Roberto Campos Neto

O presidente do Banco Central elogiou o esp�rito reformista do Congresso.

Sergio Lima/AFP
Em entrevista � GloboNews, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ressaltou o resultado 'estrondoso' da vota��o do arcabou�o fiscal na C�mara e destacou a redu��o significativa dos juros longos durante o processo. Ele tamb�m mencionou o empenho do Congresso e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em um tema de grande import�ncia.

Campos Neto afirmou que n�o h� rela��o direta entre o arcabou�o fiscal e a pol�tica monet�ria, mas reconheceu que a nova regra influencia a expectativa de infla��o futura, ajudando a eliminar o temor de que esta saia de controle. Segundo ele, o mercado j� percebeu essa mudan�a, com a queda nas taxas de juros longas. Ele ressaltou que qualquer tipo de reforma � ben�fica.

O presidente do Banco Central tamb�m elogiou a mobiliza��o e o esp�rito reformista do Congresso, que, em sua opini�o, t�m transmitido a mensagem correta para auxiliar o trabalho do BC. No entanto, ele enfatizou que a institui��o tem seu pr�prio cronograma e precisa aguardar para ver como o arcabou�o se converter� em melhorias nas expectativas.
 

Questionado sobre a poss�vel redu��o dos juros, Campos Neto explicou que n�o pode antecipar a decis�o, pois isso compete ao colegiado. Referindo-se ao Comit� de Pol�tica Monet�ria (Copom), ele declarou: 'Sou um voto de nove'. O presidente do BC reiterou que tr�s fatores s�o analisados para a tomada de decis�o: infla��o de curto prazo, capacidade do Brasil crescer sem gerar infla��o e expectativa de infla��o.

Sobre uma eventual mudan�a na meta de infla��o, Campos Neto afirmou que o tema ainda precisa ser resolvido, mas acredita que ser� tratado em breve. Ele citou uma conversa com o ex-presidente do Banco Central da Argentina, Federico Sturzenegger, sobre a altera��o da meta no pa�s vizinho, que visava flexibilidade, mas acabou saindo do controle. Para Campos Neto, essa � uma 'li��o' para o Brasil.

Ele defendeu que mudan�as, como na meta de infla��o ou no arcabou�o fiscal, devem ser feitas buscando principalmente maior efici�ncia. O presidente do BC tamb�m comentou sobre estudos realizados pela institui��o a respeito de uma poss�vel meta cont�nua, que mostrou inefici�ncias no sistema de ano-calend�rio. Por�m, diante do momento de incertezas, ele argumentou que o ideal seria n�o fazer altera��es na meta atual.