A avalanche de alternativas de transporte dos �ltimos anos parece estar soterrando de vez a ideia de que carro pr�prio � sin�nimo de liberdade. Enquanto muita gente aproveita os servi�os de compartilhamento de carros, bicicletas e patinetes enquanto pensa se ainda vale a pena manter um autom�vel na garagem, parte dos jovens j� tem certeza de que n�o.
Eles n�o s� n�o pensam em comprar carro como nem sequer querem dirigir. O n�mero de emiss�es de Carteira Nacional de Habilita��o (CNH) para quem tem entre 18 e 21 anos caiu 20,6% em tr�s anos, segundo dados do Departamento Nacional de Tr�nsito (Denatran). O total passou de 1,2 milh�o, em 2014, para 939 mil, em 2017. Houve queda tamb�m nas outras faixas et�rias, o que reduziu de 3 milh�es para 2,1 milh�es o total de emiss�es no mesmo per�odo.
A mudan�a de h�bito � impulsionada tamb�m por quest�es econ�micas. Um estudo in�dito do Boston Consulting Group (BCG) aponta que, para o consumidor que roda entre 7.000 km e 8.000 km por ano - fatia que representa cerca de 25% das pessoas que t�m carro -, vale mais a pena usar um ve�culo compartilhado em seus deslocamentos.
"O pior uso do carro � o pouco uso, uma vez que � um ativo caro, que deprecia rapidamente e com uma s�rie de custos fixos que independem do quanto voc� usa", diz R�gis Nieto, s�cio do BCG e um dos l�deres de projetos voltados para mobilidade e ind�stria automotiva no Brasil. O executivo salienta que essa conclus�o � baseada apenas em uma an�lise econ�mica e n�o leva em considera��o outros fatores. "� importante lembrar que abrir m�o do carro traz efici�ncia, mas h� perdas em situa��es espec�ficas, como na hora de sair com a namorada, viajar ou passear com crian�as pequenas que precisam de cadeirinha", afirma. No dia 30 de maio, ele participa do Summit Mobilidade Urbana, realizado pelo Estado.
Outro ponto importante que a pesquisa identificou est� relacionado � seguran�a. Para 16% dos entrevistados, entrar no carro de algu�m que n�o conhecem � motivo de desconforto. Uma fatia de 13% se incomoda com a falta de privacidade que a presen�a de um motorista de aplicativo representa. Foram citados ainda como obst�culo � ades�o total ao carro compartilhado a inconst�ncia do tempo de espera e a necessidade de transportar equipamentos como carrinhos de beb� e as pr�prias cadeirinhas infantis. "Voc� vai justificar o uso do carro com outros fatores ligados a conforto e comodidade, mas economicamente, mesmo que a vaga de estacionamento seja muito barata, n�o compensa".
Alternativas
Na regi�o da Avenida Faria Lima, o carro pr�prio compete n�o s� com os servi�os por aplicativo, mas tamb�m com patinetes e bicicletas. "No pre�o atual, o patinete n�o � uma solu��o de mobilidade. Ele � mais desconfort�vel e mais caro que a corrida compartilhada entre v�rios usu�rios feita por aplicativo", avalia Nieto. J� a bicicleta traz vantagens: pre�o mais acess�vel e possibilidade de aproveitar o deslocamento para fazer atividade f�sica. Mas a agressividade do tr�nsito e o tamanho da cidade dificultam o aumento da ades�o.
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