
�s v�speras do Dia do Goleiro, Bruno Fernandes das Dores de Souza, de 32 anos, n�o tem nada a comemorar. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu revogar a soltura do atleta, condenado pela morte de Eliza Samudio, concedida pelo ministro Marco Aur�lio Mello. O julgamento do m�rito do habeas corpus aconteceu na tarde desta ter�a-feira. A Primeira Turma � formada pelos ministros Marco Aur�lio, Luiz Fux, Rosa Weber, Lu�s Roberto Barroso e Alexandre de Moraes.
O advogado L�cio Adolfo da Silva, que representa o jogador, se manifestou no in�cio do julgamento. Ele falou que a morosidade no processo foi culpa do Minist�rio P�blico. Al�m disso, disse que Bruno est� trabalhando para sustentar os tr�s filhos. Tamb�m relatou que o que pesa contra o atleta � a repercuss�o do caso.
Os argumentos n�o foram suficientes para convencer os ministros. Relator do processo, Alexandre de Moraes foi o primeiro a votar contra o habeas corpus. Em seguida foi a vez da ministra Rosa Weber, que tamb�m votou contra a soltura. O ministro Luiz Fux foi na mesma linha. O ministro Marco Aur�lio, que concedeu a liminar ao goleiro, votou contra a revoga��o da soltura. O ministro Lu�s Barroso n�o estava presente, por isso, a vota��o ficou 3 a 1 a favor da revoga��o. De acordo com a assessoria de imprensa do STF, com a decis�o, a Vara respons�vel pelo caso ser� informada sobre a revoga��o e um mandado de pris�o ser� expedido contra o goleiro Bruno.
O goleiro deixou a cadeia em 24 de fevereiro, depois que o ministro Marco Aur�lio deferiu um pedido de soltura feito pela defesa. Pouco depois, assinou contrato com o Boa Esporte, de Varginha, no Sul de Minas, em uma negocia��o cercada de pol�mica, que levou ao afastamento de todos os patrocinadores do clube. Bruno ficou preso por seis anos e sete meses, desde julho de 2010, inicialmente por medida cautelar e depois preventiva, ap�s ser apontado como mandante do sequestro, c�rcere privado e morte de Eliza Samudio, em junho daquele ano.
No recurso ao STF, os defensores citam o excesso de prazo para a aprecia��o do habeas corpus contra sua pris�o preventiva. Ao conceder a soltura, o ministro Marco Aur�lio considerou que, ao se negar ao r�u o direito de recorrer em liberdade, a condena��o foi antecipada, sendo o clamor social “insuficiente a respaldar a preventiva”. A decis�o seguiu o pedido do procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, que encaminhou, na �ltima semana, parecer ao STF pedindo a revoga��o da decis�o que libertou o goleiro Bruno. Entre os argumentos, o procurador destacou que h� orienta��o da Suprema Corte de que n�o � poss�vel apresentar habeas corpus contra uma decis�o tomada por outro ministro de tribunal superior. Isso porque Bruno j� teve um habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justi�a (STJ).
O procurador-geral da Rep�blica tamb�m afirmou que, mesmo que Bruno tenha ficado preso por mais de seis anos, “a constri��o de liberdade se deu por t�tulos judiciais diversos”. “Antes, decreto de pris�o preventiva. Na situa��o mais recente, execu��o provis�ria da pena, ap�s senten�a condenat�ria”, escreveu. Ainda segundo ele, a execu��o provis�ria da pena se deu por iniciativa da pr�pria defesa, no recurso de apela��o. “Isso refor�a a aus�ncia de preju�zo ao sentenciado, que pode postular os benef�cios previstos na Lei de Execu��o Penal.” Janot alegou ainda que “a defesa contribuiu para o eventual prolongamento do prazo para o julgamento da apela��o criminal”.
Bruno no Boa Esporte
Desde que retornou ao futebol, o goleiro Bruno disputou cinco partidas com a camisa do Boa Esporte - todas pelo hexagonal final do M�dulo II do Campeonato Mineiro - e sofreu quatro gols. oo goleiro tem duas vit�rias, dois empates e uma derrota � frente da meta boveta. A sua estreia foi no dia 8 de abril, contra o Uberaba, no Mel�o, em Varginha. O goleiro foi pouco exigido no jogo, mas acabou cometendo um p�nalti que ocasionou o gol de empate da equipe do Tri�ngulo Mineiro. A partida terminou em 1 a 1.