
Os �ndices alarmantes da disparidade salarial do Brasil colocam as mulheres negras na base. A realidade � que 1% dos homens brancos que ocupam o topo dos mais ricos do pa�s, 0,57% da popula��o brasileira, um total de 705 mil pessoas, recebem mais que todas as 32,7 milh�es de mulheres negras no Brasil, que representam 26% dos adultos. Eles, juntos, concentram 15,3% da renda, enquanto elas 14,3%.
Enquanto as mulheres negras t�m renda m�dia de R$ 1691,45, esses 705 mil homens t�m, em m�dia, R$ 114.944,50. Uma diferen�a de mais de R$110 mil mensais. Com base nesses n�meros, a pesquisa sugere que � de suma import�ncia "dar aten��o especial �s mulheres negras em estudos e desenhos de pol�ticas p�blicas".
Mas os n�meros n�o significam que n�o existam mulheres negras ocupando o topo. Existem, mas em propor��es absurdamente menores. Homens brancos e mulheres negras est�o em extremos totalmente opostos da apropria��o de renda. Segundo a publica��o, observando a parcela das maiores rendas do pa�s, os homens brancos det�m aproximadamente 28% da renda, contra 4% da apropriada pelas mulheres negras. "Ou seja, a parcela da renda recebida pelos homens brancos nos 10% mais ricos � sete vezes maior que a das mulheres negras nesse mesmo decil", revelou o trabalho.
O estudo intitulado Quanto fica com as mulheres negras? Uma an�lise da distribui��o de renda no Brasil, analisou a desigualdade de renda sob o recorte de ra�a e g�nero a partir de uma base de dados da Pesquisa de Or�amento Familiares mais recente (POF 2017-18) com dados administrativos do Imposto de Renda, disponibilizados pela Receita Federal.
Brancos no topo
Al�m de analisar os dados pelo recorte de g�nero, a pesquisa tamb�m constatou que a parcela dos 10% mais pobre dos adultos acima de 18 anos � ocupada por negros, representando 70% do total, enquanto os brancos, representam um ter�o.
O quadro se inverte por completo quando analisamos os 0,1% mais ricos do Brasil: 83% s�o brancos e 17% negros. "A popula��o se torna proporcionalmente mais branca quando avan�amos em dire��o aos d�cimos de renda mais elevados", ponderou o estudo.
Al�m disso, analisando os cerca de 8,6 milh�es de adultos brancos que integram o topo dos mais ricos, constatou-se que eles ficam com 41% de toda a renda do Brasil. Isso representa quase sete pontos percentuais a mais que a renda de todos os adultos negros, somando mais de 67,7 milh�es de pessoas que concentram 35% do montante. "Fica n�tido que a pobreza tem fortes vi�s racial, com a popula��o negra sendo a maioria da popula��o pobre. No entanto, � particularmente a mulher negra que representa o decil mais baixo da renda, sendo 4 vezes mais presentes do que homens brancos nesse grupo", afirmou o estudo.