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Estado de Minas

Nem governo sabe n�mero de alunos prejudicados no Enem

Ministro da Educa��o calcula em 0,1% os estudantes atingidos por erro na divulga��o das notas; Inep fala em �ndice 10 vezes maior. Primeiras den�ncias partiram de candidatos de MG


postado em 19/01/2020 06:00 / atualizado em 19/01/2020 07:22

''Um grupo muito pequeno de pessoas teve o gabarito trocado quando foram fechados os envelopes. Uma inconsistência fácil de ser consertada'' - Abraham Weintraub, ministro da Educação (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 11/7/19)
''Um grupo muito pequeno de pessoas teve o gabarito trocado quando foram fechados os envelopes. Uma inconsist�ncia f�cil de ser consertada'' - Abraham Weintraub, ministro da Educa��o (foto: Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil - 11/7/19)

Sem informar exatamente quantos estudantes foram prejudicados at� agora, o Minist�rio da Educa��o (MEC) admitiu ontem que foram encontrados erros na divulga��o das notas do Enem 2019. O problema – at� agora confirmado em provas aplicadas em Minas Gerais – foi constatado na identifica��o dos concorrentes e na respectiva cor de suas provas. Ao comunicar o problema na manh� de ontem, o ministro Abraham Weintraub disse que o n�mero de afetados pelo erro seria de 0,1% do total de participantes. Horas depois, o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), Alexandre Lopes, disse que at� segunda-feira ser�o feitas verifica��es no banco de dados e que os erros podem afetar 1% dos candidatos, ou seja, 39 mil estudantes. Os �rg�os prometem corrigir os erros at� amanh�.

“N�o sei qual � o n�mero total. Ainda estamos rodando as bases de dados para verifica��es”, explicou Lopes. Mesmo admitindo os problemas na corre��o das provas e divulga��o dos resultados, o MEC manter� para esta semana o prazo para a inscri��o do Sistema de Sele��o Unificada (Sisu), que come�a na ter�a-feira e termina na sexta-feira. O Sisu permite que o candidato escolha uma das 128 universidades p�blicas em qualquer lugar do pa�s. No entanto, para analisar em quais institui��es o candidato tem mais vagas, ele precisa saber exatamente qual foi sua pontua��o.
Segundo o Inep, os problemas foram encontrados nos exames aplicados no segundo dia de provas. Todos os candidatos fazem a mesma prova, mas s�o distribu�das vers�es diferentes, com itens em diferentes ordens, sendo cada prova identificada por uma cor. A falha verificada na gr�fica que imprimiu as provas fez com que o sistema corrigisse provas como se fossem de outra cor. “Por exemplo, um aluno respondeu � prova cinza e veio a informa��o de que ele tinha feito a prova amarela. Ent�o a corre��o vinha com um resultado diferente”, disse Alexandre Lopes.


'Inconsist�ncias'


O ministro Weintraub minimizou os problemas confirmados no Enem e afirmou por meio das redes sociais que s�o “inconsist�ncias” simples de ser corrigidas pelo MEC. “Um grupo muito pequeno de pessoas teve o gabarito trocado quando foram fechados os envelopes. Uma inconsist�ncia f�cil de ser consertada. Estamos falando de alguma coisa como 0,1% das pessoas que fizeram, dos milh�es (que fizeram a prova)”, afirmou Weintraub. Ele ressaltou que, apesar de o problema ter afetado poucos estudantes, a pasta n�o aceitar� injusti�a com nenhum candidato e que at� amanh� o problema ser� corrigido.

As falhas na contabiliza��o de pontos dos candidatos come�aram a ser denunciadas por meio de estudantes mineiros que usaram as redes sociais para apontar erros no resultado do Enem. Desde a noite de sexta-feira, horas depois da divulga��o do resultado oficial da prova, centenas de candidatos que fizeram prova na Universidade Federal de Vi�osa, cidade da Zona da Mata, alegaram erro no resultado. As reclama��es ganharam forte repercuss�o nas redes sociais e ficaram entre os assuntos mais comentados.


'Frustra��o e injusti�a'


Alunos apontaram um “d�ficit discrepante” nas provas aplicadas no segundo dia – matem�tica e ci�ncias da natureza. A nota, comparada aos acertos do caderno de quest�es e analisada em rela��o �s pontua��es da Teoria de Resposta ao Item (TRIs), teria sido dada com cerca de 400 pontos a menos do resultado correto. Estudantes que acertaram entre 30 e 45 quest�es tiveram notas de 300 a 400 pontos, quando deveriam ter entre 700 e 800 pontos.

