e Dan�a de brinquedo (2018) no Teatro Francisco Nunes


03/08/2018 12:52 - atualizado 03/08/2018 14:50

Espetáculo 'Garrafa enforcada'(foto: Marco Aurélio Prates/Divulgação)
Espet�culo 'Garrafa enforcada' (foto: Marco Aur�lio Prates/Divulga��o)
A Companhia M�rio Nascimento completa trajet�ria de 20 anos com apresenta��o de tr�s espet�culos do repert�rio, neste fim de semana no Teatro Francisco Nunes. Nesta sexta, apresenta Garrafa enforcada. No s�bado, o p�blico poder� assistir a Territ�rio Nu. No domingo, ser� apresentado o primeiro espet�culo infantil produzido nas duas d�cadas, Dan�a de Brinquedo. “N�o considero que podemos comemorar em momento t�o complexo no pa�s, principalmente para a �rea cultural. A data marca persist�ncia, muita luta e a nossa perman�ncia como grupo que funciona de forma regular”, afirma M�rio Nascimento.

Ele destaca que a longevidade levou � consist�ncia do trabalho, uma vez que “a linguagem precisa de aprimoramento di�rio”. M�rio destaca a assinatura do trabalho resultado de sua forma��o pessoal, bem como da forma��o da bailarina e core�grafa Rosa Antu�a e do compositor F�bio Cardia – que integram a companhia. “Foi poss�vel construir essa linguagem devido � atua��o de todas as pessoas que passaram pela companhia. F�bio Cardia m�sico com quem trabalho, h� 20 anos. A Rosa, assim como eu, � bastante detalhista com a linguagem”, diz.

Rosa Antuña e Mário Nascimento propõem as coreografias(foto: Marco Aurélio Prates/Divulgação)
Rosa Antu�a e M�rio Nascimento prop�em as coreografias (foto: Marco Aur�lio Prates/Divulga��o)
Mario iniciou a carreira no bal� cl�ssico, o que representou, nas suas pr�prias palavras, “forma��o ortodoxa”. Enveredou-se pelo jazz, dan�a moderna e at� arte marcial. “Meu trabalho vem carregado de todas essas informa��es”, define. Outro tra�o que ele destaca � como a atua��o como atleta resultou em rigor na execu��o dos movimentos. “N�o abro m�o da constru��o de um pensamento, de uma linguagem autoral. Estou aberto a ideias novas, mas sempre com rigor no movimento. Tamb�m trabalho com a velocidade. Vivo velozmente”, completa. M�rio lembra que, como core�grafo, imprime for�a aos movimentos, que podem ser lidos, de certa forma, como “violentos”. A chegada de Rosa � companhia, h� 15 anos, no entanto, trouxe mais leveza para a linguagem. “Ela me ensinou muita coisa. Amenizou um pouco meu discurso e tornou a linguagem mais flex�vel, mais aberta”.

Ao longo de duas d�cadas, a companhia montou 11 espet�culos. O Garrafa enforcada (2017) foi inspirado no livro Hist�ria dos nossos gestos, de Lu�s da C�mara Cascudo. “C�mara Cascudo estuda os gestos e trejeitos do povo brasileiro. O elenco estudou muito a quest�o do gesto. � um dos nossos trabalhos mais divertidos. � bem despretensioso”, diz M�rio.

Territ�rio Nu (2011) foi concebido para ser apresentado no F�rum Internacional da Dan�a (FID). “A ideia, incluindo o t�tulo, veio de conversa com Adriana Banana, uma das maiores pesquisadoras de dan�a do Brasil. Queria falar sobre territ�rio”, lembra M�rio. A reflex�o sobre territorialidade faz parte da biografia do core�grafo que, quando tinha 10 anos, teve o pai assassinado em decorr�ncia de conflito por terra. “Falo da territorialidade, da necessidade que a gente tem de ter um lugar, delimitar um territ�rio nosso”, afirma. O espet�culo faz parte da trilogia com N�made, que aborda a desterritorialidade; Escapada, quando o homem foge do seu lugar. “Territ�rio � muito emblem�tico e talvez o mais bem-sucedido”, diz.

Rosa Antuña em 'Território Nu'(foto: Marco Aurélio Prates/Divulgação)
Rosa Antu�a em 'Territ�rio Nu' (foto: Marco Aur�lio Prates/Divulga��o)
Na avalia��o de Rosa Antu�a, Dan�a de brinquedo (2018) atinge o p�blico infantil por ser l�dico - os bailarinos entram em cena vestidos de brinquedos. “Os adultos percebem as camadas mais profundas”, acredita Rosa. Ela lembra que a temporada no Francisco Nunes demonstra a constru��o de linguagem art�stica e t�cnica que a companhia desenvolveu. “� uma grande vit�ria. Ao longo dessas duas d�cadas, formamos dezenas de bailarinos. O m�todo da companhia fez escola. Estamos formatando um livro sobre nossa metodologia”, completa.

M�rio prop�e, por meio da dan�a, contribuir com debates na sociedade brasileira. Para ele, a arte � trincheira de resist�ncia contra racismo, machismo, LGBTFobia. “Queremos falar de algo maior que � o cerceamento da liberdade de express�o. Estamos em momento de press�o contra artistas, que n�o podem se expressar livremente. Fazemos resist�ncia nesses 20 anos”, conclui M�rio.


Cia. Mario Nascimento
Comemora��o dos 20 anos. Garrafa Enforcada, nesta sexta (03), �s 20h. Territ�rio Nu, s�bado (04), �s 20h. Dan�a de brinquedo, domingo (05), �s 16h. Teatro Mar�lia. Avenida Alfredo balena, 586. Ingressos: R$20 (inteira) e R$ 10 (meia). Informa��es: (31)3277-4697


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