
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, negou, ontem, a exist�ncia de estudos sobre mudan�a na remunera��o aplicada �s cadernetas de poupan�a. “Sempre acompanhamos as migra��es nos fluxos de categorias dos investimentos. N�o existe nenhum estudo de mudan�a da remunera��o da poupan�a sendo feito pelo BC. N�o reconhe�o. N�o estamos fazendo isso. Avaliamos a migra��o e se isso est� sendo feito de forma saud�vel”, explicou ele, em entrevista coletiva.
No m�s passado, surgiu a pol�mica sobre poss�veis altera��es das regras de remunera��o da tradicional aplica��o do brasileiro, tendo em vista o fato de a Selic estar alcan�ado o piso hist�rico. Al�m disso, contribuiu a abertura do caminho para corre��o dos financiamentos imobili�rios pela infla��o.
A ideia por tr�s dessa eventual altera��o � desatrelar a rentabilidade das cadernetas � taxa b�sica de juros com o argumento de que � preciso fazer com que essas contas acompanhem os indicadores usados nos financiamentos imobili�rios, principal destino do dinheiro da poupan�a. A remunera��o da aplica��o foi alterada pela �ltima vez h� menos de 10 anos, em 2012, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff num ambiente de queda do juro para um novo piso hist�rico.
Agora, a equipe econ�mica cogita mudar regras novamente e uma alternativa seria atrelar a rentabilidade da caderneta ao �ndice Nacional de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA). Hoje, a poupan�a � remunerada pela Taxa Referencial (TR), que atualmente est� zerada, somada a 70% da taxa b�sica da economia. A regra atual, alterada no governo da ex-presidente Dilma, entra em vigor toda vez que a Selic cair abaixo dos 8,5% ao ano para dep�sitos feitos ap�s maio de 2012.
Press�o externa
O coordenador-geral de Opera��es da D�vida P�blica, Lu�s Felipe Vital, afirmou que a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e o risco de recess�o global aumentaram a percep��o de risco em agosto e contribu�ram para elevar os juros cobrados nos leil�es de pap�is do Tesouro Nacional no fim do m�s passado. “Encerramos agosto com pequena alta nos juros dom�sticos”, afirmou. Ele destacou que mais de 50% das emiss�es feitas em agosto foram de pap�is prefixados, considerados mais previs�veis para a gest�o da d�vida. A alta do d�lar em agosto tamb�m impactou a composi��o e o estoque da d�vida p�blica federal . A varia��o do valor da moeda norte-americana foi de quase 10%, pressionando os t�tulos atrelados a ela.
