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Estado de Minas TRANSFOBIA

BBB22: tratamento de Eslov�nia com Linna estampa transfobia

Falas da miss com a cantora s�o agress�es que invisibilizam a viv�ncia da travesti


25/02/2022 13:26 - atualizado 25/02/2022 16:56

Fotos promocionais da Eslô e Linna
Esl�venia e Linna s�o participantes do BBB22 (foto: Reprodu��o TV Globo)
O estudante de medicina Lucas tratou mais uma vez a sister Linna, conhecida pelo nome art�stico Linn da Quebrada, no masculino durante a festa do l�der do BBB22 na �ltima quinta-feira (24/2). Esta n�o foi a primeira situa��o de transfobia dentro da casa mais vigiada do Brasil. Desde o in�cio do programa, em 17 de janeiro, alguns participantes, como a miss Eslov�nia e a m�dica La�s, tamb�m se dirigiram � cantora no masculino, mesmo Linna se apresentando no feminino e tendo o pronome "ela" tatuado na testa.  

Ainda na madrugada da �ltima quinta-feira, Eslov�nia disse que usar os pronomes masculinos com Linna � um “erro”. A miss gritou que ela n�o pode ser definida por "um erro” e que foi para o BBB para “errar”. Logo depois, a sister sentou no colo da Linna para conversar com ela e tentou tampar a boca da cantora enquanto falava.
  
“Temos que deixar bem claro a diferen�a entre erro e crime. Eu posso errar o nome dela e cham�-la de Eslov�quia. Mas, quando a pessoa tem uma a��o que desestabiliza outra pessoa � uma viol�ncia”, afirma a turism�loga Dani Nunes, que � uma mulher trans.
 
Dani lembra que, em uma edi��o ao vivo do programa, o apresentador Tadeu Schmidt pediu para Linna refor�ar o pronome que gostaria que fosse usado para se referir � ela. A artista se identifica como travesi e j� afirmou diversas vezes dentro e fora da casa que deve ser tratada no feminino.
 

 

Eslov�nia pediu para que Linna respeitasse os “erros” dela e a cantora respondeu: “quando v�o me respeitar?”.
 


Durante a prova do l�der, na madrugada desta sexta-feira, Eslov�nia chamou Linna de "amigo". 




A cena de Eslov�nia e Linna repercutiu nas redes sociais e internautas pontuaram a transfobia da miss. Mas, as agress�es di�rias que a cantora sofre ainda n�o est�o sendo pautadas fora de bolhas sociais.

As can��es da artista tamb�m falam sobre as viv�ncias de uma pessoa trans. Na noite da festa do l�der, Linna cantou para os brothers a m�sica "Eu matei o Junior", que se refere a enterrar o seu nome "morto" ao assumir quem sempre foi. 
 

Dessa forma, com mais de 20 dias de conv�vio, Esl�venia se referir � Linna no masculino n�o � somente um “erro”. “Se a gente chamar de erro, a gente vai estar reafirmando a transfobia”, explica Dani. 

A turism�loga conta que evita assistir algumas artes do programa por provocar gatilhos emocionais. “A transfobia � algo que est� dentro da pessoa. Acredito que a Eslov�nia seja transf�bica mesmo”, comenta.

"A Linna tatuou "ela" na testa. Nem se ela tivesse tatuado na testa inteira as pessoas transf�bicas conseguiriam tratar ela como ela deve ser tratada"

Dani Nunes



“A viol�ncia n�o s� se caracteriza com uma baldada na testa. A viol�ncia tamb�m se caracteriza com palavras. As pessoas n�o nos matam somente com balas ou arrancando nossos cora��es. Nos matam com palavras e por meio da omiss�o de pessoas que se dizem aliadas da causa”, completa.

Tatuagem do 'ELA' na testa da Linna
Tatuagem do 'ELA' na testa da Linna (foto: Reprodu��o TV Globo)

Para Dani, pessoas transf�bicas deveriam ser expulsas do reality, assim como a ex- participante Maria, que agrediu Nat�lia ao bater com um balde na cabe�a da mineira. A turism�loga completa que a emissora do reality est� sendo permissiva com a transfobia da participante. “Por n�o ser uma viol�ncia expl�cita, as pessoas relativizam muito. E isso me preocupa porque pode n�o ter um “freio’”. 

“� um ciclo vicioso. Quando voc� n�o co�be essa a��o, inspira outras pessoas a cometerem o mesmo tipo de viol�ncia. Ainda mais em um programa que tem uma ampla audi�ncia e conta com pessoas que influenciam outras, tanto para o bem quanto para o mal”, explica Dani. 

“O que tinha que ser feito � um fortalecimento do psicol�gico da Linna, explicando que foi uma viol�ncia e dando a possibilidade da cantora abrir um boletim de ocorr�ncia. � muito f�cil a pessoa afirmar que cometeu um crime porque estava b�bada", completa. Dani faz um paralelo com o caso do Monark, que afirmou estar b�bado ao profereir falas em apoio ao nazismo em seu podcast e foi punido. 


Transfobia � crime
 

Discriminar uma pessoa por sua indentifica��o de g�nero � crime. A transfobia � enquadrada na Lei 7.716/89 e o agressor pode ser punido com at� 5 anos de pris�o, caso a agress�o seja divulgada em meios de comunica��o ou publica��es em rede social, e uma multa.

Saiba mais: Visibilidade trans nas redes sociais: vozes ampliadas contra o preconceito

"N�s temos que mostrar que n�s sabemos os nossos direitos e as pessoas tem que se responsabilizar pelos crimes estando b�badas ou n�o”, conclui Dani. 
 

Tentativa de silenciar

Para o ativista de direito da comunidade LGBTQIA+, Thiago Coacci, o ato da Eslov�nia tentar tapar a boca de Linna foi representativo para uma tentativa de silenciar a viv�ncia de pessoas trans.

A cena pode ser um paralelo com a blusa com a arte de Anast�cia Livre que Linna usou no primeiro dia de programa. A arte � uma releitura de uma obra muito famosa que mostra uma escrava com uma morda�a. A produ��o usada por Linna mostra a mulher com o rosto livre. 


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