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Estado de Minas

No dia do trabalhador, 13,4 milh�es de brasileiros procuram emprego

S�o 1,2 milh�o a mais de desempregados que em dezembro. Algumas dessas pessoas contam ao EM como � a busca por uma vaga


postado em 01/05/2019 05:04 / atualizado em 14/06/2019 20:34

 

Nas m�os, a carteira de trabalho, a identidade e o CPF. Na face, o semblante de cansa�o de algu�m que est� h� dias, meses ou at� anos procurando emprego rotineiramente. Quem trabalha nos guich�s do Sistema Nacional de Emprego (Sine) BHResolve v� essa cena se repetir milhares de vezes ao m�s, cinco dias na semana. Hoje, 1° de maio, 13,4 milh�es de brasileiros passam o Dia do Trabalho sem trabalho. O n�mero de desempregados, referente ao trimestre terminado em mar�o, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), � 1,2 milh�o maior que o registrado no �ltimo trimestre de 2018 e equivale a 12,7% de toda a popula��o com potencial de trabalho acima de 14 anos. Incluindo o total de pessoas subocupadas, por insufici�ncia de horas trabalhadas, o percentual salta para 25%.

 

J� a popula��o desalentada, que desistiu de buscar uma vaga no mercado, alcan�ou o recorde de 4,8 milh�es. O resultado significa 180 mil desalentados a mais em rela��o ao trimestre encerrado em dezembro de 2018. Em um ano, 256 mil pessoas a mais ca�ram no desalento.


De acordo com a Secretaria Municipal Desenvolvimento Econ�mico e da Subsecretaria de Trabalho e Emprego, o Sine de Belo Horizonte atende a 500 pessoas por dia. S� nos tr�s primeiros meses de 2019, as tr�s unidades (Centro, Barreiro e Venda Nova) receberam 51 mil trabalhadores. No ano passado, 9.453 pessoas foram encaminhadas para vaga de emprego por meio do Sine. Dessas, mais de mil conseguiram entrar no mercado de trabalho, o equivalente a 10,7%. Ao todo foram oferecidas 5.709 vagas.

A ansiedade e a esperan�a tamb�m s�o intensas entre os profissionais que procuram vagas de emprego pela internet, por meio de aplicativos, e-mails ou sites de buscas. De acordo com a �ltima pesquisa divulgada pelo Ibope Conecta, 77% dos internautas brasileiros j� procuraram emprego pela internet. Desses, 68% t�m entre 16 a 34 anos. Al�m disso, quando questionados se conseguiram alguma entrevista por meio desses sites, 44% afirmam que sim. No entanto, 51% n�o foram contratados.

� o caso da jornalista Ana Carolina Dias, de 23, que est� desempregada h� seis meses. Seu �ltimo emprego foi assessorando a campanha de um candidato a deputado federal. Desde ent�o, ela chegou a fazer seis entrevistas de emprego – todas encontradas em sites de buscas –, mas n�o foi chamada para nenhuma vaga. “Ou era qualificada demais, ou n�o tinha a qualifica��o necess�ria”, conta.

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press )

Quando se formou, em agosto de 2018, Ana conseguiu emprego rapidamente, mas como assistente de log�stica de uma empresa de transporte de passageiros. “Sempre me interessei pela �rea, mas continuava procurando emprego no jornalismo, apesar de eu n�o encontrar.” O emprego durou quatro meses e, em janeiro, ela foi demitida ap�s um processo de corte de gastos da empresa.


Atualmente, Ana voltou a procurar emprego em outras �reas, mas est� encontrando dificuldades com os sal�rios propostos. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea), a jornalista faz parte da faixa et�ria que mais tem dificuldades para encontrar emprego: mais de um quarto dos brasileiros de 18 a 24 anos est�o desempregados.

Quem tamb�m est� sempre ligada em vagas anunciadas na internet � a rec�m-formada La�za Am�lia, de 28. Bacharel em ci�ncias cont�beis desde dezembro do ano passado e m�e de uma menina de 7 anos, ela conta que em um s� dia j� chegou a mandar curr�culo para mais de 30 empresas. “� frustrante, principalmente para n�s, de classe m�dia baixa, conseguir se formar em um curso superior e n�o arranjar emprego depois”, desabafa. La�za trabalha desde os 16 anos, quando arrumou uma vaga de atendente no McDonald’s.

Atualmente, para se sustentar e � filha, La�za ajuda a fam�lia na produ��o de salgadinhos. Enquanto isso, al�m de procurar emprego, estuda para o concurso de agente da Guarda Municipal. “Tenho esperan�a de, na menor faixa de tempo, j� ter um emprego. Mas a gente v� que a popula��o est� descrente.”

ENSINO M�DIO 


Renato Gil, de 35, faz parte do �ndice do Ipea que aponta que 57% dos brasileiros sem ensino superior est�o desempregados. Seu �ltimo emprego foi em agosto de 2016, quando foi demitido de uma empresa que prestava servi�o de seguran�a para a Receita Estadual. Com a crise do estado, o governo cortou o or�amento e Renato foi pra rua.

Com duas filhas, de 7 e 17 anos, ele atualmente vive de “bicos” que amigos arrumam, como motorista aut�nomo e seguran�a em grandes eventos. No entanto, Renato passa o maior tempo dos dias cuidando da filha mais nova, o que chega a ser uma barreira na procura de empregos. Em uma das duas vezes em que chegou a fazer entrevista, a empresa necessitava de algu�m que trabalhasse o dia inteiro. “N�o posso deixar minha filha sozinha, n�o compensa pagar metade do meu sal�rio para contratar algu�m para cuidar dela. Estaria pagando para trabalhar”, lamenta.

