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Estado de Minas

Fam�lias pedem melhorias na educa��o oferecida �s pessoas com Transtorno do Espectro Autista

Falta de atendimento especializado e individualizado nas salas de aula s�o algumas das cobran�as


21/02/2022 00:00

Famílias pedem melhorias na educação oferecida às pessoas com Transtorno do Espectro Autista
Fam�lias pedem melhorias na educa��o oferecida �s pessoas com Transtorno do Espectro Autista (foto: Educa Mais Brasil)

Onde tem uma crian�a com dificuldade para se comunicar, socializar e desenvolver habilidades motoras existe uma vida que, mesmo com limita��es, possui capacidades incr�veis para serem desenvolvidas. Muitas delas, por volta dos quatro anos de idade, recebem o diagn�stico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), que no Brasil somam cerca de dois milh�es de pessoas, segundo dados do Center of Deseases Control and Prevention (CDC). No aconchego do lar, fam�lias lutam pelo direito � educa��o b�sica para essas crian�as. Na busca por dignidade e qualidade de vida para seus filhos, os pais tamb�m reaprendem a olhar seu entorno com mais amorosidade e paci�ncia.��


O analista de sistemas �rico Ribeiro � pai de duas meninas. A filha mais velha, Milena, 15 anos, foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista quando tinha quatro anos de idade. Ele procurou a Associa��o de Amigos do Autista (AMA), em Salvador, onde ele relata ter se sentido bem acolhido pelos profissionais.��


Milena frequenta a AMA no turno matutino e, � tarde, vai para a escola estadual onde cursa a 8� s�rie do ensino fundamental. "Quando minha filha chegou na AMA tinha muita inquieta��o no seu comportamento. L�, ela foi alfabetizada e hoje l� pequenas frases. A ajuda tem sido fundamental para o desenvolvimento dela", diz o pai orgulhoso.�


�rico observa que existe car�ncia de profissionais capacitados para atender �s demandas especializadas do indiv�duo com o espectro autista. "A rela��o do professor com o aluno com TEA � de um para um, ou seja, um professor para cada aprendiz porque cada pessoa com o espectro exige atividades direcionadas para a sua necessidade. Infelizmente, hoje, onde a Milena foi alfabetizada est� faltando profissionais para lidar com a demanda. S�o 91 seres humanos que dependem desse apoio na associa��o para continuar se desenvolvendo. Diante da falta de manuten��o no quadro de professores da rede estadual que atende � AMA, a minha filha, assim como seus colegas, est� com preju�zo na continuidade do seu aprendizado", desabafa o pai. [Veja aqui o v�deo].�


Assim como o analista, a Ju�za do Trabalho Substituta, Zilah Ramires Ferreira, comunga desse sentimento de car�ncia de apoio para oferecer melhor desenvolvimento educacional �s pessoas com TEA. Ela � m�e do Caio, 15, e da Eduarda, 9. No primeiro ano de vida do filho mais velho, Zilah percebeu que o desenvolvimento dele era diferente. Atraso importante na fala, perda de habilidades j� adquiridas, irritabilidade e dificuldades sensoriais foram sinais de alerta para a fam�lia.�

"Sinceramente, sou mais feliz depois que me tornei m�e do Caio e da Duda e isso n�o significa que temos uma vida f�cil, sem altos e baixos", pontua.�


At� o diagn�stico do Transtorno do Espectro Autista foram seis longos anos acreditando tratar-se de um dist�rbio espec�fico da fala, assim como dist�rbio espec�fico motor e TDAH. "Logo ap�s o segundo anivers�rio, iniciamos as pesquisas atrav�s de exames f�sicos e de imagens e todos sempre foram absolutamente normais. Assim � importante que se saiba que, em regra, o autismo � um diagn�stico cl�nico", alerta a m�e.�


Atualmente, Caio est� no 7� ano do ensino fundamental, em uma escola particular na cidade de S�o Paulo, e acompanha as aulas de forma adaptada, conforme revela Zilah. "O ambiente escolar favorece a socializa��o e a independ�ncia, mas as atividades pedag�gicas s�o complementadas por professoras particulares", explica.�


