Com o impulso da safra agr�cola, a economia brasileira surpreendeu analistas e registrou crescimento de 1,9% no primeiro trimestre de 2023, na compara��o com o quarto trimestre de 2022.


� o que indicam os dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica). Trata-se do primeiro resultado do indicador no governo Luiz In�cio Lula da Silva (PT).


A varia��o de 1,9% ficou acima das estimativas do mercado financeiro. Na mediana, analistas consultados pela ag�ncia Bloomberg esperavam alta de 1,3%.


O avan�o veio ap�s leve recuo de 0,1% no quarto trimestre de 2022, segundo dados revisados pelo IBGE. Inicialmente, a varia��o divulgada pelo instituto para esse per�odo havia sido de retra��o de 0,2%.


O primeiro trimestre deste ano foi marcado pelas condi��es favor�veis de produ��o na agropecu�ria. Estimativas indicam recorde para a safra de gr�os do pa�s em 2023.

 


Colheitadeira em plantação de cana de açúcar

Devido a condi��es favor�veis de produ��o na agropecu�ria, estimativas indicam recorde para a safra de gr�os em 2023

Seapa / Divulga��o
Segundo o IBGE, o crescimento do PIB de janeiro a mar�o foi puxado pela alta de 21,6% na agropecu�ria, que tem peso de aproximadamente 8% na economia do pa�s. O avan�o do setor foi o maior desde o quarto trimestre de 1996, disse o instituto.

 


"Problemas clim�ticos impactaram negativamente a agropecu�ria ano passado e esse ano estamos com previs�o de safra recorde de soja, que representa aproximadamente 70% da lavoura no trimestre, com crescimento de mais de 24% de produ��o", afirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.


"A safra da soja � concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da agropecu�ria", completou.


Ainda do lado da oferta, o setor de servi�os, o principal do PIB, teve avan�o de 0,6% no primeiro trimestre. A ind�stria, por sua vez, ficou estagnada, com leve varia��o negativa de 0,1%.


Al�m do est�mulo da agropecu�ria, o per�odo de janeiro a mar�o tamb�m contou com a volta do Bolsa Fam�lia. O programa social substituiu o Aux�lio Brasil, abrindo a possibilidade de pagamentos adicionais.

 

 

 

 

Com isso, consultorias, bancos e outros operadores do mercado financeiro vinham revisando para cima as proje��es para o PIB do primeiro trimestre.


Parte dos analistas ainda percebeu est�mulos ao consumo vindos do mercado de trabalho, da tr�gua da infla��o e dos resqu�cios da sa�da da pandemia, o que beneficiou a presta��o de servi�os presenciais.


O cen�rio, contudo, n�o afastou as proje��es de desacelera��o da atividade econ�mica ao longo deste ano. Um dos fatores por tr�s dessa avalia��o � o n�vel dos juros no Brasil. Al�m disso, o efeito da agropecu�ria tende a ficar mais concentrado no in�cio do ano.


O BC (Banco Central) vem mantendo a taxa b�sica de juros (Selic) em 13,75% ao ano em uma tentativa de conter os pre�os e ancorar as expectativas para a infla��o.


O efeito colateral esperado � a perda de ritmo da atividade econ�mica, j� que o cr�dito fica mais caro para empresas e consumidores.


A perspectiva de desacelera��o do PIB preocupa Lula e aliados. Ao longo dos �ltimos meses, o presidente fez uma s�rie de cr�ticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, em raz�o do patamar dos juros.


Na mediana, analistas do mercado financeiro projetam avan�o de 1,26% para o PIB no acumulado de 2023. A estimativa integra a edi��o mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda-feira (29) pelo BC.

C�LCULO DO PIB

Produtos, servi�os, alugu�is, servi�os p�blicos, impostos e at� contrabando. Esses s�o alguns dos componentes do PIB, calculado pelo IBGE, de acordo com padr�es internacionais. O objetivo � medir a produ��o de bens e servi�os no pa�s em determinado per�odo.


O indicador mostra quem produz, quem consome e a renda gerada a partir dessa produ��o. O crescimento do PIB (descontada a infla��o) � usualmente chamado de crescimento econ�mico.


O levantamento � apresentado pela �tica da oferta (o que � produzido) e da demanda (como esses produtos e servi�os s�o consumidos). O PIB trimestral � divulgado cerca de 60 dias ap�s o fim do per�odo em quest�o.