Patr�cia Lima, de 27, tamb�m n�o tem curso superior. M�e de uma menina de 8 anos, ela est� desempregada desde dezembro, quando acabou saindo da casa onde trabalhava como empregada dom�stica. L�,  n�o chegou a ter a carteira assinada. Quando entrou no trabalho, em agosto de 2018, fez um acordo com a patroa e as duas decidiram iniciar uma “experi�ncia” de seis meses. “N�o deu certo e, quando chegou no final do ano, acabei saindo”, conta.

Patr�cia � do tipo “faz de tudo”. J� trabalhou como atendente, auxiliar de cozinha e recepcionista de restaurante. Atualmente, faz faxina como forma de conseguir o sustento. Mesmo assim, passa dificuldade, j� que as demandas n�o aparecem frequentemente. Al�m disso, ela divide seu tempo procurando emprego com conhecidos. “Fui em v�rias lojas de roupas, nas ag�ncias (de emprego), enviei curr�culo para telemarketing, restaurante, enviei e-mail, j� fui em loja e at� hoje ningu�m me chamou”, suspira, com a voz cansada.

Mesmo com a dificuldade atual, Patr�cia garante que j� passou por maus bocados. Em 2015, chegou a ficar um ano e meio desempregada. Nesse per�odo, teve que se virar com a faxina para conseguir bancar seu dia a dia e de sua filha, que, atualmente, estuda em escola integral. Ela conta que chegou a ir ao Sine, mas n�o gostou de l�. “Eles nunca chamam. Ningu�m que eu conhe�o conseguiu emprego l�”, reclama.

TR�S ANOS DE ESPERA


 Com dois filhos, de 15 e 17 anos, Wagner Marcelino, de 45, � considerado uma exce��o no universo dos desempregados neste Dia do Trabalho. Em fevereiro deste ano, foi avisado pelo cunhado de que havia uma vaga no Sine para motorista de caminh�o. Elaborou seu perfil para concorrer � vaga. Logo depois, participou de um processo seletivo da empresa e foi contratado. Agora, ele recebe direitos garantidos pela CLT, como carteira assinada e plano de sa�de.

Mas n�o foi f�cil chegar at� aqui: ele demorou quase tr�s anos para conseguir uma vaga. Motorista profissional h� mais de 20 anos, foi demitido em 2016 da empresa de �nibus onde trabalhava. Desde ent�o, come�ou a procurar emprego em outras companhias, mas n�o obteve sucesso, at� que come�ou a trabalhar como motorista de aplicativo de transporte.

‘QUEM N�O TEM C�O...’  


Formado em Engenharia de produção, Augusto Meiva da Silva dá aula de inglês até conseguir uma colocação(foto: Leandro Couri/EM)
Formado em Engenharia de produ��o, Augusto Meiva da Silva d� aula de ingl�s at� conseguir uma coloca��o (foto: Leandro Couri/EM)

 

Augusto Henrique Meiva da Silva passou cinco anos na faculdade, seu sonho era ser um engenheiro de produ��o. Durante esse per�odo, chegou a fazer dois est�gios e acreditava que estava no caminho certo. Em dezembro de 2017, formou-se e, enfim, era um engenheiro. Come�ou a procurar emprego, enviar curr�culo, e-mails e perguntar a conhecidos se sabiam de vagas. A resposta, por�m, era sempre a mesma: n�o. Passou oito meses procurando emprego, at� que decidiu juntar o �til ao agrad�vel e dar um basta naquele impasse.

 

H� alguns anos, Augusto havia feito um interc�mbio nos EUA, onde obteve o certificado TOEFL, que comprova a profici�ncia em ingl�s. Assim, optou por retornar � escola onde aprendera a l�ngua no Brasil e apresentou o curr�culo aos diretores. Foi contratado em agosto de 2018, onde est� at� hoje lecionando e tem acesso aos direitos trabalhistas, inclusive a carteira de trabalho assinada.

 

Apesar do emprego garantido, em janeiro deste ano, Augusto voltou a procurar emprego na engenharia. Desde ent�o, j� participou de 10 processos seletivos, teve sete respostas negativas e aguarda outras tr�s. “Minha inten��o � conciliar as duas coisas que eu gosto de fazer: trabalhar de dia como engenheiro e, de noite, como professor de ingl�s”.

DESEMPREGADOS DE 40 A 59 ANOS REPRESENTAM 6,9% DO TOTAL DE DESOCUPADOS



"� frustrante, principalmente para n�s, de classe  m�dia baixa, conseguir se formar em um curso superior e n�o arranjar emprego depois”

. La�za Am�lia,
28 anos, formada em ci�ncias cont�beis

 

"N�o compensa pagar metade do meu sal�rio para contratar algu�m para cuidar da minha filha. Estaria pagando para trabalhar”


. Renato Gil,
35 anos, motorista aut�nomo  e seguran�a

 

"Fui a v�rias lojas de roupas, nas ag�ncias (de emprego), enviei curr�culo para telemarketing, restaurante, enviei e-mail e at� hoje ningu�m me chamou”
. Patr�cia Lima,
27 anos, sem curso superior, busca vaga em diversas atividades

"Cheguei a fazer seis entrevistas de emprego, mas n�o fui chamada para nenhuma vaga. Ou era qualificada demais, ou n�o tinha a qualifica��o necess�ria”

. Ana Carolina Dias,
23 anos, jornalista

*Estagi�rio sob supervis�o do editor Renato Scapolatempore


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