
Cerca de 45 milh�es de pessoas s�o desconsideradas pelas empresas como consumidores em potencial no Brasil. Isso porque, segundo o IBGE, quase 25% da popula��o brasileira apresenta algum tipo de defici�ncia e as empresas n�o est�o preparadas para atend�-las.
Atualmente, existem cerca de 16,89 milh�es de sites ativos no pa�s, dos mais diversos setores, que v�o de p�ginas corporativas e educacionais at� blogs, sites de not�cias e e-commerces.
Desses, menos de 1% dos websites � realmente acess�vel e 96,79% apresentaram alguma falha de acessibilidade nos testes, revela pesquisa sobre a experi�ncia de pessoas com defici�ncia em p�ginas e aplicativos, conduzida pela BigDataCorp e pelo Movimento Web Para Todos.
A especialista em rela��es p�blicas Samantha Rezende declara que as empresas n�o enxergam as pessoas com defici�ncia como consumidoras. "As empresas t�m essa vis�o capacitista, de que PCDs n�o t�m poder financeiro, que elas n�o t�m for�a pr�pria ou que n�o fazem consumo pr�prio”.
Virginia Delfino, head de marketing e Cx da NeoAssist, empresa de tecnologia especialista em atendimento ao cliente pondera que as empresas precisam se atentar para essa quest�o. � necess�rio tanto contratar profissionais PCDs, quanto atender �s necessidades dos clientes.

Al�m de desconsiderar essa parcela do mercado consumidor, que culturalmente, � exclu�da da sociedade, parte da resist�ncia das empresas se deve ao investimento que deve ser feito. Os desafios podem ser tecnol�gicos, como audiodescri��o e implementa��o de tradutor de LIBRAS online, ou estruturais, com a realiza��o de cursos de capacita��o de equipes para atendimento e habilita��o em LIBRAS, instala��o de rampas, sinaliza��o, entre outros.
Entretanto, as mudan�as n�o necessariamente precisam ser de grande magnitude, adapta��es simples, como incluir descri��o de texto nas imagens em sites e alterar a altura das informa��es nos estabelecimentos, j� resultam em grande impacto para quem consome essas informa��es. Segundo dados da BigDataCorp, 71,98% dos sites brasileiros apresentaram problemas com a descri��o das imagens.
Virginia Delfino declara que “A gente pensa em coisas grandiosas, mas o que vai incluir as pessoas s�o os detalhes. E se a gente n�o come�ar a conviver com elas em todas as esferas, a gente n�o vai quebrar as barreiras”.
De toda forma, o conjunto de a��es devem ser realizadas com seriedade e profissionalismo, e o potencial de retorno pode ser enorme. H� algum tempo, a defici�ncia e era encarada como exce��o, mas, agora, as empresas entendem que n�o falam com 25% da popula��o, potenciais compradores.
“Todo mundo sairia ganhando, a popula��o com necessidades especiais, porque ela n�o fica restrita somente aos estabelecimentos e as empresas que t�m adapta��es necess�rias, mas tamb�m quem n�o tem vai passar a conviver mais com elas, formando uma sociedade mais emp�tica e sem barreiras, que vai ampliar o nosso olhar”, completa Virginia.