O Brasil est� passando por uma mudan�a demogr�fica que deve modificar a educa��o daqui a alguns anos. As proje��es de pesquisas de �rg�os estat�sticos sobre dados demogr�ficos para o pa�s indicam uma diminui��o no n�mero de nascimentos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�sticas (IBGE), a popula��o brasileira s� deve crescer at� 2042 e o n�mero de filhos por mulher pode cair a partir de 2034. Daqui at� l�, uma not�cia pode transformar o panorama educacional: com menos alunos e com salas de aulas mais preparadas para a queda de natalidade, a expectativa � de que a qualidade no trabalho do professor melhore.
Por�m, ainda no s�culo XXI, um dos desafios dos professores s�o as salas cheias, com alunos de idades diferentes e com conhecimentos tecnol�gicos que alguns docentes n�o est�o capacitados para usar. Para a professora do ensino b�sico, Edna Pereira, acostumada com a sala de aula h� mais de 15 anos, conseguir acompanhar o ritmo dos adolescentes que nasceram na era digital � um grande desafio da sua profiss�o. "Ainda tem professores que est�o enraizados na sua forma��o do s�culo XX, pois precisamos de forma��o continuada para que os educadores consigam, hoje, enfrentar os seus desafios", explica, chamando aten��o para a necessidade do investimento na educa��o continuada dos professores.
Segundo o IBGE, 2042 vai ser o ano em que o pa�s atingir� seu �pice populacional. Ser�o 228,3 milh�es de brasileiros e, nesse contexto, as creches ter�o seu papel de destaque. Depois, o n�mero s� vai diminuir, segundo o �rg�o. Assim, diante desse panorama, a redu��o do n�mero de nascimentos para as pr�ximas d�cadas deve modificar o cen�rio da educa��o para as pr�ximas gera��es. Por isso, especialistas apontam que as salas estar�o mais organizadas, os professores ter�o menos carga de trabalho e mais tempo para preparar as aulas, proporcionando maior aten��o para cada aluno.
Contudo, enquanto o futuro n�o chega, j� � poss�vel fazer a diferen�a na vida de estudantes mesmo com poucos investimentos. O exemplo vem do munic�pio Malhada de Pedras, interior baiano, que melhorou o �ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Ideb) a partir de projetos de incentivo � leitura. De acordo com a secret�ria Municipal de Educa��o do munic�pio, Edna Pereira, o investimento em todos os n�veis de educa��o, desde o infantil at� o nono ano do ensino fundamental possibilitou, junto com o incentivo � leitura, o progresso estudantil. "A gente tem, nas escolas, projetos de leitura durante todo o ano que, inclusive, renderam, em 2015/2016, a premia��o Jornalismo Undime, falando sobre o projeto de leitura de Malhada, que fez avan�ar o Ideb", esclarece a secret�ria.
Professores da nova gera��o
No Brasil, apenas 2,4% dos jovens de 15 anos t�m interesse em seguir a �rea acad�mica, enquanto que na, d�cada passada, o percentual era de 7,5%, segundo dados do relat�rio "Pol�ticas Eficientes para Professores", da Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico (OCDE). Os motivos s�o diversos como a desvaloriza��o da carreira pedag�gica e o baixo sal�rio.
Indo na contram�o da pesquisa e apostando na educa��o de qualidade, a professora de Fotografia, Nat�lia Silva, 24, enxerga na sua atua��o a possibilidade de passar conhecimentos adiante. Ela, que se formou em Jornalismo, passou em uma sele��o para dar aulas em um ensino t�cnico. "Enxerguei a possibilidade de exercer a minha profiss�o de um modo distinto do que vinha atuando", conta a professora estreante na profiss�o.
Nat�lia acredita, ainda, que a digitaliza��o � o futuro da educa��o. "Quando digo isso, n�o falo somente da modalidade EAD, vai muito al�m disso. Eu acho que as escolas precisam se acostumar em usar a tecnologia para o bem delas, proporcionando aos alunos a possibilidade de tirar d�vidas e descobrir curiosidades em tempo real, por exemplo, al�m de v�rias outras metodologias de aprendizado", argumenta a jovem.