
As caixas cinzas nas paredes das casas na Vila do �ndio, na Regi�o de Venda Nova na capital, podem passar despercebidas a olhares pouco atentos de quem chega de fora. No entanto, os moradores sabem bem onde elas est�o e, mais do que isso, sabem o quanto elas melhoram a vida da comunidade. A vila foi escolhida para implantar o piloto do projeto "Wi-Fi nas favelas", que fornece internet gratuita em Belo Horizonte.
As caixas s�o roteadores de internet que chega ao local por fibra �tica. Uma dessas caixas fica ao lado da janela de Beatriz Andrade Balduino, de 17 anos, de onde ela observa o movimento da via estreita onde mora.
Mas � o que n�o se pode ver que melhorou a vida da jovem, o wi-fi gratuito, que permite a ela acessar a internet sem custos. Al�m da conex�o com a rede mundial de computadores, o que � fundamental na era da informa��o, esse acesso tamb�m � fundamental para outro direito: a educa��o.
Ela cursa, de maneira remota, o programa Educa��o de jovens e adultos (EJA), op��o que teve para se manter matriculada, depois que se mudou da Serra, na Regi�o Centro-Sul, para a Vila do �ndio, para onde ela n�o conseguiu fazer a transfer�ncia escolar.
Ela cursa, de maneira remota, o programa Educa��o de jovens e adultos (EJA), op��o que teve para se manter matriculada, depois que se mudou da Serra, na Regi�o Centro-Sul, para a Vila do �ndio, para onde ela n�o conseguiu fazer a transfer�ncia escolar.
A jovem est� desempregada, portanto com renda limitada, o que dificulta a conex�o com a web. Em casa ela n�o disp�e de computador nem tem como pagar para ter um pacote de dados.
O acesso � rede mundial de computadores � realizado pelo celular, mas isso apenas quando ela conseguia comprar um pacote de dados, o qu�, nos �ltimos tempos, estava fora de cogita��o, tendo em vista que precisava arcar com outras despesas da casa, que ela divide com o namorado.
“Nem sempre tenho dinheiro para colocar cr�dito no celular.” Ela confessa que quando n�o tinha dinheiro para recarregar, lan�ava m�o do sinal do vizinho. “Sentava aqui na porta para pegar o wi-fi”, conta.
O acesso � rede mundial de computadores � realizado pelo celular, mas isso apenas quando ela conseguia comprar um pacote de dados, o qu�, nos �ltimos tempos, estava fora de cogita��o, tendo em vista que precisava arcar com outras despesas da casa, que ela divide com o namorado.
“Nem sempre tenho dinheiro para colocar cr�dito no celular.” Ela confessa que quando n�o tinha dinheiro para recarregar, lan�ava m�o do sinal do vizinho. “Sentava aqui na porta para pegar o wi-fi”, conta.

A internet gratuita � fundamental para Beatriz, que est� no oitavo ano, manter o sonho de cursar engenharia civil.
“Estudar pelo telefone � um pouco complicado. N�o sou muito tecnol�gica. Copio tudo no caderno, tiro a foto e mando para os professores”. O ensino remoto, que � dif�cil para ela, poderia ser invi�vel se n�o tivesse o sinal de wi-fi na comunidade.
“Estudar pelo telefone � um pouco complicado. N�o sou muito tecnol�gica. Copio tudo no caderno, tiro a foto e mando para os professores”. O ensino remoto, que � dif�cil para ela, poderia ser invi�vel se n�o tivesse o sinal de wi-fi na comunidade.
A internet tamb�m � importante para o lazer dela, assim como para outras pessoas da Vila.
“Ter o wi-fi � bom para estudar, mas para passar o tempo, ouvir uma musiquinha, Youtube. Gosto muito de ver document�rios.”
E n�o � s� isso: “Quem n�o est� conectado fica meio para tr�s. Hoje em dia tudo tem tecnologia, at� mesmo pagamento. Ningu�m mais anda com dinheiro na m�o, agora � PIX.”
“Ter o wi-fi � bom para estudar, mas para passar o tempo, ouvir uma musiquinha, Youtube. Gosto muito de ver document�rios.”
E n�o � s� isso: “Quem n�o est� conectado fica meio para tr�s. Hoje em dia tudo tem tecnologia, at� mesmo pagamento. Ningu�m mais anda com dinheiro na m�o, agora � PIX.”

