O Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) entrou com um pedido na Justi�a, na tarde desta segunda-feira, para que a entrevista de Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro Bruno Fernandes e uma das testemunhas chaves do processo de sumi�o e morte de Eliza Samudio, concedida nesse domingo ao programa Fant�stico. A solicita��o ainda ser� analisada pela ju�za Marixa Fabiane Lopes.
Jorge quebrou o sil�ncio e apontou Macarr�o como mandante do crime, mas n�o conseguiu livrar o ex-capit�o do Flamengo da suspeita de ter articulado o assassinato de Eliza. Nervoso e reticente, ele respondeu �s perguntas procurando incriminar Macarr�o, chegando a dizer que o bra�o direito de Bruno queria matar a dentista Ingrid Calheiros, na �poca uma das namoradas e hoje mulher do goleiro.
“Ele falou que tinha que matar a Ingrid porque ela n�o fazia bem para o Bruno. Eu precisava de dinheiro e pensei em fazer isso, mas depois desisti”, disse Jorge. Pelo servi�o, Macarr�o pagaria R$ 15 mil a Jorge. O rapaz contou detalhes do sequestro de Eliza, que foi retirada de um hotel no Rio num carro com Macarr�o e com ele. Jorge revelou que os dois deram socos no rosto da mulher durante uma discuss�o.
Essa vers�o foi mantida quando Jorge narrou detalhes da noite em que Eliza foi morta,o que ocorreu em 10 de junho de 2010. Ele disse que a mulher foi colocada em um carro junto com o filho Bruninho, Macarr�o e ele, com a desculpa de que seria levada para um hotel e receberia R$30 mil. Guiados por um motociclista, que Jorge n�o identificou, mas que a pol�cia suspeita ser o ex-policial Jos� Lauriano de Assis, o Zez�, Macarr�o levou o carro at� uma casa, onde Eliza entrou com o filho e foi assassinada.
Neste ponto, a vers�o do menor contradiz totalmente o que Macarr�o declarou em seu julgamento,em novembro. Na ocasi�o,o amigo e confidente de Bruno afirmou ter levado at� um homem, na Regi�o da Pampulha. Esse desconhecido desceu de um carro preto e fez Eliza embarcar no ve�culo. Depois disso, a m�e de Bruninho n�o foi mais vista. Jorge tamb�m alterou o que ele mesmo disse � Justi�a,em 2010,quando revelou os primeiros detalhes do caso.
Na entrevista de ontem, ele negou ter visto um homem estrangular Eliza. Na nova vers�o, Jorge disse que Macarr�o entrou com Eliza e Bruninho numa casa e depois de 30 ou 40 minutos, s� Macarr�o saiu. J� no carro, Macarr�o lhe contou que Eliza havia sido estrangulada pelo desconhecido e que, depois de morta, teria sido chutada pelo pr�prio Macarr�o. Quanto a Bruninho, Jorge afirmou que a crian�a s� n�o foi assassinada porque o executor de Eliza se recusou a praticar o crime.
Nessa segunda-feira, o advogado de Jorge, Eli�zer J�natas de Almeida Lima afirmou que est� deixando a defesa de Jorge depois da entrevista.
Testemunhas
O Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG) divulgou quantas pessoas ir�o ser testemunhas no j�ri popular do goleiro Bruno, que come�a em 4 de mar�o. Ao todo 15 pessoas foram arroladas, sendo que algumas delas foram intimadas por mais de uma das partes.
A acusa��o convocou o primo de Bruno Jorge Luiz Lisboa, a delegada Ana Maria, Jo�o Batista Alves Guimar�es, Jailson Alves de Oliveira, e Renata Garcia da Costa, que foi ouvida por carta precat�ria. J� a defesa de Bruno arrolou C�lia Aparecida Rosa Sales, Jorge Luiz Lisboa, Maria de F�tima Ruas Souto dos Santos, Anast�cio Martins Barbosa e Amir Borges Matos.
E por �ltimo, Dayane convocou Saiver Junior Calixto, C�lia Aparecida Rosa Sales, Lucy Gama Paulo C�sar Batista dos Santos e Maria de F�tima Ruas Souto dos Santos.
Os primeiros r�us do processo que investiga o sumi�o e morte de Eliza Samudio foram julgados e condenados. Macarr�o pegou 15 anos de pris�o por homic�dio triplamente qualificado e a outros tr�s pelo sequestro da v�tima. Por ter confessado o crime, mesmo que parcialmente, conforme an�lise do Minist�rio P�blico, ele teve a pena de homic�dio reduzida para 12 anos. Pela Lei de Execu��o Penal, ele dever� permanecer mais tr�s anos preso em regime fechado, uma vez que j� cumpriu mais de dois anos de pris�o.
J� Fernanda foi condenada a tr�s anos em regime aberto pelo sequestro de Bruninho, filho de Eliza, e a outros dois, tamb�m em regime aberto, pelo sequestro da jovem. Como o somat�ria das penas � superior a quatro anos, ela n�o pode ser regime aberto. Somente ap�s cumprir 1/6 da pena (10 meses), a jovem pode ingressar no semi-aberto. Como j� ficou quatro meses atr�s das grades, Fernanda ter� que ficar mais seis dormindo na penitenci�ria e realizando atividades externas durante o dia.
(Com informa��es de Flavia Ayer e Luana Cruz)