Reuni�o que definiu manuten��o da taxa b�sica de juros no valor atual contou com a participa��o do presidente do BC Roberto Campos Neto e seis diretores
Taxa b�sica em 13,75% ao ano � um dos pontos mais criticados pelo presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) neste mandato
Marcello Casal Jr./Ag�ncia Brasil
O Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa b�sica da economia (Selic) em 13,75% ao ano pela 6ª reuni�o consecutiva e manteve o mesmo tom do comunicado anterior, deixando a porta aberta para eventual alta dos juros.
“O Copom enfatiza que, apesar de ser um cen�rio menos prov�vel, n�o hesitar� em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinfla��o n�o transcorra como esperado”, destacou o texto do comunicado.
Participaram da reuni�o de hoje do Copom o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e seis diretores. O diretor de Pol�tica Monet�ria, Bruno Serra Fernandes, cujo mandato terminou em 28 de fevereiro, pediu pediu exonera��o do cargo no �ltimo dia 27. J� a diretora Carolina de Assis Barros, titular da diretoria de Administra��o (Dirad), n�o participou do Copom “por motivo de falecimento de familiar em primeiro grau”, de acordo com a assessoria do BC.
Veja a �ntegra do comunicado do Copom
O ambiente externo se mant�m adverso. Os epis�dios envolvendo bancos no exterior t�m elevado a incerteza, mas com cont�gio limitado sobre as condi��es financeiras at� o momento, requerendo cont�nuo monitoramento. Em paralelo, os bancos centrais das principais economias seguem determinados em promover a converg�ncia das taxas de infla��o para suas metas, em um ambiente em que a infla��o se mostra resiliente.
Em rela��o ao cen�rio dom�stico, o conjunto dos indicadores mais recentes de atividade econ�mica segue corroborando o cen�rio de desacelera��o esperado pelo Copom, ainda que exibindo maior resili�ncia no mercado de trabalho. A infla��o ao consumidor, assim como suas diversas medidas de infla��o subjacente, segue acima do intervalo compat�vel com o cumprimento da meta para a infla��o. As expectativas de infla��o para 2023 e 2024 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se marginalmente e encontram-se em torno de 6,1% e 4,2%, respectivamente.
As proje��es de infla��o do Copom em seu cen�rio de refer�ncia* situam-se em 5,8% em 2023 e 3,6% em 2024. As proje��es para a infla��o de pre�os administrados s�o de 10,8% em 2023 e 5,2% em 2024. Em cen�rio alternativo, no qual a taxa Selic � mantida constante ao longo de todo o horizonte relevante, as proje��es de infla��o situam-se em 5,7% para 2023 e 2,9% para 2024.
O Comit� ressalta que, em seus cen�rios para a infla��o, permanecem fatores de risco em ambas as dire��es. Entre os riscos de alta para o cen�rio inflacion�rio e as expectativas de infla��o, destacam-se (i) uma maior persist�ncia das press�es inflacion�rias globais; (ii) a incerteza ainda presente sobre o desenho final do arcabou�o fiscal a ser aprovado pelo Congresso Nacional e, de forma mais relevante para a condu��o da pol�tica monet�ria, seus impactos sobre as expectativas para as trajet�rias da d�vida p�blica e da infla��o, e sobre os ativos de risco; e (iii) uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de infla��o para prazos mais longos. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma queda adicional dos pre�os das commodities internacionais em moeda local; (ii) uma desacelera��o da atividade econ�mica global mais acentuada do que a projetada, em particular em fun��o de condi��es adversas no sistema financeiro global; e (iii) uma desacelera��o na concess�o dom�stica de cr�dito maior do que seria compat�vel com o atual est�gio do ciclo de pol�tica monet�ria.
Por um lado, a reonera��o dos combust�veis e, principalmente, a apresenta��o de uma proposta de arcabou�o fiscal reduziram parte da incerteza advinda da pol�tica fiscal. Por outro lado, a conjuntura, caracterizada por um est�gio em que o processo desinflacion�rio tende a ser mais lento em ambiente de expectativas de infla��o desancoradas, demanda maior aten��o na condu��o da pol�tica monet�ria. O Copom enfatiza que n�o h� rela��o mec�nica entre a converg�ncia de infla��o e a aprova��o do arcabou�o fiscal, e avalia que a desancoragem das expectativas de longo prazo eleva o custo da desinfla��o necess�ria para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monet�rio Nacional. Nesse cen�rio, o Copom reafirma que conduzir� a pol�tica monet�ria necess�ria para o cumprimento das metas.
Considerando os cen�rios avaliados, o balan�o de riscos e o amplo conjunto de informa��es dispon�veis, o Copom decidiu manter a taxa b�sica de juros em 13,75% a.a. O Comit� entende que essa decis�o � compat�vel com a estrat�gia de converg�ncia da infla��o para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano de 2024. Sem preju�zo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de pre�os, essa decis�o tamb�m implica suaviza��o das flutua��es do n�vel de atividade econ�mica e fomento do pleno emprego.
Considerando a incerteza ao redor de seus cen�rios, o Comit� segue vigilante, avaliando se a estrat�gia de manuten��o da taxa b�sica de juros por per�odo prolongado ser� capaz de assegurar a converg�ncia da infla��o. O Comit� refor�a que ir� perseverar at� que se consolide n�o apenas o processo de desinfla��o como tamb�m a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comit� avalia que a conjuntura demanda paci�ncia e serenidade na condu��o da pol�tica monet�ria. O Copom enfatiza que, apesar de ser um cen�rio menos prov�vel, n�o hesitar� em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinfla��o n�o transcorra como esperado.
Votaram por essa decis�o os seguintes membros do Comit�: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalh�es Rumenos Guardado, Maur�cio Costa de Moura, Ot�vio Ribeiro Damaso, Paulo S�rgio Neves de Souza e Renato Dias de Brito Gomes.
* No cen�rio de refer�ncia, a trajet�ria para a taxa de juros � extra�da da pesquisa Focus e a taxa de c�mbio parte de USD/BRL 5,05, evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC). O pre�o do petr�leo segue aproximadamente a curva futura pelos pr�ximos seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente. Al�m disso, adota-se a hip�tese de bandeira tarif�ria “verde” em dezembro de 2023 e de 2024. O valor para o c�mbio � obtido pelo procedimento usual de arredondar a cota��o m�dia da taxa de c�mbio USD/BRL observada nos cinco dias �teis encerrados no �ltimo dia da semana anterior � da reuni�o do Copom.
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