A partir de 2024, o Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) ser� aplicado de maneira bem diferente de como hoje � conhecido. Al�m das perguntas de m�ltipla escolha, quest�es discursivas far�o parte do Exame. A prova tamb�m ser� dividida em duas partes, sendo a primeira com foco mais geral sobre o que � aprendido durante o ensino m�dio com a reda��o, e a segunda parte focada na �rea de conhecimento escolhida pelos candidatos na inscri��o.
As mudan�as foram sugeridas em parecer aprovado ontem, 14, pelo Conselho Nacional de Educa��o (CNE), e visam adequar o Enem ao novo ensino m�dio que passa a valer este ano e deve ser implantado completamente, segundo previs�o do Minist�rio da Educa��o, em at� tr�s anos.
"Hoje, temos, al�m da reda��o, quatro provas obrigat�rias e longas. Os alunos reclamam de cansa�o. Se o ensino m�dio ter� uma parte comum e uma parte diversificada/flex�vel, a orienta��o do conselho � que o�Enem�siga a mesma dire��o: tenha uma primeira etapa comum a todos os candidatos, e uma segunda mais diversificada", explicou, em entrevista ao G1 Educa��o, Maria Helena Guimar�es de Castro, relatora do parecer do CNE.
O novo ensino m�dio foi aprovado em 2017 e prev� uma flexibiliza��o curricular, sendo passado aos estudantes um conte�do geral, alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e uma grade curricular optativa como matem�tica, ci�ncias da natureza, ci�ncias humanas e linguagens , podendo os estudantes escolherem quais mais se identificarem.
Na teoria, o Enem seguir� a mesma l�gica com uma etapa generalista e interpretativa tamb�m alinhada com a BNCC e uma segunda etapa focada em quatro �reas espec�ficas, mais correspondes ao curso de gradua��o que o candidato deseja cursar. As quatro �reas s�o: Linguagens, Ci�ncias Humanas e Sociais Aplicadas; Matem�tica, Ci�ncias da Natureza e suas Tecnologias; Matem�tica, Ci�ncias Humanas e Sociais Aplicadas; e Ci�ncias da Natureza, Ci�ncias Humanas e Sociais Aplicadas.
"A complexidade do Enem reside na segunda etapa do exame que avalia a parte diversificada, os itiner�rios formativos. � nela que o novo ensino m�dio enfrentar� o seu maior desafio em rela��o aos objetivos de flexibilidade e diversifica��o do sistema", diz o parecer do CNE aprovado ontem. A relatora do parecer tamb�m explicou que a nova vers�o do exame manter� a corre��o com base no modelo matem�tico chamado TRI (Teoria de Resposta ao Item), que permite identificar se as respostas dadas pelos estudantes s�o por conhecimento ou chute.
At� ser definitivamente implantado muitas quest�es dever�o ser respondidas a exemplo de como as faculdades v�o usar as notas, se as escolas conseguir�o adaptar o novo ensino m�dio e se ele, nas condi��es que ser� oferecido, n�o ampliar� ainda mais as desigualdades educacionais entre estudantes das escolas p�blicas e privadas. Al�m disso, at� o momento fica o questionamento de como as quest�es discursivas ser�o corrigidas e como fica o Enem Digital, j� colocado em pr�tica pelo MEC.