�leo de soja � o produto com maior queda no acumulado de 12 meses
O �leo de soja � o produto da cesta de itens pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) cujos pre�os mais recuam no acumulado de 12 meses, segundo levantamento da Folha de S.Paulo.
Em um ano, o produto acumula queda de 36,93% e est� em defla��o desde fevereiro deste ano, conforme dados do IBGE.
A queda � sucedida por picos de infla��o no produto nos �ltimos tr�s anos. Em 2020, o �leo de soja fechou o ano com uma alta acumulada nos pre�os de 103,79%.
No segundo semestre de 2021 a infla��o do produto arrefeceu bastante, mas voltou a acelerar no primeiro semestre de 2022, chegando a uma alta acumulada em 12 meses de 32%.
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Segundo Daniel Amaral, diretor de Economia da Associa��o Brasileira das Ind�strias de �leos Vegetais (Abiove), a disparada no ano passado aconteceu ap�s uma perda na produ��o de �leo de palma na Mal�sia. Essa quebra de oferta global obrigou os pa�ses a recorrerem a outros �leos vegetais, como o de soja. Com o aumento da demanda, portanto, subiu o pre�o no mercado externo.
Como o Brasil � um grande exportador do �leo de soja, o pa�s segue a paridade de pre�os internacionais, o que fez os pre�os do produto subirem tamb�m no mercado interno.
"Se o pre�o sobe ou desce l� fora, no porto o pre�o tende a variar de forma semelhante. E o �leo de soja � um dos mais importantes do mundo", diz Amaral.
Outro fator que contribuiu para a valoriza��o do produto foi a guerra na Ucr�nia, que reduziu a oferta de outro �leo importante, o de girassol, o que tamb�m contribuiu para um aumento de demanda do �leo de soja.
De 2022 para 2023, contudo, houve a recomposi��o no exterior dos estoques totais tanto do �leo de palma como o de girassol. Al�m disso, houve um aumento tamb�m de �leo de soja no mercado, o que reduziu os pre�os do produto no mundo e no Brasil.
Aliado a isso, Amaral destaca uma influ�ncia da desvaloriza��o do d�lar frente ao real. Como o Brasil segue a paridade internacional, a deprecia��o do c�mbio tamb�m leva a um recuo de pre�os no pa�s.
O especialista diz que essa movimenta��o de pre�os no �leo de soja se deu nas vendas do atacado, mas elas impactam tamb�m os pre�os nas refinarias e, automaticamente, para o consumidor final.
Efeito Argentina
O diretor financeiro e de rela��o com investidores da Boa Safra, Felipe Marques, ressalta ainda o efeito da crise econ�mica na Argentina sobre os pre�os do �leo de soja.
O pa�s � um grande exportador do produto e, com a crise, houve um recuo no fornecimento global do �leo de soja pelo pa�s vizinho em 2022.
Nessa �poca, a Boa Safra, que � uma grande produtora de sementes de soja no Brasil, observou que a ind�stria de crushing, que transforma a soja em farelo e �leo, estava pagando um valor alto pelo gr�o. Com isso, os ganhos com o �leo de soja chegaram a ser maiores do que com a pr�pria soja em si.
Agora, contudo, com o aumento da oferta global de �leo de soja, houve um recuo nos pre�os e, consequentemente, nos valores pagos por essa ind�stria para a compra da commodity, segundo Marques.
"Essa ind�stria n�o est� mais pagando um pr�mio alto porque o mercado n�o est� mais demandando como antes, ent�o ele n�o consegue pagar um pre�o mais alto por essa soja que se origina no Brasil e depois vai para a exporta��o", explica o diretor da Boa Safra.
Pre�o da commodity colabora
A queda da saca de soja, insumo do �leo, � outro fator que colabora para um recuo no pre�o do produto. Marques lembra que a saca chegou a custar R$ 180 e hoje est� batendo em torno de R$ 120.
Essa redu��o acontece devido � expectativa de uma boa safra de soja nos Estados Unidos, e tamb�m devido ao resultado positivo da safra no Brasil, o que aumenta a previs�o de oferta da commodity no mercado.
De janeiro a mar�o deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve alta de 1,9% ante o quarto trimestre de 2022, com a lideran�a da agropecu�ria. E a soja puxa o setor, com previs�o de safra recorde neste ano.
Isso ocorre devido � quest�o clim�tica. "Nas safras de 2020/2021 e de 2021/2022, o Brasil e outros pa�ses tiveram problemas clim�ticos que frustraram as expectativas iniciais de produ��o da oleaginosa. Mas o quadro mudou na safra de 2022/2023", diz Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria.
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