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Estado de Minas MERCADO EM TRANSFORMA��O

Entenda por que a ind�stria de carros nunca mais ser� a mesma

Revolu��es tecnol�gicas e profundas mudan�as na sociedade colocam em xeque o futuro das montadoras tradicionais. Carro perde status como objeto de desejo


postado em 06/12/2019 04:00 / atualizado em 06/12/2019 08:36

Uma das maiores empregadoras da Alemanha, com 140 mil postos de trabalho, a Daimler declarou recentemente que %u201Ca indústria automobilística passa pela maior transformação de sua história%u201D (foto: Thomas Kienzle/AFP - 6/2/2019)
Uma das maiores empregadoras da Alemanha, com 140 mil postos de trabalho, a Daimler declarou recentemente que %u201Ca ind�stria automobil�stica passa pela maior transforma��o de sua hist�ria%u201D (foto: Thomas Kienzle/AFP - 6/2/2019)


S�o Paulo – De tempos em tempos, a inova��o tecnol�gica provoca danos em algum setor espec�fico da economia. A era do streaming devastou a ind�stria dos CDs, que por sua vez havia destru�do o mercado de vinis. �s vezes, s�o as mudan�as de comportamento da sociedade que levam a mudan�as. O cerco ao cigarro e a procura por h�bitos saud�veis colocaram em xeque a ind�stria do tabaco. Recentemente, a Philip Morris, dona da marca Marlboro, anunciou que deixar� de produzir cigarros. Quando os dois movimentos ocorrem juntos – o avan�o tecnol�gico e o surgimento de novos h�bitos sociais –, uma revolu��o est� prestes a acontecer.

Poucos setores est�o t�o expostos �s transforma��es da nova era quanto a ind�stria automotiva. De um lado, as empresas tradicionais s�o amea�adas pela entrada das gigantes de tecnologia no neg�cio, como Tesla, Google e Apple. De outro, elas sofrem com as mudan�as culturais. Se nos �ltimos 100 anos o carro foi objeto de desejo para diferentes gera��es, agora ele � visto cada vez mais como um servi�o e n�o como um bem privado. Em outras palavras: o jovem de hoje em dia n�o sonha mais em ter uma m�quina que d� orgulho ou desperte o prazer de dirigir, mas sim em usar o ve�culo apenas como instrumento de locomo��o – e usando um aplicativo para ter acesso ao autom�vel.

Um estudo recente realizado pela consultoria KPMG mostrou o que est� por vir. De acordo com o levantamento, o n�mero de montadoras deve diminuir de maneira acentuada at� 2030. S� vai sobreviver quem tiver a capacidade de se reinventar, o que nunca � f�cil para companhias acostumadas a ciclos cont�nuos de crescimento sem precisar inovar muito.

“As montadoras, que implementaram um modelo de neg�cio consistente por 100 anos, est�o atravessando um per�odo de transforma��es sem precedentes”, disse, na ocasi�o do lan�amento do estudo Ricardo Bacellar, l�der do setor automotivo da KPMG. “Como a mobilidade pessoal � mais ampla do que o fornecimento de um ve�culo, muitas montadoras planejam se tornar prestadoras de servi�os. O tempo para criar oportunidades est� pressionando os l�deres dessas empresas.”

Os l�deres das montadoras, de fato, nunca estiveram t�o pressionados. Proje��es mostram que a ind�stria automobil�stica global dever� produzir 88,8 milh�es de carros e caminh�es leves em 2019. Se o n�mero for confirmado, representar� uma queda de quase 6% na compara��o com 2018, de acordo com informa��es da consultoria IHS Markit.

Ao que parece, o decl�nio ser� duradouro. No ano que vem, segundo estimativas da IHS, a previs�o � de entregas globais de 78,9 milh�es de ve�culos, o n�vel mais baixo desde 2015. A continuar nesse ritmo, em uma d�cada o setor poder� fabricar menos de 50 milh�es de unidades por ano, o que ser� devastador para a maioria das empresas.

Empregados 

O recuo da produ��o de ve�culos j� afeta os n�veis de emprego. De acordo com um levantamento realizado pela Bloomberg News, as montadoras est�o prestes a cortar mais 80 mil postos de trabalho. Os cortes come�aram. 

Recentemente, as alem�s Daimler e Audi anunciaram cerca de 20 mil demiss�es, seguindo os passos das americanas General Motors, Ford e Nissan, que tamb�m promoveram demiss�es nos �ltimos meses. “A ind�stria automobil�stica est� passando pela maior transforma��o de sua hist�ria”, declarou a Daimler no comunicado para justificar os cortes. 

