Quinta-feira, por volta das 14h. Nesse hor�rio, o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza deveria estar em servi�o em uma obra da Associa��o de Prote��o e Assist�ncia ao Condenado (Apac) de Varginha, no Sul de Minas, onde cumpre pena. Mas foi visto em uma mesa de uma associa��o vizinha, onde tamb�m faz alguns trabalhos, junto com mulheres. O encontro foi marcado por aplicativos de conversas no celular. Como est� em regime fechado, ele n�o poderia fazer uso do aparelho. A cena foi flagrada pela TV Alterosa. O atleta n�o quis comentar o assunto e ficou em sil�ncio ao ser abordado. O advogado dele, F�bio Gama, informou que o goleiro n�o faz uso de celular e que “algu�m est� querendo prejudicar a sa�da dele”. Um pedido de progress�o de pena j� foi feito � Justi�a e ainda est� sendo analisado pelo juiz Tarc�sio Moreira, da comarca de Varginha.
O encontro de Bruno com as mulheres foi todo planejado. Em conversas de WhatsApp a que o Estado de Minas teve acesso, o goleiro faz contato com uma jovem que havia lhe enviado uma carta. “Quando puder me chame. Bruno”, disse ele ao iniciar a conversa. “Bom dia. Qual Bruno?”, questiona a mulher. “Voc� deixou seu n�mero no bilhete. Na carta q (sic.) que voc� mandou ler depois”, completou o atleta. “N�o acredito. Como voc� est�?”, diz s
urpresa a jovem.
Por volta das 14h, a reportagem da TV Alterosa de Varginha foi at� o clube e flagrou o goleiro Bruno com mulheres em uma mesa, onde havia uma lata de cerveja. O empreiteiro respons�vel pela obra onde o atleta devia prestar servi�o n�o estava no local. Ao ser questionado sobre a expectativa para sair para o regime semiaberto, ele disse que n�o poderia falar. As mulheres que estavam com ele sa�ram e foram para o banheiro.
O advogado do atleta, F�bio Gama, negou que Bruno fa�a uso do celular e de bebidas alco�licas. Disse, ainda, que essa den�ncia � de “algu�m querendo prejudicar a sa�da dele”. De acordo com Gama, a Associa��o Cana�, pr�xima � Apac � usada pelos internos para descansar depois do trabalho. Al�m disso, informou que alguns f�s costumam ir at� o local para conhecer o goleiro e tirar fotos. Disse, ainda, que o goleiro n�o tem nenhum aparelho celular e que desconhece os �udios compartilhados via WhatsApp. Segundo ele, as mensagens n�o seriam do goleiro. De acordo com o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), nenhum preso da Apac pode fazer uso de celulares.
Prograss�o de regime. A confirma��o do uso de celular por parte de Bruno pode dificultar a conquista de um benef�cio da Justi�a. Em 11 de outubro, o advogado dele entrou com um pedido para que o atleta cumpra a pena em regime semiaberto. A solicita��o foi feita depois de uma atualiza��o da pena do goleiro, levando em considera��o a remi��o de 24 dias, diante de servi�os prestados na Apac. Foram 74 dias trabalhados no local, segundo o TJMG.
O pedido feito pelo advogado de Bruno foi encaminhado ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG). O �rg�o, segundo o TJMG, recomendou um exame criminol�gico para saber se o goleiro est� apto a ser reinserido na sociedade. O parecer da promotoria foi enviado para o juiz Tarc�sio Moreira, da Comarca de Varginha, que n�o tem prazo para a decis�o.
Bruno foi detido em junho de 2010 por envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio e ficou preso, primeiro de forma preventiva e depois condenado por assassinato, oculta��o do cad�ver e sequestro do filho que teve com a v�tima, Bruninho. Em fevereiro de 2017, ele foi colocado em liberdade pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aur�lio Mello, mas a decis�o foi revogada no Supremo dois meses depois. Inicialmente, Bruno foi condenado a 22 anos e tr�s meses pelos crimes, mas em setembro de 2017 a pena foi reduzida para 20 anos e nove meses.