Mãos com várias notas de dólar

Analista destaca a queda consistente do d�lar nas �ltimas semanas pela melhora nas proje��es para a economia do Brasil

AFP
O d�lar voltou a cair nesta segunda-feira (19) e atingiu seu menor patamar desde maio de 2022, com a reuni�o do Copom (Comit� de Pol�tica Monet�ria), que vai decidir a nova taxa b�sica de juros do Brasil na quarta (21), no radar dos investidores. A moeda americana fechou o dia em queda de 0,95%, cotada a R$ 4,776.


J� a Bolsa brasileira retomou sua trajet�ria e subiu 0,92%, fechando a 119.857, seu melhor patamar desde maio do ano passado, ap�s uma nova melhora nas proje��es de infla��o no boletim Focus, do BC, divulgado nesta segunda, e tamb�m na esteira da pr�xima reuni�o do Copom.


As proje��es para a infla��o em 2023 de analistas consultados pelo BC foram de 5,42%, na semana passada, para 5,12%, em mais um sinal de melhora no ambiente econ�mico do Brasil, mostrou o boletim Focus nesta segunda.


Al�m disso, os especialistas agora preveem que o primeiro corte da Selic acontecer� em agosto, uma antecipa��o ante o consenso anterior, de que a queda dos juros seria iniciada apenas em setembro. Os analistas seguem acreditando, por�m, que a Selic deve ser mantida em 13,75% na quarta-feira.

O d�lar foi pressionado na semana passada pela decis�o de pol�tica monet�ria do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que promoveu uma pausa em sua escalada de juros iniciada em mar�o de 2022. A moeda americana tende a se beneficiar de juros altos no pa�s, j� que a renda fixa dos EUA torna-se mais atrativa para recursos estrangeiros.


Juros mais baixos no Brasil, ent�o, colocariam press�o negativa sobre real ao reduzir a rentabilidade do mercado de renda fixa brasileiro, e uma antecipa��o do primeiro corte da Selic teria esse efeito.


Estrategistas do Goldman Sachs disseram em relat�rio recente, por�m, que os diferenciais de juros brasileiros devem continuar favor�veis ao real mesmo quando a redu��o da Selic for iniciada. Isso porque, com a diminui��o da infla��o no Brasil, as taxas de juros reais (que descontam o IPCA) permaneceriam em n�veis altos, o que ainda manteria os fluxos da renda fixa brasileira.


"Embora uma pequena retra��o seja certamente poss�vel, achamos que o d�lar ainda tem espa�o para uma tend�ncia de baixa", completou o banco no documento.

O Goldman prev� que o d�lar estar� a R$ 4,40 no fim de 2023, ante R$ 4,85 em sua �ltima proje��o.


Al�m disso, o real foi favorecido nesta segunda pelo dia de feriado nos Estados Unidos, que reduz o movimento financeiro global, como aponta Mariane Vas, coordenadora de economia da plataforma de investimentos Gorila.


Ela destaca, por�m, a queda consistente do d�lar nas �ltimas semanas pela melhora nas proje��es para a economia do Brasil.


"� n�tido um otimismo com o crescimento econ�mico, tanto pela recente sinaliza��o de possibilidade de aumento do grau de investimento do pa�s, quanto pelas revis�es das estimativas para o crescimento do PIB", diz Vas.


A economista tamb�m cita que as crescentes redu��es das estimativas de infla��o aumentam os n�veis de juros reais e, consequentemente, o interesse nos t�tulos brasileiros.


Nos mercados futuros, os juros para 2024 e 2025 ficaram est�veis em 13,03% e 13,13%, respectivamente. Os com vencimento em 2026, no entanto, subiram de 10,50% para 10,52%.


No exterior, a moeda americana registrava leves ganhos contra uma cesta de divisas fortes, em dia de feriado nos Estados Unidos.


O Ibovespa, por sua vez, registrou alta e fechou pr�ximo aos 120 mil pontos, tamb�m apoiado pelas expectativas de melhora dos indicadores econ�micos no Brasil e, em especial, pelas proje��es de corte na Selic.


Apoiaram o �ndice altas de Petrobras (2,63%), B3 (1,16%) e Localiza (3,60%), que ficaram entre as mais negociadas da sess�o. Os maiores ganhos do dia foram da JBS, que subiu 3,57% ap�s anunciar um investimento de R$ 800 milh�es para aumentar sua capacidade produtiva em Mato Grosso.


Na outra ponta, as a��es da Vale pressionaram a Bolsa com queda de 0,21%, em dia de fraqueza nos contratos futuros do min�rio de ferro. Perdas de CVC (4,66%), Natura (2,37%) e Alpargatas (2,06%), que acumulam valoriza��o de preg�es anteriores, tamb�m puxaram o Ibovespa para baixo.


Nos Estados Unidos, os principais �ndices acion�rios n�o funcionam nesta segunda por conta do feriado americano.