''Não sei qual é o número total. Ainda estamos rodando as bases de dados para verificações. É possível que as possíveis inconsistências não cheguem a 1% do total dos 3,9 milhões de participantes'' - Alexandre Lopes, presidente do Inep (foto: José Cruz/Agência Brasil)
''N�o sei qual � o n�mero total. Ainda estamos rodando as bases de dados para verifica��es. � poss�vel que as poss�veis inconsist�ncias n�o cheguem a 1% do total dos 3,9 milh�es de participantes'' - Alexandre Lopes, presidente do Inep (foto: Jos� Cruz/Ag�ncia Brasil)

Arthur Monteiro Almeida, de 19 anos, que se candidata a uma vaga em medicina em Vi�osa, se disse frustrado ao verificar o resultado com prov�veis erros divulgado pelo MEC. “Me preparei o ano todo, morei em Belo Horizonte sozinho para fazer cursinho, longe da fam�lia e dos meus amigos. Perdi noites de sono estudando, desgaste f�sico e emocional, fora o investimento que meus pais fizeram para eu realizar a prova de forma �ntegra. Quando vi as notas, perdi meu ch�o, elas n�o condiziam com a realidade, com meu preparo e com meu n�mero de acertos. Estou totalmente decepcionado”, contou o estudante.

Ele diz que acertou 133 quest�es, sendo 30 de linguagens, 37 de ci�ncias humanas, 39 de matem�tica e 27 de ci�ncias da natureza. “O problema foi na prova de matem�tica e ci�ncias da natureza. A nota de matem�tica foi 363,4 e de ci�ncias da natureza, 411,6. Com essa quantidade de acertos minha nota em matem�tica ficaria em torno de 900 pontos, e ci�ncias da natureza por volta de 690. N�o � papo de perdedor, � fraude, � totalmente incorreta essa nota”, reclamou Arthur.

A situa��o � a mesma para centenas de estudantes que fizeram a prova em Vi�osa. Entre eles, Maria Esth�r N�ra Sancher, de 18, que tamb�m concorre a uma vaga em medicina e se diz “injusti�ada” com o resultado divulgado pelo MEC. Segundo Maria Esth�r, 30 quest�es de ci�ncias da natureza (402,6) foram acertadas, assim como 39 de matem�tica (431,3). Em seus c�lculos, as notas deveriam estar em torno de 700 para ci�ncias da natureza e 830 para matem�tica. "Entrei em contato com o Minist�rio P�blico Federal (MPF) e levarei os cadernos de quest�es do Enem deste ano, juntamente com os gabaritos oficiais do Inep, para que o procurador respons�vel possa analisar", afirmou.

Em entrevista coletiva na manh� de ontem, o presidente do Inep afirmou que as quatro inconsist�ncias detectadas durante as revis�es da base de dados foram em Vi�osa, mas que os problemas podem ter acontecido tamb�m em outros estados. Lopes agradeceu a mobiliza��o dos estudantes nas redes sociais e informou que o Inep criou um e-mail para atender todos os candidatos que tiverem d�vidas: [email protected]

Gr�fica � apontada como respons�vel por falha


Bras�lia – O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, apontou falha da gr�fica Valid Solu��es S.A. nas notas erradas do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) de 2019. Esse foi o ano em que a empresa trabalhou pela primeira vez com o teste. O dirigente do �rg�o estimou um n�mero inferior a 9 mil candidatos com o problema.

O Inep prometeu corrigir as informa��es at� segunda-feira. Pelas redes sociais, candidatos protestaram contra o erro nas notas da prova. O resultado das avalia��es foi divulgado na v�spera. Um dos motivos da apreens�o � o in�cio das inscri��es para o Sistema de Sele��o Unificada (Sisu), que oferece vagas em universidades p�blicas com as notas do Enem, na pr�xima ter�a-feira.

O problema, de acordo com Lopes, foi verificado no segundo dia do teste, realizado em 10 de novembro. Candidatos fazem provas diferentes, que s�o identificadas por cores. Na hora da corre��o, houve pessoas que realizaram prova de uma cor e tiveram a corre��o com base em outra, afirmou. Segundo ele, o mesmo problema ocorreu em anos anteriores. "N�o h� nenhum preju�zo concreto", disse Lopes. Dos 5.095.388 inscritos no Enem ano passado, 3.709.809 fizeram a prova no segundo dia de aplica��o.

Lopes classificou o erro da gr�fica como uma "falha administrativa de transmiss�o de informa��es", mas afastou a possibilidade de puni��o � empresa. "Situa��es, problemas, sempre podem acontecer. O que temos que ter primeiro � transpar�ncia", comentou.

Ele ainda se disse "bastante satisfeito" com o trabalho da gr�fica e que n�o est� avaliando uma puni��o com base no contrato. "Acho que n�o h� problema nenhum", afirmou. "Fazer ila��es sobre a capacidade t�cnica e gerencial de qualquer um dos parceiros seria leviano."
 





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