
Antes do novo im�vel, Filipe Esdras e seu marido moravam no Sion, bairro nobre na Regi�o Centro-Sul da capital mineira. Por conta da faixa et�ria e classe social de seus antigos vizinhos, o casal j� estava acostumado com um certo conservadorismo.
Ao se mudar para o centro da cidade, o casal imaginou que as coisas seriam diferentes, em decorr�ncia da pluralidade de pessoas que vivem na regi�o.
Na �ltima quarta-feira (2/8), o companheiro de Filipe foi visitar o apartamento e foi chamado pela s�ndica, que desejava conversar com ele. Mesmo alegando que n�o tem "nada contra", disse, segundo ele, para o casal evitar qualquer tipo de demonstra��o de afeto nas �reas comuns do condom�nio, porque isso poderia incomodar os vizinhos.
“Ao saber do acontecido, fiquei extremamente incomodado com a situa��o. J� sabia que se tratava de uma ilegalidade, de uma homofobia velada, j� que a pessoa n�o teve coragem de assumir. N�o sabemos at� ent�o se foi um pedido que veio da pr�pria s�ndica ou de outro morador”, disse Filipe.
A mensagem enviada � s�ndica viralizou nas redes sociais. Entretanto, at� o momento da publica��o desta reportagem, Filipe n�o obteve respostas.

“Eu j� delimitei o meu espa�o. N�o aceitarei nenhum tipo de homofobia, seja ela velada ou direcionada. Estou pronto para exercer o meu direito enquanto homem gay casado, independente dos olhares dos outros. Viveremos sem sermos interpelados pela homofobia, caso contr�rio procuraremos os meios legais para resolver isso”, afirma ele.
Em junho de 2019, por 8 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela criminaliza��o da homofobia, equivalendo atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais ao crime de racismo, que � imprescrit�vel e inafian��vel.
*Estagi�ria sob a supervis�o do subeditor F�bio Corr�a