A estudante Nat�lia Zuca, que vai se mudar para S�o Paulo, anunciou seu apartamento no S�o Pedro depois de pesquisar pre�os no mercado
De janeiro a junho, os an�ncios para im�veis residenciais cresceram 31,2%. Para os pontos comerciais a alta foi de 26,4%. Esses s�o os maiores patamares para um semestre observado nos �ltimos 10 anos, segundo pesquisa da C�mara do Mercado Imobili�rio e Sindicato das Empresas do Mercado Imobili�rio de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), em parceria com a Funda��o Ipead/UFMG. Para se ter ideia, no mesmo per�odo do ano passado a oferta de im�veis residenciais fechou o semestre com recuo de 4,78%. No com�rcio o percentual era ainda mais baixo. De janeiro a junho do ano passado fechou em -7,32%.
A amplia��o de vagas livres dos an�ncios ainda n�o aliviou o bolso do consumidor. De janeiro a junho, os pre�os dos im�veis residenciais praticamente acompanharam a infla��o, avan�aram 3,27% frente a uma alta do �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) de 3,76%. Os pre�os dos im�veis comerciais, apesar da explos�o da oferta, permanecem acima do custo de vida e acumularam alta de 4,35% em seis meses. Em junho, os alugu�is residenciais tiveram alta de 0,60% frente a uma infla��o de 0,26% e os comerciais tiveram no m�s alta mais forte, de 0,62%.
Fernando Junior, vice-presidente da CMI, diz que as obras iniciadas na cidade entre 2009 e 2010 come�aram a ser entregues no �ltimo ano pelas construtoras e, at� a Copa do Mundo de 2014, mais im�veis novos devem entrar no mercado, concluindo os investimentos do setor para o evento. Do outro lado, � medida que mais brasileiros mudam de endere�o para a casa pr�pria, mais vagas tendem a ser abertas no aluguel. “Os pre�os dos im�veis, a partir de agora, devem seguir trajet�ria de estabiliza��o, mas n�o h� espa�o para recuos, uma vez que a demanda continua maior que a oferta”, avalia Junior. Segundo ele, o crescimento da capta��o por parte das imobili�rias tamb�m contribuiu para alavancar a oferta no mercado.

Al�m dos im�veis novos, que contribuem para o crescimento das vagas abertas para o aluguel, o indicador mais preocupante � o esfriamento mais generalizado. “Essa alta observada em junho na oferta dos im�veis residenciais � muito expressiva. � um alerta”, aponta Fernando Junior, vice-presidente do Creci-MG.
Obras
Cl�udia Volpine, presidente do Conselho de Com�rcio e Servi�o da Associa��o Comercial e Empresarial de Minas Gerais (AC-Minas) diz que uma combina��o de fatores justificam a alta da oferta de pontos comerciais. Segundo ela, al�m do crescimento mais fraco da economia, as obras civis iniciadas na cidade para os grandes eventos esportivos tiveram o cronograma ampliado al�m da previs�o inicial, o que levou muitos pontos comerciais, especialmente na Regi�o Centro-Sul ao desequil�brio financeiro. “Somado a isso, ap�s obras de revitaliza��o, muitos alugu�is dobraram de pre�o, sem a contrapartida do faturamento, o que ampliou os preju�zos”, diz Volpine. “Muitos enfrentam a��es de despejo”, afirma.
Gabriel de Andrade Ivo, economista da Federa��o do Com�rcio de Minas Gerais (Fecom�rcio-MG), aponta que o crescimento do com�rcio e servi�os em 2013, na expectativa da institui��o, deve ser pouco superior ao Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s, variando entre 2,5% e 3%.
Tempo de espera � baixo
Dados do mercado j� apontam para melhores condi��es de pre�os ao inquilino. O tempo para alugar um im�vel entre dois e tr�s quartos na Regi�o Centro-Sul por exemplo, ou pr�ximo a faculdades, continua curto, de aproximadamente dois meses. No entanto, para garantir neg�cio r�pido, muitos est�o tendo que adequar os pre�os a patamares mais baixos. “H� dois anos, o mercado experimentou uma grande euforia, agora os pre�os tendem a se estabilizar”, diz Paulo Tavares, presidente do Conselho Regional de Corretores de Im�veis (Creci-MG). Segundo ele, em 2011, Belo Horizonte experimentava uma oferta de im�veis 60% inferior � demanda. Hoje, essa dist�ncia ficou menor e o patamar j� se aproxima do equil�brio.
A estudante Nat�lia Zuca est� de mudan�a para S�o Paulo e anunciou para aluguel seu apartamento de tr�s quartos no Bairro S�o Pedro. Ontem, ela se preparava para fechar o neg�cio. Para conseguir alugar o apartamento mais r�pido, ela fez uma pesquisa de pre�os e decidiu alugar por valor abaixo da m�dia do mercado. “Poderia alugar por at� R$ 2,1 mil, mas decidi anunci�-lo por R$ 1,7 mil”, comentou. Segundo Paulo Tavares, ajustar o pre�o do im�vel � realidade do mercado acelera a loca��o.
Al�m do aquecimento da constru��o civil, motor do mercado de trabalho e da economia, a amplia��o do cr�dito imobili�rio � apontado como motivo do in�cio de uma volta para o eixo dos alugu�is. Segundo Tavares a amplia��o do prazo para o financiamento imobili�rio tamb�m foi decisivo para equilibrar o mercado. “Nos �ltimos sete meses, o prazo m�ximo para financiamento foi ampliado de 30 para 35 anos.” (MC)
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