(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PRECONCEITO

Do cuspe na cara aos 125 golpes na cabe�a: onda de ataques contra asi�ticos

Caso mais recente ocorreu em Nova York no dia 11 e levantou debates sobre os crimes de �dio contra asi�ticos no mundo em decorr�ncia da pandemia do coronav�rus


21/03/2022 10:00 - atualizado 21/03/2022 10:42

Uma mulher asiática amarela segura um cartaz com os dizeres 'STOP AAPI HATE'. Ela usa uma máscara preta e um casaco cinza. Atrás dela, há outros manifestantes
Stop Asian Hate � um movimento que cresceu devido aos ataques � comunidade asi�tica nos EUA (foto: Jason Redmond/AFP)

 
Em Nova York, Estados Unidos, uma mulher asi�tica de 67 anos foi atacada por um homem com 125 golpes no rosto e na cabe�a. O agressor, identificado como Tammel Esco, de 42 anos, j� est� detido e possui antecedentes criminais relacionados a agress�es.
 
Apesar do teor violento desse caso, ataques contra a comunidade asi�tica t�m crescido nos �ltimos anos, principalmente em decorr�ncia da pandemia da COVID-19. Segundo dados compilados pelo Center for the Study of Hate and Extremism (Centro para o Estudo de �dio e Extremismo em tradu��o livre), s� nos Estados Unidos, os crimes de �dio contra a comunidade AAPI (Asian Americans and Pacific Islanders, ou asi�ticos-americanos e ilh�us do Pac�fico) aumentaram 339% em 2021. 

A imagem mostra o momento em que o agressor dá o primeiro soco na cabeça da idosa, derrubando-a no chão. Ele é um homem calvo e usa uma camiseta listrada. A imagem dela está borrada por conter elementos gráficos, mas ela veste um casaco preto
Tammel Esco foi respons�vel por desferir mais de 120 golpes na cabe�a de uma idosa asi�tica nos Estados Unidos (foto: Departamento de Pol�cia de Yonkers/Reprodu��o)

 
Segundo a pol�cia local, a v�tima, que teve sua identidade preservada, estava entrando em seu pr�dio na noite do dia 11 de mar�o quando o homem gritou para ela insultos raciais. Ignorado, foi atr�s dela e, j� dentro do sagu�o do edif�cio, desferiu o primeiro golpe, que a derrubou. Com ela no ch�o, iniciou uma sequ�ncia de agress�es que resultou em v�rias contus�es, lacera��es, fraturas em ossos do rosto e hemorragia cerebral.

Uma testemunha chamou a pol�cia e interferiu na a��o ao bater na porta de vidro que separava o sagu�o da rua. “Chamei a aten��o dele e, s� a�, ele saiu de cima da mulher. Assim que passou pela porta, foi para um canto e ficou com as m�os para cima”, conta em entrevista � NBC New York.

O ataque foi gravado por uma c�mera de seguran�a e o v�deo foi muito compartilhado nas redes sociais. Al�m dos socos, Esco tamb�m pisou e cuspiu na idosa, que est� internada com um quadro est�vel.

Crimes de �dio contra asi�ticos

O ano de 2020 foi o estopim no aumento de casos de crimes de �dio contra asi�ticos. Trata-se do per�odo em que dados sobre a pandemia ainda pareciam incertos e toda a comunidade asi�tica amarela passou a ser alvo de xenofobia e racismo. Pelo fato de os primeiros casos de contamina��o terem aparecido em Wuhan, na China, boa parte da sociedade come�ou a enxergar as pessoas com fen�tipos asi�ticos como vetores em potencial.

As primeiras consequ�ncias do estigma que viria a ser formado come�aram a aparecer em pouco tempo. In�meros relatos de olhares tortos em transportes p�blicos, de recusas de atendimento em determinados estabelecimentos e de ofensas verbais e f�sicas come�aram a aparecer em centros especializados para essas den�ncias e em redes sociais, tendo muitos compartilhamentos.

