Por Fernanda Tiemi Tubamoto*

O Minas Shopping, em Belo Horizonte, receber� a s�tima edi��o do Miss Minas Gerais Plus Size neste s�bado (15/10). O concurso apresentar� 20 candidatas de cidades mineiras que disputar�o por uma vaga para concorrer, em novembro, ao t�tulo nacional no Rio de Janeiro (RJ). O j�ri ser� composto por profissionais de segmentos plus size, e as participantes ser�o avaliadas em trajes casual, banho e gala.
Atualmente, o termo ‘plus size’ classifica manequins acima de 44, mas Erica Dante, idealizadora do concurso e ex-modelo plus size, explica que a denomina��o tem um significado muito maior. “Representa um movimento em constante evolu��o no Brasil e no mundo: a aceita��o do corpo e a quebra da tradicional cren�a limitante que relaciona um n�mero de manequim ao status de beleza e de sa�de.”
�rica explica que, quando trabalhava como modelo, percebeu que ela e outras modelos plus size recebiam um tratamento diferente das modelos magras, ent�o, resolveu abrir sua pr�pria ag�ncia com foco em plus size. O Miss Minas Gerais Plus Size surgiu a partir de uma demanda das pr�prias modelos com quem costumava trabalhar ainda em 2016, e � hoje, uma forma de levar representatividade ao mercado da beleza.
Conex�o entre as candidatas
Apesar da pandemia da COVID-19, Erica optou por n�o deixar de realizar o concurso em 2020, que aconteceu on-line e contou com atividades e cursos exclusivos desenvolvidos por J�lia Horta, vencedora da edi��o do Missa Brasil de 2019. Quando estimuladas a compartilhar experi�ncias entre si – principalmente preconceitos com base na gordofobia –, as participantes criaram uma conex�o que fez a rivalidade ser deixada de lado.
“A J�lia contou muito do preconceito que ela sofria, de pessoas apontando defeitos nela. ‘Voc� � muito magra pra ser plus size’; ‘Voc� est� gorda para ser Miss Brasil’; ‘Seu cabelo � feio’; ‘Seu nariz � torto’, e muitas outras coisas. Nisso, as meninas tamb�m puderam perceber que o problema do preconceito � com os outros”, conta Erica.
A partir do compartilhamento, as candidatas tamb�m impulsionaram a confian�a e a autoestima. Dante ainda explica que muitas das mulheres que escolhem participar do Miss sa�ram de relacionamentos abusivos, nos quais s� usavam roupas pretas como uma forma de mascarar o pr�prio corpo, mas que durante o concurso, levavam roupas vibrantes e cheias de brilho, relacionando as hist�rias � escolha do logo do Miss, que � uma borboleta.
“� um momento de transforma��o para essas mulheres, quando elas percebem que tudo aquilo que falaram para elas, elas s�o capazes de ultrapassar. Eu percebo o Miss como algo inspirador, uma conquista para elas como mulheres plus e algo inspirador para outras mulheres”, afirma Erica.
O evento tamb�m promove a hashtag #UmaVenceTodasGanham, afastando o estigma de que o concurso incentivaria a rivalidade entre as mulheres. “N�o pregamos essa disputa e entendemos que, dentro de um concurso que procura inspirar e dar voz a mulheres que cresceram aprendendo que seriam melhores na sociedade se o n�mero de seus manequins diminu�sse, devemos nos unir e n�o segregar”, afirma uma postagem no perfil do Miss.
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