O 'olho do dono' faz a diferen�a em bares e restaurantes de BH

N�o h� badala��o, modernidades gourmet nem invencionices. Em BH, casas simples “de bairro” conquistam a freguesia oferecendo algo precioso: o olho do dono. Ou aquela “boa m�o” ao lidar com fog�es, panelas e pratos tradicionais.

Em Santa Tereza, o Bar do Walmir aposta na comida da vov�. H� 10 anos Walmir Jos� de Almeida comanda a casa. Ele foi campe�o mundial de futebol de sal�o pela Sele��o Brasileira, trabalhou em banco, fabricou sapatos. Por�m, s� encontrou sua verdadeira voca��o quando o cunhado decidiu lhe vender o ent�o Bar do Dondinho.

“N�o pensei duas vezes. Me desfiz da f�brica de cal�ados e comprei”, conta Walmir. E mudou tudo por l�, al�m da placa na porta. “Meu pensamento sempre foi comer aquela comidinha caseira e nunca repetir pratos. Por isso, meu card�pio muda de acordo com o dia da semana”, informa.

Como o p�blico vegano e vegetariano s� faz crescer, ele n�o se aperta. “Podem vir. Tenho op��es para esses clientes tamb�m, as nossas saladas. Se precisar, fa�o prato especial. � s� pedir.”

�s segundas-feiras, Walmir serve carne cozida, macarronada ao sugo, arroz e feij�o. Na ter�a, tem frango frito com maionese, farofa de couve com ovo, arroz e feij�o. Quarta-feira � dia de pernil de panela, tutu com couve e arroz. Na quinta, a carne cozida vem com mandioca, almeir�o, arroz e feij�o. Sexta-feira � dia de feijoada. Todas essas pedidas chegam � mesa com salada.

Quem quiser variar n�o fica com fome. Walmir oferece bife de boi, bife de porco, til�pia e omelete de queijo como alternativas. O pre�o da refei��o � R$ 14 e R$ 18 (com til�pia).

N�o � exagero dizer que o feij�o-tropeiro se tornou “cart�o-postal” da culin�ria mineira. Os turistas que o digam... Com 28 lugares – quatro mesas do lado de dentro e tr�s l� fora –, a Torresmeria, no Bairro Floresta, � pequena, mas se garante.

Jonny, o simp�tico gar�om, confirma: o tropeiro de l� tem tudo a ver com aquele do famoso Bar 13 do Mineir�o. Marcos Vinicius Resende Corr�a, dono da casa, revela: a cozinheira � Suzana Imaculada. “Ela � filha da Dalva do Bar 13.” O fregu�s paga R$ 20 pelo prato.

O bar da Floresta tamb�m capricha no torresmo de barriga. Outras atra��es s�o o croquete de porco, o lombo pururucado e o pastel de queijo canastra. (ID)

Esquina das ruas Quimberlita e Tenente Vit�rio, Santa Tereza. (31) 97574-6810. Almo�o: de segunda a sexta-feira, das 11h �s 16h. De quarta-feira a domingo, funciona das 11h � meia-noite.

Rua Tabaiares, 20, Bairro Floresta. (31) 98413-8892. Abre de quarta a sexta-feira, das 18h � meia-noite; s�bado e domingo, das 10h �s 18h30.

Quando a publicit�ria cearense Glau�a Pinheiro se aposentou, decidiu abrir um pequeno restaurante em BH, cidade onde mora h� muito tempo. H� 14 anos ela comanda o Cantinho da Glau, no Bairro Sagrada Fam�lia.

“A casa � pequena, mas fica em um local privilegiado. As pessoas descobriram a minha comida nordestina. Sirvo carne-seca e bai�o-de-dois, al�m de dobradinha e do torresmo de barriga pururucado”, conta ela.

O Cantinho � fruto de um projeto afetivo. “Queria resgatar os amigos, uma vez que est�vamos afastados em virtude da aposentadoria de v�rios deles. Consegui, e ainda fiz novos amigos. A princ�pio, o meu objetivo n�o era ganhar dinheiro, mesmo porque esse ramo � complicado, principalmente com a economia louca deste pa�s. O que conta pra mim � o prazer de trabalhar e de cozinhar”, diz Glau�a.

Outro de seus prazeres � divulgar a culin�ria do Nordeste. Ela tem orgulho do bai�o-de-dois � moda de Fortaleza, sua terra natal. “O que � servido em alguns bares daqui de BH, com certeza, n�o � t�o saboroso quanto o meu, mod�stia � parte. Tenho bastante know how para oferecer qualidade”, garante. O bai�o-de-dois da cearense custa R$ 21,90.

“Temos tamb�m a carne de sol, que eu mesma preparo, servida com manteiga de garrafa e mandioca cozida”, acrescenta Glau. O pre�o � R$ 40. A dobradinha � feita por encomenda. O torresmo de barriga pururucado, servido com geleia picante feita por Glau, custa R$ 40.

“J� cheguei a fazer de 60 a 70 pratos de bai�o-de-dois por dia, mas decidi limitar a quantidade a 15, no m�ximo”, informa. Glau serve de 6 a 10 pratos de carne de sol e de 10 a 15 torresmos de barriga pururucados. “N�o penso em ampliar o neg�cio no momento, est� indo bem dessa maneira. Eu mesma cozinho e administro a casa. Fa�o compras, cozinho e cuido da parte administrativa. Uma auxiliar me ajuda, mas fa�o os pratos mais fortes. Gosto de ficar na cozinha”, revela a ex-publicit�ria.

Entre os tira-gostos, a por��o de bolinhos custa R$ 17,90 e o bolinho de bacalhau sai por R$ 21,90. O cliente paga R$ 8,80 pela por��o de moela. (AP)

Rua Stela de Souza, 596, Sagrada Fam�lia. (31) 99977-1552. Abre de ter�a a sexta-feira, a partir das 18h, e s�bados, domingos e feriados, a partir das 13h.

Paulo Assun��o e Jaidete Moura dos Santos Ara�jo abriram o Sabor no Quilo, pequeno estabelecimento no  Sion, depois de comandar um sacol�o, um a�ougue e uma mercearia. “Gosto muito de cozinhar, e isso foi fundamental para a nossa decis�o”, conta Jaidete.

O self-service aposta na famosa comida da vov�. “Chegamos a vender de 150 a 200 pratos por dia, al�m de cerca de 50 marmitex”, informa Jaidete. O pre�o varia de R$ 11,50 a R$ 14,50 (self service). Na balan�a, o quilo custa R$ 35.

O olho da dona � fundamental. “Fa�o quest�o de estar presente todos os dias, ver tudo de perto e de cozinhar com amor. Sendo gostosa, benfeita e agradando aos clientes, a comida faz a nossa fama, pois o pessoal conta para os amigos e vizinhos. O segredo � fazer com carinho”, diz ela.

Jaidete tem quatro funcion�rios, mas p�e a m�o na massa. “Vou para a cozinha, fa�o comida e ainda encontro tempo para ajudar no sal�o. Por enquanto, ainda n�o sei se vamos expandir. Esse � o desejo de todo empreendedor, n�? Vamos ver como ficar� a economia do pa�s, que est� passando por uma crise meio complicada”, afirma. (AP)

Rua Venezuela, 329, Sion. (31) 3285-2955. Abre de segunda a sexta-feira, das 7h �s 15h, e aos s�bados, das 8h �s 14h.