(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Educa��o avan�a, mas ensino m�dio, retorno de alunos e investimentos desafiam o Brasil

Atr�s apenas dos estados do Norte e Nordeste em investimentos em 2015, Minas aposta em parceria com a iniciativa privada para melhorar indicadores de qualidade


postado em 19/08/2019 04:00 / atualizado em 19/08/2019 09:41

Apesar de avanços na etapa básica, evolução veio em ritmo lento(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 31/08/2018)
Apesar de avan�os na etapa b�sica, evolu��o veio em ritmo lento (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 31/08/2018)
Diagn�stico da evolu��o do ensino brasileiro mostra que na �ltima d�cada o Brasil teve avan�os, sobretudo na etapa b�sica, mas em ritmo lento. Esses movimentos est�o longe de dar o sinal verde para desligar a sirene de alerta dos in�meros passos ainda necess�rios para mudan�as efetivas rumo � qualidade.

Produzido com base em dados coletados at� 2018, o Anu�rio Brasileiro da Educa��o 2019, do Todos pela Educa��o, mostra que Minas Gerais patina em indicadores essenciais, se posicionando como um dos estados que menos investia em educa��o  – m�dia de R$ 4,4 mil por aluno ao ano em 2015, atr�s apenas de algumas unidades da federa��o do Norte e Nordeste do pa�s –, que ainda precisa vencer o analfabetismo e garantir � sua popula��o mais tempo de escolaridade.

Num modelo do s�culo 20, o pa�s amarga um passivo de problemas do passado ainda sem solu��o, com a obriga��o de se modernizar e fazer �s demandas do s�culo 21. Em todo o Brasil, entre os grandes desafios, � urgente promover a igualdade no aprendizado, trazer de volta �s salas de aula quase 1 milh�o de jovens e garantir uma rota de ascens�o do ensino m�dio. Na tentativa de dar resposta ao problema em Minas, a Secretaria de Estado da Educa��o anunciou, este m�s, parceria com a iniciativa privada para melhorar os indicadores.

Com n�meros aqu�m do que deveria, o Brasil est� muito distante das metas do Plano Nacional de Educa��o (PNE), aprovado em 2014 e que prev�, at� 2024, uma s�rie de melhorias. Um dos pontos altos da discuss�o, o financiamento p�blico, mostra que � preciso ir al�m. O PNE prega ampliar o investimento governamental em educa��o p�blica de forma a atingir, no m�nimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do pa�s no quinto ano de vig�ncia do plano e, no m�nimo, o equivalente a 10% do PIB ao final do dec�nio.

Os dados mais recentes sobre o financiamento do ensino p�blico no Brasil evidenciam a estagna��o dos investimentos em rela��o ao Produto Interno Bruto (PIB) na Educa��o B�sica desde 2012. O quadro � marcado por um recuo em todo o ensino fundamental. O �ltimo dado se refere a 2015. O investimento direto em educa��o por aluno no Brasil foi de R$ 7.273. Em Minas Gerais, a m�dia do valor por estudante ao ano foi de R$ 4.430,10. � o menor investimento entre todos os estados das regi�es Centro-Oeste, Sul e Sudeste no per�odo analisado. E fica na frente apenas da Bahia, Alagoas, Pernambuco, Para�ba, Rio Grande do Norte, Cear�, Piau�, Maranh�o, Par�, Amazonas, Acre e Rond�nia.

A taxa de alfabetiza��o da popula��o de 15 anos ou mais de idade deixou Minas em patamares tamb�m ruins. Na compara��o com os estados do Sudeste, � a menor. Enquanto o Rio de Janeiro tem 2,4% de sua popula��o analfabeta, S�o Paulo 2,6% e o Esp�rito Santo 5,5, Minas tem 5,8%. Os mineiros na faixa et�ria de 18 a 29 anos ficam tamb�m o menor tempo em sala de aula. A taxa de escolariza��o desse grupo � de 11,4 anos, abaixo da m�dia dos cariocas (11,5), capixabas (11,6) e paulistas (12,1) e ligeiramente acima da m�dia nacional (11,3).

