
Um projeto de Lei que garante a educa��o bil�ngue nas escolas brasileiras foi sancionado na �ltima ter�a-feira (03). A medida institu�da determina o tratamento da educa��o bil�ngue de surdos como uma modalidade de ensino independente, com a L�ngua Brasileirade Sinais (Libras) como primeira l�ngua e o Portugu�s escrito como a segunda.�
A nova modalidade de ensino atender� �s especificidades de todos os estudantes e deve ser iniciada ainda na educa��o infantil estendendo-se at� o final da sua vida escolar. Isso beneficiar� estudantes surdos,�surdocegos, com defici�ncia auditiva,�sinalizantes, surdos com altas habilidades ou�superdota��o�ou com defici�ncias associadas ou, ainda, que tenham optado pela modalidade bil�ngue e o portugu�s escrito como segunda l�ngua.�
Com isso, ser� poss�vel promover o incentivo � produ��o de material did�tico bil�ngue, a forma��o de professores no idioma Libras, a mudan�a que determina que Libras seja a primeira l�ngua e o Portugu�s escrito como segunda l�ngua, bem como direcionar a aten��o para quest�es lingu�sticas,�identit�rias�e culturais.�
A medida ser� aplicada em escolas e classes bil�ngues de surdos, escolas comuns ou em polos de educa��o bil�ngue de surdos. Atualmente, no Brasil, existem 64 escolas bil�ngues de surdos, com 63.106 estudantes surdos,�surdocegos�e com defici�ncia auditiva, conforme os dados fornecidos pelo Inep�em� 2020.�
A iniciativa n�o exclui o atendimento educacional especializado bil�ngue e, quando necess�rio, os servi�os de apoio ser�o prestados para atender �s especificidades lingu�sticas dos surdos. O Projeto tamb�m prev� a oferta, aos estudantes surdos, de materiais did�ticos e professores bil�ngues com forma��o e especializa��o adequadas, em�n�vel superior.�
Inclus�o sem barreiras�
O fot�grafo e�confeiteiro�Helbert�Camilo j� deu os primeiros passos para promover a inclus�o das pessoas com defici�ncia auditiva na sociedade. Ele participa de um projeto que visa alfabetizar e evangelizar pessoas surdas na congrega��o em que frequenta, no templo das Testemunhas de Jeov�.��
Mesmo enfrentando dificuldades em seu caminho,Helbert�tinha de sobra algo que ele acredita que n�o pode faltar nos momentos de aperto: a sua f�, que o manteve firme em seu prop�sito. "O importante era realizar o meu trabalho, indo nos bairros mais distantes para poder ensinar os surdos um pouco sobre a B�blia, um pouco sobre Deus e assim alfabetiz�-los. Quando comecei, muitos n�o sabiam o que era o pr�prio idioma, faziam m�micas e n�o conseguiam se comunicar entre si", relata.�
Atrav�s do projeto solid�rio,�Helbert�e mais alguns amigos da congrega��o levam conhecimento, n�o somente para surdos, mas tamb�m para as fam�lias que acabam negligenciando e n�o oferecendo o suporte necess�rio que os deficientes auditivos precisam. "Eu j� encontrei pessoas em situa��es sub-humanas, sem saber a import�ncia da higiene b�sica, por exemplo, porque os familiares achavam que eles eram deficientes mentais e n�o os ajudavam como deveriam. Existe potencial em cada uma dessas pessoas, elas s� precisam ser direcionadas", defende o mission�rio.�
O amor e a determina��o pelo que faz d�o a Herbert a certeza de ter feito a escolha certa, quando decidiu trabalhar com evangeliza��o. "Tanto a�fotografia�quanto a confeitaria s�o atividades para poder pagar as contas. O meu trabalho mais importante e gratificante � poder alfabetizar e evangelizar surdos", destaca.