Imagem mostra a mulher responsável pela agressão. Ela é branca e loira e usa um óculos escuro e uma blusa preta
Mulher cospe em um homem asi�tico dentro de um �nibus no Canad� (foto: TikTok/Reprodu��o)


Um dos casos mais populares ocorreu em outubro de 2020, no Canad�, e viralizou ap�s ser publicado no TikTok. O v�deo mostra uma mulher branca sem m�scara dentro de um �nibus com uma express�o de desprezo. Em poucos segundos, ela cospe em um homem asi�tico que estava sentado a alguns cent�metros de dist�ncia. Ele se levanta e a empurra da porta do ve�culo, que estava parado.

Imagem mostra a fachada de um SPA. Há luzes neon acesas com os dizeres 'Gold SPA' e 'SPA 24 HOURS'. Peritos de investigação circulam a área
Homem foi respons�vel por atirar em spas no estado da Ge�rgia, nos Estados Unidos, deixando 8 v�timas, sendo 6 delas mulheres de ascend�ncia asi�tica (foto: Elijah Nouvelage/AFP)


Quatro meses depois, em mar�o de 2021, h� uma s�rie de tiroteios em spas nos Estados Unidos cujas v�timas foram, majoritariamente, mulheres asi�ticas amarelas que trabalhavam nesses ambientes. Apesar de o atirador afirmar que n�o houve motiva��o racista, o xerife do condado local disse que o suspeito publicou em suas redes sociais fotos de camisetas culpando a China pelo v�rus.

Em decorr�ncia dessas e de muitas outras agress�es, o movimento Stop Asian Hate (Pare com o �dio aos Asi�ticos em tradu��o livre), que visa denunciar e lutar contra os crimes de �dio contra a comunidade asi�tica, tamb�m passou a ganhar relev�ncia.

Dados sobre os incidentes

Apesar de as agress�es ocorrerem no mundo todo, os Estados Unidos aparecem neste cen�rio de maneira mais expressiva. Em um relat�rio publicado pelo Stop AAPI Hate (Pare com o �dio aos AAPI em tradu��o livre) no in�cio do m�s, de mar�o de 2020 a dezembro de 2021, 10.905 incidentes de �dio, viol�ncia, ass�dio, discrimina��o e intimida��o infantil foram reportados em sua plataforma.

Os dados ainda trazem mais detalhes: 63% dos registros foram de ass�dio verbal; 16,2% foram f�sicos; e 16,1% foram completamente ignorados em tentativas de intera��o O restante da porcentagem agrupa casos que ocorreram online, discrimina��o em ambiente de trabalho, tosses e cuspes direcionados � v�tima, roubos e vandalismo, al�m de nega��o de servi�o. Quase metade dos incidentes (48,7%) aconteceu em locais p�blicos, como ruas (31,2%), transporte (8,4%) e parques (8%) e 61,8% dos ataques foram direcionados �s mulheres.

A pesquisa tamb�m faz uma divis�o de grupos �tnicos, revelando que sino-americanos s�o os que mais sofrem, totalizando 42,8% dos incidentes reportados. Coreanos-americanos foram 16,1%, filipinos 8,9%, nipo-americanos 8,2% e vietnamitas-americanos 8%.

Segundo os criadores da plataforma, no entanto, estes n�meros representam apenas uma parcela do n�mero real de casos, uma vez que grande parte das v�timas acabam n�o reportando determinados incidentes.

Ou�a e acompanhe as edi��es do podcast DiversEM




podcast DiversEM ï¿½ uma produ��o quinzenal dedicada ao debate plural, aberto, com diferentes vozes e que convida o ouvinte para pensar al�m do convencional. Cada epis�dio � uma oportunidade para conhecer novos temas ou se aprofundar em assuntos relevantes, sempre com o olhar �nico e apurado de nossos convidados.

 
*Estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)