A empresa � uma das maiores empregadoras da Alemanha, sendo respons�vel por 140 mil postos de trabalho.Segundo Bernhard Mattes, presidente da poderosa Associa��o Alem� da Ind�stria Automotiva (VDA), uma das entidades de maior peso no pa�s, o ritmo de cortes de empregos dever� ser “mais pronunciado em 2020”. 

Com a produ��o em queda e vendas menores, as montadoras s�o obrigadas a reagir. Apenas na Mercedes-Benz, o custo de pessoal chega a 13 bilh�es de euros anuais. Em confer�ncia de imprensa em Berlim, Mattes exp�s a sua preocupa��o. “Vivemos uma mudan�a estrutural com investimentos altos e deteriora��o da din�mica de mercado”, declarou. “Muitas empresas sentem a tens�o.”

Gillian Davis, analista da Bloomberg Intelligence, aponta os fatores que criaram novas dificuldades para as montadoras. “A persistente desacelera��o nos mercados globais continuar� impactando as margens e os lucros das montadoras”, disse o especialista. “Os lucros foram afetados pelo aumento dos gastos em pesquisa para o desenvolvimento da tecnologia de dire��o aut�noma. Agora, muitas montadoras est�o focadas em planos de corte de custos para evitar a eros�o das margens.”

� consenso entre os analistas da ind�stria automotiva que a onda de cortes no setor dever� se concentrar na Europa e nos Estados Unidos. Em muitos pa�ses emergentes, o cen�rio � oposto. No Brasil, a retomada econ�mica ancorada no aumento do consumo j� come�a a trazer sinais positivos.

De acordo com a consultoria Bright Consulting, o mercado brasileiro dever� encerrar 2019 com 2,66 milh�es de ve�culos leves emplacados, um crescimento de 7,7% na compara��o com 2018. Em dezembro, a m�dia de vendas di�rias est� na casa das 12 mil unidades, recorde para o setor. Em 2020, a Bright espera que sejam vendidos 2,85 milh�es de autom�veis no Brasil, resultado que confirmaria que o pa�s est� muito longe de replicar a crise das na��es ricas.

"Como a mobilidade pessoal � mais ampla do que o fornecimento de um ve�culo, muitas 
montadoras planejam se tornar prestadoras de servi�os"
Ricardo Bacellar, 
l�der do setor automotivo da consultoria KPMG



Volks vai investir R$ 100 milh�es em caminh�es el�tricos

A ind�stria automotiva est� entrando na era dos ve�culos movidos a eletricidade. Nos �ltimos dois anos, uma onda de investimentos foi anunciada por praticamente todas as grandes montadoras globais. 

A mais recente deles partiu da Volkswagen Caminh�es e �nibus, que ir� desembolsar R$ 110 milh�es na f�brica de Resende, no Rio de Janeiro, para come�ar a montar caminh�es el�tricos em 2020. 

Segundo Roberto Cortes, presidente da VWCO, o aporte integra o ciclo atual de investimentos da empresa, estimado em R$ 1,5 bilh�o no pa�s at� 2021. O executivo afirma que os valores ser�o utilizados na pesquisa, desenvolvimento e lan�amento de ve�culos.

Em um primeiro momento, a VWCO utilizar� a fam�lia Delivery para a produ��o de caminh�es el�tricos. Al�m disso, a empresa estuda a produ��o do �nibus h�brido e-Flex, ainda sem data para estrear no mercado brasileiro. 

“Infelizmente, n�o � poss�vel fazer tudo ao mesmo tempo”, justificou Cortes sobre a produ��o no Brasil do �nibus e-Flex da Volks. “A nossa prioridade � lan�ar caminh�es el�tricos de 9, 11 e 13 toneladas.” 
 
 
 

Em decl�nio
88,8 milh�es
de carros e caminh�es 
leves deve ser o total da 
produ��o mundial em 2019


6%
ser� a queda na produ��o da ind�stria automobil�stica global em rela��o a 2018 caso a estimativa se 
confirme, de acordo 
com informa��es da 
consultoria IHS Markit


78,9 milh�es
de ve�culos � a previs�o 
de entregas globais no 
ano que vem, o n�vel mais baixo desde 2015

(foto: Malagrine/Divulgação)
(foto: Malagrine/Divulga��o)

"A nossa prioridade � lan�ar caminh�es el�tricos de 9, 11 e 13 toneladas"
Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminh�es e �nibus



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