De v�rios lugares do Brasil e com hist�rias diferentes, encontramo-nos no palco do audit�rio da Escola de Propaganda e Marketing da ESPM, na Vila Mariana, em S�o Paulo em de 16 de setembro. Muitas de n�s j� nos conhec�amos e admir�vamos por acompanhar o trabalho umas das outras, mas n�o nos reunimos, previamente, para combinar como seria aquela noite memor�vel.
N�o s� testemunhei essa noite, como o fizeram tamb�m as minhas outras 15 colegas agraciadas, protagonizei ao receber o Trof�u Mulher Imprensa na categoria Diversidade.
N�o havia um script, mas at� parecia que t�nhamos escrito a v�rias m�os, de tal forma que os depoimentos se complementaram. Cada fala demonstrou a sintonia na defesa de causas muito caras para n�s: o jornalismo livre, a luta antirracista e a import�ncia da da mulher jornalista.
Destaquei em meu discurso o papel das mulheres negras na constru��o do Brasil e na luta antirracista, a atua��o das mulheres na linha de frente na defesa da democracia brasileira e a import�ncia de termos corpos diversos nas reda��es: mulheres, negros, LGBTQIA+, pessoas trans, gordas, com defici�ncia, jovens, velhas. Mas n�o coube s� a mim fazer a defesa da diversidade, cada uma que subiu ao palco naquela noite, antes do verbo proferido, refor�ou a pluralidade com a pr�pria exist�ncia.
A cerim�nia de entrega do Trof�u Mulher Imprensa foi um manifesto pelo jornalismo. Alegramo-nos ao constatar que as mulheres jornalistas est�o � frente do que h� de mais democr�tico e inovador feito no jornalismo brasileiro.
Fomos recebidas e afetuosamente acolhidas pelo fundador e diretor da Revista Imprensa, Sinval de Itacarambi Le�o, que destacou o papel das mulheres na imprensa brasileira e o hist�rico do Trof�u Mulher Imprensa em destacar o trabalho de profissionais como Vera Magalh�es, Patr�cia Campos Mello, M�riam Leit�o, Djamila Ribeiro e M�nica Bergamo.
A entrega dos trof�us ocorreu em cerim�nia que tamb�m celebrou os 35 anos da Revista Imprensa, a realizadora da premia��o, e o centen�rio do r�dio. Cada uma das agraciadas pode agradecer a premia��o que, para chegar �s finalistas, teve duas etapas, indica��o de comiss�o de especialistas e a vota��o popular. Tudo em microfone da �poca de ouro do r�dio e frente � plateia efusiva.
A primeira a receber o trof�u foi a jornalista Aline Midlej que venceu a categoria �ncora de TV. Na sequ�ncia, Ana Carolina Negr�o (Pertencimento e Inova��o) contou um pouco da trajet�ria como jornalista em Guaxup�, cidade com cerca de 50 mil habitantes no interior de Minas. Ana brincou com o sotaque da regi�o que pode ser percebido com a forma como ela promuncia o 'r', mas sobretudo lembrou o quanto o jornalismo local � essencial.
A premia��o foi marcada pela representativividade, com um n�mero expressivo de jornalistas negras - sete das 15 premiadas - e tamb�m pela grande homenageada da noite, Zileide Silva. O Trof�u Mulher Imprensa tamb�m demonstrou como as mulheres jornalistas t�m feito diferen�a nos quatro cantos do Brasil. Marcela Bonfim (Fotojornalista) mostrou a for�a do seu trabalho em imagens que revela a Amaz�nia negra e ind�gena. "Celebrando o of�cio que Rond�nia me ensinou", destacou.
O r�dio demonstrou toda a sua for�a com Sheila Magalh�es (Rep�rter de R�dio) e Carla Bigatto (�ncora de R�dio) que, depois de vencer por cinco vezes, tornou-se madrinha do Trof�u Mulher Imprensa.
A juventude e engajamento de Semayat Oliveira (Lideran�a), cofundadora do Nos Mulheres da Periferia, e de Luana Souza (Revela��o) demonstram o f�lego das gera��es que est�o chegando. "Eu fa�o parte de um movimento recente na Bahia, na tlteleviva�o da reprsenta��o e e represpentatividade negra na tela. Mais representa��o do que representatividade, porque ainda somos minoria nos cargos de lideran�as e de decis�o", afirmou. Ela defendeu a comunica��o inclusiva e antirracista.
Mariliz Pereira Jorge (Colunista) destacou a import�ncia do reconhecimento de mulheres no momento em que as jornalistas t�m sido atacadas sistematicamente. Ela prestou solidariedade � jornalista Vera Magalh�es, destacou a amizade de ambas e como se fortalecem mutuamente no conv�vio di�rio para enfrentar os taques cada vez mais frequentes. Mesmo diante das crescente amea�as destacou que seguir� escrevendo.
Renata Lo Prete venceu na categoria podcast e comemorou mais de 800 entevistas realizadas; Nayara Felizardo (Rep�rter Jornal) celebrou o direito ao amor livre dedicando o pr�mio � esposa; H�lia Ara�jo (Comunica��o P�blica) mostrou o compromisso com a informa��o quando se est� � frente da comunica��o de �rg�os p�blicos.
Kerena Neves venceu na categoria Consultoria Ag�ncia e M�rcia Silveira como Consultora Corporativo. Em v�deo, Raquel Krahembuhl contou um pouco do trabalho como correspondente nos Estados Unidos, trazendo hist�rias saborosas de como � cobrir a presid�ncia da maior democracia do mundo.
Zileide Silva n�o p�de comparecer, mas enviou um v�deo em que destacou a representatividade e como meninas pretas se sentem encorajadas em seguir a carreira de jornalista quando se veem representadas na tela.
Foi uma noite linda!