“Houve muitos avan�os, mas h� grandes passos a dar e os principais s�o garantir acesso e qualidade da educa��o, mas, principalmente, a equidade, ou seja, o enfrentamento das desigualdades. O total de recursos que um munic�pio tem para fazer a gest�o da educa��o � relevante para os resultados, inclusive, do anu�rio”, afirma o coordenador de projetos do Todos pela Educa��o, Caio Callegari. Para ele, h� uma cadeia de fatores que levam ao cen�rio que o estudo exibe. “Professores receberem 70% do que ganham profissionais com o mesmo n�vel de forma��o revela um subfinanciamento da educa��o em muitas localidades do Brasil”, ressalta.
 
(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)
 

Num cen�rio de desafios, Caio Callegari enumera tr�s grandes. O primeiro � p�r fim � desigualdade, observada j� no 5º ano do ensino fundamental. “O fim do primeiro ciclo tem 90% dos estudantes de n�vel socioeon�mico mais alto em escolas p�blicas com aprendizagem adequada em portugu�s, mas entre os alunos mais pobres s� 25%. Ou se consegue resolver a quest�o da aprendizagem para crian�as mais vulner�veis do pa�s ou n�o se vai conseguir que esses meninos aprendam e continuem na escola”, pondera.

Ele lembra que os resultados seguintes, tanto da segunda etapa do fundamental quanto do ensino m�dio, dialogam com esse ponto de partida. “As escolas devem estar preparadas, com professores adequados para trabalhar com crian�as de contexto mais vulner�vel. Deveria ainda haver provis�o de recursos para melhorar a qualidade e romper com o ciclo de pobreza. Da forma atual, esses alunos est�o sendo ainda mais penalizados.”

O segundo ponto � devolver �s salas de aulas 900 mil jovens que, por motivos diversos, as deixaram. Nesse universo, h� quem n�o aprendesse porque a escola n�o dialoga com suas necessidades, porque precisava trabalhar ou por estar num modelo de escola nada atrativa. O �ltimo desafio � p�r o ensino m�dio numa trajet�ria ascendente. “Nessa etapa, h� problema de acesso, mas o de qualidade � mais latente. “A escola precisa dialogar com jovens sabendo as vontades e os sonhos deles.”

PROFESSOR

 
O Brasil tem uma agenda extensa do s�culo 20 a cumprir, mas n�o pode se apegar apenas a isso. Quest�es estruturais, de fortalecimento do trabalho dos professores, de transporte e at� de alimenta��o se juntam aos desafios impostos pelo s�culo 21, ressalta o coordenador do Todos. Embora com tradi��o em escolas com m�todos pedag�gicos diferenciados, focados no potencial de autonomia da crian�a, a grande dificuldade, na opini�o do especialista, � transpor essas alternativas para a rede p�blica.

E n�o se pode esquecer do ator central para que o potencial criativo se sobressaia, a autonomia, cidadania e democracia se fa�am presentes: o professor. Da�, a necessidade de um passo importante tamb�m na forma��o dos docentes para que quem esteja graduando ou j� na ativa possa usar estrat�gias emancipadoras. “O Brasil precisa fazer um trabalho que n�o foi feito no passado e ainda se dedicar ao que precisa ser feito agora. � um passivo grande a cumprir para garantir oportunidades educacionais para todas as crian�as e jovens do pa�s. Mas, sem investimento adequado e bem gerido, n�o h� como fazer.”

PARCERIA

 
No in�cio do m�s, o governo de Minas anunciou parceria com a iniciativa privada para melhorar os indicadores e voltar a crescer no �ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Ideb). O programa Gest�o pela Aprendizagem vai contar com a colabora��o t�cnica do Instituto Unibanco, por meio do programa Jovem de Futuro. Ele oferece assessoria t�cnica, forma��o, an�lises educacionais, instrumentos e tecnologias de apoio �s metodologias pedag�gicas, al�m de promover trocas de experi�ncias entre os profissionais da educa��o.



receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)