
Por tr�s dos nomes das artistas representantes da arte drag Lilitth, Saraah, Charbulosa, Saturnine, Aurora The Witch e Tita Tully h� vidas que lutam pelo mais b�sico que um ser humano pode querer: respeito. � com base nessa premissa que Bruna Hildebrando, maquiadora e influenciadora de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, idealizou o reality show “Rainbow Queen – Drag”.
Com financiamento do Programa Cultural Murilo Mendes, mantido pela Prefeitura de Juiz de Fora por meio da gest�o da Funda��o Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), o reality estreou em 18 de agosto. Neste domingo (25/9), �s 19h, � exibido o segundo de cinco epis�dios no YouTube. O conte�do � livre para todos os p�blicos e possui acessibilidade em libras.
No reality, cada competidora representa uma cor do arco-�ris e participa de provas diversas – como maquiagem, figurinos, lip sync e dan�a – , sendo avaliada por uma comiss�o julgadora, que, no voto, decide pela elimina��o gradativa das cores. Os epis�dios t�m entre 40 e 50 minutos. A campe�, al�m de receber R$ 1 mil, far� um show no Rainbow Fest Brasil 2023.
"Em cinco dias de grava��o, no fim de julho deste ano, a gente chegava ao local �s 9h e sa�a �s 20h", explica Bruna, destacando que o cantor e ator Tiago Capuzzo, de 38 anos, foi seu bra�o direito. "Ele me auxiliou na cria��o de provas, roteiro e dire��o", pontua. Com Uiara Cardinally, o trio comanda a apresenta��o de todos os epis�dios que v�o ao ar sempre aos domingos.
"Arte em geral n�o � valorizada e sendo LGBTQIA+ � menos ainda! A ideia do projeto � valorizar a nossa cena e a arte drag da regi�o, dando espa�o para essas artistas, cheias de talento, que est�o come�ando agora. Trata-se de ajudar no impacto social e, ao mesmo tempo, levar cultura para todos os lados", avalia Capuzzo, tamb�m conhecido artisticamente, enquanto drag, como TITIago.
Logo, para muito al�m do entretenimento, Bruna tamb�m d� o tom da miss�o do reality. "Vejo como uma estrat�gia de enfrentamento ao preconceito que existe e nos mata. Mostrando os talentos drags da nossa cidade, pretendemos somar, valorizar, motivar e contar hist�rias de supera��o."
Mulher trans, Hildebrando conta que encara o preconceito todos os dias e j� viveu dias dif�ceis com a fam�lia. "Quem � LGBTQIA tem que estar preparado, desde que acorda, para o preconceito e os olhares das pessoas. Eu sempre escuto piadinhas ou sou cutucado por algu�m do meu lado. Por�m, o que mais me machucou foi o tratamento de parte da minha fam�lia. Meu pai e meu irm�o n�o aceitavam quem eu era desde minha inf�ncia. J� minha m�e era mais receptiva. Mas hoje j� est� tudo bem entre n�s."
'Uma possibilidade de exist�ncia'
Para o professor Anderson Ferrari, p�s-doutor em Educa��o e Cultura Visual pela Universidade de Barcelona, destacar iniciativas como essa � “uma oportunidade da popula��o ter mais contato com esses artistas”.
"H� de se destacar a import�ncia do principal edital da cidade em contemplar a arte drag", comenta o docente, que leciona na Faculdade de Educa��o da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e coordena o grupo de estudos e pesquisas em G�nero, Sexualidade, Educa��o e Diversidade (Gesed) na institui��o.
"Temos que dar oportunidade para as diferentes identidades. Trata-se de dar lugar para parte da popula��o que � mais marginalizada. Pensando sobre os efeitos nas crian�as e nos adolescentes, eles passam a ver na drag uma possibilidade normal de exist�ncia, deixando, portanto, a percep��o de algo negativo ou proibido", acrescenta Ferrari.
No ano passado, 300 pessoas LGBTQIA morreram de forma violenta no Brasil. Foram 276 homic�dios (92%) e 24 suic�dios (8%). O levantamento � do Grupo Gay da Bahia (GGB) – a mais antiga associa��o de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no pa�s. Os dados se baseiam em not�cias nos meios de comunica��o que s�o coletadas e analisadas pelo GGB h� 40 anos.
Minas Gerais � o terceiro estado com maior n�mero de mortes: 27. Em primeiro e segundo lugares est�o S�o Paulo, com 42 �bitos, e a Bahia, com 32. Acre e Tocantins notificaram apenas um assassinato, e Roraima foi o �nico estado sem registro. O Brasil continua sendo o pa�s do mundo onde mais LGBTQIA s�o assassinados: uma morte a cada 29 horas.