A aposentada Maria L�cia de Souza, de 63, comemorou a internet gratuita. "A melhor coisa que colocaram na comunidade foi a internet. �s vezes, a gente n�o tem dinheiro para colocar b�nus, cr�dito no celular. A internet gratuita ajuda muito a gente”.
Ela usa a internet no celular e na televis�o. “Para ouvir o louvor da igreja”, diz.
Ela usa a internet no celular e na televis�o. “Para ouvir o louvor da igreja”, diz.
Import�ncia em v�rios sentidos
A internet foi fundamental para que Hellen Cristina da Silva, de 25, conseguisse um trabalho. Ela fez o curso de cuidadora de idosos no formato h�brido, com aulas remotas e presenciais.
No entanto, antes da internet gratuita, ela tinha que pagar um pacote de dados no valor de R$ 60 por m�s. “Um dinheiro economizado”. Ela considera que chega a ficar 14 horas por dia conectada.
“Somos dependentes da internet para tudo, at� dinheiro. N�o anda mais com dinheiro, tudo � no telefone. Sem internet, a gente fica fora do mundo.”
No entanto, antes da internet gratuita, ela tinha que pagar um pacote de dados no valor de R$ 60 por m�s. “Um dinheiro economizado”. Ela considera que chega a ficar 14 horas por dia conectada.
“Somos dependentes da internet para tudo, at� dinheiro. N�o anda mais com dinheiro, tudo � no telefone. Sem internet, a gente fica fora do mundo.”

Depois de fazer o curso ofertado pela organiza��o n�o-governamental Nova Esperan�a, foi indicada para fazer est�gio.
Ela j� est� no segundo curso com dura��o de quatro meses. Ou seja, caso n�o tivesse a internet gratuita, teria que pagar R$ 240 para se capacitar, um valor que para ela e o marido faz falta.
“Esse valor pesa, porque tenho tamb�m a passagem para ir para o est�gio todos os dias.”
Ela j� est� no segundo curso com dura��o de quatro meses. Ou seja, caso n�o tivesse a internet gratuita, teria que pagar R$ 240 para se capacitar, um valor que para ela e o marido faz falta.
“Esse valor pesa, porque tenho tamb�m a passagem para ir para o est�gio todos os dias.”
O acesso gratuito � web permitir� a Alice Rodrigues Martins ampliar o pr�prio neg�cio, um sal�o de beleza. Ela faz o contato com as clientes pelas redes sociais.
Antes, a m�e Ione Felipe Rodrigues Martins pagava R$ 180 por m�s para acessar ficar conectada. “Depois dessa internet, minha m�e tirou o pacote.”
Na casa, s�o tr�s pessoas em idade escolar, ela e duas irm�s. Ela cursa o primeiro ano do ensino m�dio na Escola Estadual Afr�nio de Melo Franco e, devido � pandemia da COVID-19, acompanhava as aulas on-line. “Foi um pouco dif�cil, porque n�o tinha essa internet ainda, mas agora ficou mais f�cil.”
Antes, a m�e Ione Felipe Rodrigues Martins pagava R$ 180 por m�s para acessar ficar conectada. “Depois dessa internet, minha m�e tirou o pacote.”
Na casa, s�o tr�s pessoas em idade escolar, ela e duas irm�s. Ela cursa o primeiro ano do ensino m�dio na Escola Estadual Afr�nio de Melo Franco e, devido � pandemia da COVID-19, acompanhava as aulas on-line. “Foi um pouco dif�cil, porque n�o tinha essa internet ainda, mas agora ficou mais f�cil.”
A Prodabel, empresa de inform�tica e informa��o de Belo Horizonte, oferecia cursos de inclus�o digital. No entanto, de acordo com o gerente pedag�gico de inclus�o, Thiago Ferreira da Silva, muitas pessoas n�o acessam os cursos por n�o terem internet.
“Percebemos que muita gente queria fazer os cursos de inclus�o digital, se qualificar na inform�tica, por�m n�o tinha acesso. Crian�as que precisavam estudar e n�o tinham acesso. A maioria dessas pessoas est�o nas vilas e favelas.” A L8 � a empresa respons�vel pelos roteadores da internet.
“Percebemos que muita gente queria fazer os cursos de inclus�o digital, se qualificar na inform�tica, por�m n�o tinha acesso. Crian�as que precisavam estudar e n�o tinham acesso. A maioria dessas pessoas est�o nas vilas e favelas.” A L8 � a empresa respons�vel pelos roteadores da internet.
Vila do �ndio
Quem chega � Vila do �ndio, na Regi�o de Venda Nova, entra por um via margeada pelo C�rrego V�rzea da Palma. O afluente n�o � o melhor cart�o de visita da comunidade, por estar tomado por esgoto e lixo.
Outros locais
A Prodabel instalou internet gratuita em outros espa�os p�blicos da capital. “Temos pontos do Wi-fi BH, mas agora o foco � levar para as favelas de Belo Horizonte”.
Ao todo s�o 218 vilas e favelas na capital. A Vila do �ndio foi escolhida para o piloto do projeto pelo tamanho – conta com 617 domic�lios e 1882 pessoas.
O acesso � internet melhora a vida das pessoas em todas as �reas. “Na sa�de, pode ter acesso ao Conecte SUS; na educa��o, alunos que precisam da internet para estudar. Na �rea de emprego, temos os cursos gratuitos da Prodabel”.