A ju�za acredita que ainda n�o encontrou o modelo ideal de educa��o para o filho. Em sua vis�o, a cada etapa existe uma s�rie de desafios, que nunca s�o enfrentados com um �nico recurso e em um s� lugar. Dentre as dificuldades encontradas para promover um adequado desenvolvimento educacional de pessoas com TEA, Zilah cita a necessidade de atender as caracter�sticas individuais do indiv�duo como as dificuldades sensoriais, de concentra��o e de socializa��o. Ela elenca, ainda, as quest�es relacionadas ao ambiente escolar: "salas de aula lotadas; material apostilado; barulho; multiplicidade de professores e de salas, o que exige o deslocamento entre os ambientes a cada aula; falta de profissionais especializados e de cuidadores", enumera a m�e.��


A metodologia de ensino, na vis�o da m�e do Caio, tamb�m � um dos problemas que podem ser superados. Nesse sentido, ela alerta para as aulas longas, utiliza��o de poucos recursos visuais e crit�rios pouco individualizados de ensino que dificultam o processo de aprendizado dos estudantes com TEA.��


Contudo, apesar dos percal�os, a rela��o com o filho Caio a inspirou a escrever o livro O Menino Azul e a Fam�lia Colorida, que surgiu com objetivo de ser um recurso de comunica��o entre m�e e filho. "Quando mostrei para a fam�lia, tive a grata surpresa de descobrir que esse recurso poderia ser aproveitado por outras fam�lias que viveram, vivem ou viver�o essa mesma hist�ria e podem contar com um final feliz, n�o como resultado, mas como aceita��o, pois a moral da est�ria � que a vida e o amor que nos une nos tornou perfeitos um para o outro", justifica a ju�za.��

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ONG Autonomia ajuda quem precisa de apoio��


Em Santa Catarina, a professora e mestre em desenvolvimento humano Andrea Monteiro, 54 anos, se disponibiliza como pode para ajudar �queles que necessitam de amparo. � frente da ONG Autonomia, um dos seus projetos, o Artistas Autistas, ajuda a dar visibilidade aos talentos art�sticos de pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista.��

M�e de um menino adotivo, ind�gena, de 2 anos, Andrea n�o possui rela��o familiar com o autismo, mas abra�ou a miss�o de buscar melhorias no acesso � educa��o e qualidade de vida para pessoas com o diagn�stico.���


"N�o vejo mais corpo, vejo almas caminhando numa for�a extraordin�ria que nenhum f�sico suporta", diz Andrea ao se referir � for�a daqueles que cuidam de pessoas com necessidades especiais. Para ela, a uni�o � o caminho para ajudar quem precisa de apoio e transformar a sociedade.��


Consciente do seu papel, Andrea guia sua vida com foco no coletivo. "N�o consigo ver o mundo s� para um, vejo para todos. Infelizmente, a sociedade criou microgrupos, cada um defendendo uma causa e ningu�m consegue dialogar, cada grupo se torna um individual e n�o se relaciona. Precisamos ser uma sociedade com voz un�ssona, o direito � de todos, somos todos filhos da terra!", ressalta.�


Juntamente com o escritor Rodrigo Tramonte, diagnosticado com TEA, Andrea produziu em 2015 o livro "Humor Azul - o lado engra�ado do autismo", que ganhou a admira��o de famosos como o escritor e cartunista Maur�cio de Sousa. Pelo seu conte�do did�tico, o livro se tornou um "best seller" e � recomendado �s escolas e fam�lias por m�dicos considerados refer�ncias no assunto. Tamanha aceita��o, rendeu um belo fruto: o livro vai virar filme.��


Andrea conta que o sonho do escritor Rodrigo era conhecer o Maur�cio de Sousa, criador da Turma�

da M�nica. Para quem n�o sabe, em 2003 a Turma da M�nica apresentou Andr�, personagem que chegou �s hist�rias em quadrinhos para representar as pessoas com Transtorno do Espectro Autista.��


"Entramos em contato com Maur�cio para apresentar sugest�es para o personagem comunicar melhor o que � o autismo. Simplesmente, ele falou que precisava nos ouvir. Foi um papo maravilhoso entre n�s e a equipe dele. O Maur�cio � incr�vel, tem muita escuta, � um cidad�o brasileiro de valor, que merece muito respeito", relembra a professora sobre os momentos de encontro que teve com o cartunista.�


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