
A fam�lia de Eliza Samudio tenta novamente reverter a decis�o que colocou em liberdade o goleiro Bruno Fernandes das Dores, de 32 anos. A advogada Maria L�cia Borges, que representa a m�e da jovem, S�nia de F�tima Moura, entrou com um embargo de declara��o na �ltima sexta-feira. Por�m, o recurso entrou no processo eletr�nico do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira. No recurso, a defensora cita que a demora para julgar a apela��o do atleta, argumento aceito pelo ministro Marco Aur�lio Mello, aconteceu por causa de “manobras” dos advogados do atleta.
“A Repercuss�o de sua liberdade em fun��o de manobras de sua defesa, tornou-se indigesta, pois n�o h� o que se falar em culpa do Estado pela mora, j� que v�rios s�o os processos que aguardam julgamento por tempo. Segundo se infere dos autos de apela��o recurso junto ao TJMG n�o h� excesso de prazo, mas sim v�rias situa��es provocadas pela defesa do paciente , com ren�ncias de advogados, intima��es do r�u, recursos, juntadas de documentos etc, tudo isso, contribuindo pelo n�o julgamento”, explicou a advogada na pe�a.
Esse � o segundo recurso impetrado pela fam�lia de Eliza. Em peti��o enviada em 3 de mar�o, � Suprema Corte, que julga o habeas corpus do atleta, a advogada Maria L�cia enfatizou o temor da fam�lia de Eliza, com Bruno Fernandes em liberdade. “Vale aqui registrar o temor da fam�lia da v�tima com o paciente nas ruas pois, logo ap�s deixar a pris�o, concedeu entrevista em rede nacional afirmando que ingressar� na Justi�a com pedido de guarda e aproxima��o do filho. H� que se ressaltar que esta mesma crian�a � quem ele tentou exterminar com sua vida por duas vezes, sendo ele mesmo o paciente que entregou rem�dios para Eliza tomar, e depois ele mesmo conduziu seu filho ao encontro do matador de aluguel, n�o sendo morto o menor somente pela miseric�rdia divina, n�o por arrependimento”.
Os argumentos n�o foram aceitos pelo ministro Marco Aur�lio Mello. “Nego seguimento aos embargos declarat�rios. � Judici�ria para que proceda ao desentranhamento da pe�a”, consta do acompanhamento processual do habeas corpus de Bruno. Por�m, desta vez, a advogada pede que o recurso seja avaliada pelo �rg�o colegiado do STF. “Em face do exposto, requer -se � Vossa Excel�ncia a reconsidera��o da decis�o agravada; se esse n�o for o caso, que Vossa Excel�ncia coloque o feito em mesa, a fim de que o �rg�o colegiado possa examinar o recurso de agravo e, ao final , dar - lhe provimento, reformando a decis�o monocr�tica agravada, vez que demonstrada a impropriedade da decis�o que concedeu a liminar ao paciente , determinando, por consequ�ncia, a decreta��o de sua pris�o preventiva nos termos originalmente fixados pelo Ju�zo do Tribunal do J�ri da Comarca de Contagem/MG, devendo aguardar por certo o julgamento dos recursos fechado. Estando assim, estaremos de f rente da mais l�dima Justi�a!”, afirma.
O goleiro deixou a cadeia em 24 de fevereiro depois que o ministro acatou um pedido de soltura feitos pelos advogados dele. O argumento utilizado foi a demora para aprecia��o da apela��o. Bruno ficou preso por seis anos e sete meses, desde julho de 2010, inicialmente por medida cautelar e depois preventiva, ap�s ser apontado como mandante do sequestro, c�rcere privado e morte de Eliza Samudio, em junho daquele ano. Em 8 de mar�o de 2013, o atleta foi condenado a 22 anos e tr�s meses de pris�o, dos quais 17 anos e seis meses em regime fechado, pelo homic�dio triplamente qualificado.
