
A lista de institui��es que aceitaram a candidatura da estudante na primeira tentativa salta aos olhos: Florida Tech, The Catholic University of America, University of Florida, Massachusetts Institute of Technology (MIT), Amherst College e Princeton University. As respostas das aplica��es feitas em meados de janeiro chegaram em mar�o.
A paraibana, apesar do hist�rico de excel�ncia acad�mica, foi pega de surpresa com o resultado positivo, uma vez sabia da dificuldade dos processos seletivos, e se questionava muito sobre a viabilidade de estudar em institui��es desse porte. “Acho que ter essas d�vidas foi muito importante para conseguir ter gratid�o por ter passado”, ressalta.
Amor pelo universo � antigo na vida da adolescente
Uma jovem com olhar vidrado para as estrelas era uma cena comum no quintal da casa de Ananda. “Uma das primeiras mem�rias (que tenho) � olhar para o c�u do meu jardim”, relembra. A fam�lia tamb�m compartilhou e apoiou a paix�o da jovem desde pequena. Ela recorda com carinho de quando, ainda pequena, ganhou do pai um livro de astronomia para crian�as, com curiosidades e piadas sobre a imensid�o escura do universo.
“Eu tenho um privil�gio gigantesco de ter uma fam�lia que me apoia muito nas minhas paix�es, n�o importando o qu�o aleat�rias elas sejam”, se diverte. “Foi a partir desse incentivo que eu me interessei cada vez mais pela astrof�sica”.
Ananda, no momento, pretende ingressar no curso de astrof�sica, mas n�o descarta desenvolver-se em outras �reas durante a forma��o. “� uma das coisas que eu mais gosto no sistema de educa��o dos Estados Unidos: � essa habilidade de poder mudar. Eu sei que eu vou mudar (quando estiver) na faculdade”, pontua.
“Ent�o, por enquanto meu plano � fazer astrof�sica, porque � uma �rea fant�stica, que tem tanto potencial e eu quero muito estud�-la. Mas eu tamb�m sei que eu n�o tive a oportunidade de conhecer tantas carreiras e �reas de estudos, que quando eu chegar na faculdade eu posso mudar”, observa.
A jovem paraibana ressalta que sua paix�o pelos estudos � ampla, n�o estando somente na �rea das ci�ncias da natureza. Assim, n�o ignora o interesse que tem pela �rea de ci�ncias pol�ticas e a possibilidade disso impactar na escolha do curso futuramente.
Excel�ncia acad�mica tamb�m � antiga
Atualmente, a jovem estuda em escola p�blica em Orlando, nos Estados Unidos, oportunidade garantida pelo programa International Baccalaureate (IB). Ela brinca que a ideia de fazer o ensino m�dio em uma escola americana � bem diferente daquela constru�da em filmes de Hollywood, como High School Musical.
Ainda assim, a experi�ncia contribuiu para sua forma��o e autoconhecimento. “Eu nunca gostei de me dedicar somente a uma �rea, ent�o ter a chance de me interessar e me apaixonar por tantas coisas diferentes, tendo o incentivo da institui��o, foi muito importante para mim”, observa.
Quando ainda no Brasil, Ananda participou de olimp�adas de conhecimento, atividade que continuou nos EUA. Ela tamb�m conciliou com outra paix�o, o teatro, e ainda garantiu tempo para se dedicar ao conhecimento da ci�ncia pol�tica, por meio de um est�gio com uma deputada estadual.
Ananda, vale ressaltar, ainda n�o concluiu o ensino m�dio, pois as aulas se estendem at� maio nos Estados Unidos. Portanto, ainda deve escolher a institui��o para onde deve ir. O dilema est� entre o MIT e Princeton, decis�o que ser� dif�cil entre duas institui��es de excel�ncia. “Elas t�m oportunidades similares, mas com embalagens diferentes”, exemplifica a jovem.
Foco na trajet�ria n�o foi a aplica��o
Ananda, n�o tem certeza, mas acredita que o que contribuiu para a aprova��o foi ter se dedicado para as diferentes �reas de interesse em sua trajet�ria. “Eu tentei aproveitar as coisas n�o porque iam aparecer bem em uma aplica��o, mas porque faziam bem para mim e porque eu queria melhorar nelas”, ressalta.
A jovem observa que o processo de aplica��o valoriza mais o relato da trajet�ria pessoal e as notas do ensino m�dio. Outro aspecto s�o as cartas de recomenda��o dos professores, Ananda � grata � posi��o que docentes tomaram em sua vida e possibilitam contornar os desafios de n�o estar em seu pa�s natal.
“Ser imigrante � um sistema complicado e ficar t�o longe de casa tem seu peso. Ent�o, nem tudo foi um mar de rosas, mas eu me sinto muito grata por ter tido essas pessoas incr�veis que me ajudaram e depois puderam falar disso na aplica��o", ressalta.
Quanto ao futuro, ainda n�o h� certeza, mas projeta ser pesquisadora e dar aulas na �rea. Mas algo � certo para a jovem apaixonada pelas estrelas: "Ter entrado nessas faculdades me deu uma vis�o muito clara de que o mundo � muito grande e tem tantas experi�ncias que posso ter em lugares t�o diferentes”.
*Estagi�rio sob a supervis�o da editora Ana S