
Contrariando declara��es feitas ao tomar o poder no Afeganist�o, de que n�o seria t�o rigoroso como durante a primeira vez que tomou o governo do pa�s, o Talib� revogou, na manh� desta quarta-feira (23),a permiss�o para que meninas tenham acesso a ensino. A decis�o chegou algumas horas depois da abertura das escolas, deixando v�rias alunas aos prantos.
“A educa��o era a �nica maneira de nos dar alguma esperan�a nestes tempos de desespero. Era o �nico direito que esper�vamos e foi tirado”, disse a estudante Zahra Rohani, de 15 anos, para o New York Times.
O Talib� tomou o poder no Afeganist�o em agosto de 2021, e todas as escolas foram fechadas. Foi imposto uma s�rie de restri��es �s mulheres, sendo banidas de muitos empregos no governo, suas roupas policiadas e proibidas de viajar para fora de suas cidades desacompanhadas.

Em setembro, meninos de todas as idades e apenas meninas at� 12 anos tiveram permiss�o para voltar aos estudos, e que as meninas, a partir do 6º ano, seriam permitidas apenas depois que a seguran�a melhorasse e fossem contratadas professoras em n�mero suficiente para que as aulas pudessem ser totalmente separadas pelo g�nero.
Nesta segunda, 21 de mar�o, o Ministro da Educa��o declarou que todas as escolas, incluindo as de ensino m�dio para meninas reabririam na quarta. E no dia seguinte, foi divulgado um v�deo do ministro parabenizando o retorno de todos os alunos aos estudos.
A suspens�o das aulas pegou diretoras e professoras de surpresa, sob a alega��o de ainda faltar professoras e uniformes religiosos para que as escolas operarem sob os princ�pios isl�micos.
"O Talib� continuar� a encontrar desculpas para impedir que as meninas aprendam porque tem medo de meninas educadas e mulheres autogovernadas", declarou Malala sobre a decis�o.
A revoga��o do direito ao acesso � educa��o pelas meninas poder� afetar a credibilidade do Talib� no cen�rio internacional, afastando poss�veis doadores, que ajudariam na crise de alimentos e econ�mica que o Afeganist�o enfrenta. Uma das principais demandas da comunidade internacional era a garantia do direito � educa��o �s meninas e mulheres para concess�o de ajuda financeira.
*Estagi�ria sob a supervis�o de M�rcia Maria Cruz