Em 2021, os homossexuais masculinos ocuparam o primeiro lugar no ranking de mortes: 153 gays (51%). Na segunda coloca��o, com 110 �bitos (36,67%), est�o as travestis e transexuais. Na sequ�ncia h� os seguintes grupos: l�sbicas, com 12 casos (4%); bissexuais e homens trans, com quatro ocorr�ncias (1,33%); um caso de pessoa n�o bin�ria e outro envolvendo um heterossexual, que foi confundido com uma pessoa homossexual.
Conforme dados da "Pesquisa Nacional de Sa�de (PNS): Orienta��o sexual autoidentificada da popula��o adulta", 2,9 milh�es de pessoas de 18 anos ou mais no Brasil se declaram l�sbicas, gays ou bissexuais.
O estudo foi divulgado em 25 de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). No entanto, o n�mero pode estar subnotificado. O IBGE avalia que a causa principal est� no estigma e preconceito por parte da sociedade. Com isso, as pessoas, possivelmente, n�o se sentem seguras em declarar a pr�pria orienta��o sexual.
Esta � a primeira vez que esse tipo de levantamento � feito entre a popula��o brasileira. Coletados em 2019, os dados mostram que 94,8% da popula��o adulta, o que equivale a 150,8 milh�es de pessoas, identificam-se como heterossexuais; 1,2%, ou 1,8 milh�o, declaram-se homossexuais; e 0,7%, ou 1,1 milh�o, consideram-se bissexuais.
"H� de se destacar a import�ncia do principal edital da cidade em contemplar a arte drag", comenta o docente, que leciona na Faculdade de Educa��o da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e coordena o grupo de estudos e pesquisas em G�nero, Sexualidade, Educa��o e Diversidade (Gesed) na institui��o.
"Temos que dar oportunidade para as diferentes identidades. Trata-se de dar lugar para parte da popula��o que � mais marginalizada. Pensando sobre os efeitos nas crian�as e nos adolescentes, eles passam a ver na drag uma possibilidade normal de exist�ncia, deixando, portanto, a percep��o de algo negativo ou proibido", acrescenta Ferrari.
Minas tem terceiro maior n�mero de mortes de pessoas LBGTQIA
No ano passado, 300 pessoas LGBTQIA morreram de forma violenta no Brasil. Foram 276 homic�dios (92%) e 24 suic�dios (8%). O levantamento � do Grupo Gay da Bahia (GGB) – a mais antiga associa��o de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no pa�s. Os dados se baseiam em not�cias nos meios de comunica��o que s�o coletadas e analisadas pelo GGB h� 40 anos.
Minas Gerais � o terceiro estado com maior n�mero de mortes: 27. Em primeiro e segundo lugares est�o S�o Paulo, com 42 �bitos, e a Bahia, com 32. Acre e Tocantins notificaram apenas um assassinato, e Roraima foi o �nico estado sem registro. O Brasil continua sendo o pa�s do mundo onde mais LGBTQIA s�o assassinados: uma morte a cada 29 horas.
Em 2021, os homossexuais masculinos ocuparam o primeiro lugar no ranking de mortes: 153 gays (51%). Na segunda coloca��o, com 110 �bitos (36,67%), est�o as travestis e transexuais. Na sequ�ncia h� os seguintes grupos: l�sbicas, com 12 casos (4%); bissexuais e homens trans, com quatro ocorr�ncias (1,33%); um caso de pessoa n�o bin�ria e outro envolvendo um heterossexual, que foi confundido com uma pessoa homossexual.
Primeiro levantamento sobre homossexuais e bissexuais no Brasil
Conforme dados da "Pesquisa Nacional de Sa�de (PNS): Orienta��o sexual autoidentificada da popula��o adulta", 2,9 milh�es de pessoas de 18 anos ou mais no Brasil se declaram l�sbicas, gays ou bissexuais.
O estudo foi divulgado em 25 de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE). No entanto, o n�mero pode estar subnotificado. O IBGE avalia que a causa principal est� no estigma e preconceito por parte da sociedade. Com isso, as pessoas, possivelmente, n�o se sentem seguras em declarar a pr�pria orienta��o sexual.
Esta � a primeira vez que esse tipo de levantamento � feito entre a popula��o brasileira. Coletados em 2019, os dados mostram que 94,8% da popula��o adulta, o que equivale a 150,8 milh�es de pessoas, identificam-se como heterossexuais; 1,2%, ou 1,8 milh�o, declaram-se homossexuais; e 0,7%, ou 1,1 milh�o, consideram-se bissexuais.