Neste domingo, a greve dos professores das universidades federais completar� um m�s. A paralisa��o, que conta com a ades�o de 51 institui��es, afeta a rotina dos estudantes que aguardam as negocia��es entre a categoria e o governo federal para que o semestre letivo possa ser retomado e conclu�do. Na Universidade de Bras�lia (UnB), al�m dos professores, os t�cnicos administrativos tamb�m cruzaram os bra�os, inviabilizando a maior parte das atividades acad�micas.
Aluna do primeiro semestre de economia, Hayanne Ferreira acha que a greve � leg�tima, mas que a decis�o dos docentes foi precipitada. Das cinco disciplinas que cursa neste semestre, apenas uma n�o foi interrompida. Com isso, ela prev� que vai ficar sem f�rias quando a greve terminar porque os professores que aderiram ao movimento ter�o que repor as aulas perdidas. “Vai ter prova fora de hora, suspenderam o calend�rio e vai ser preciso repor aula. Tem professor que n�o vai repor”, acredita.
A principal reivindica��o dos docentes � a revis�o do plano de carreira. Em acordo firmado no ano passado, o governo prometeu um reajuste de 4%, a incorpora��o de parte das gratifica��es e a revis�o do plano para 2013. Os dois primeiros pontos j� foram atendidos, mas n�o houve avan�o na revis�o da carreira. Uma nova rodada de negocia��o est� marcada para ter�a-feira (19).
Na UnB, a decis�o de paralisar as atividades � de cada professor, por isso os alunos se sentem “perdidos” em rela��o � greve. “Tanto as f�rias do meio do ano quanto as do fim do ano, ningu�m sabe como v�o ficar porque n�o sabemos quando come�ar� o pr�ximo semestre”, disse Raphaella Pinheiro, 19 anos, aluna de rela��es internacionais. Cinco dos seis professores com quem ela tem aula neste semestre aderiram � greve. “A maioria das mat�rias parou completamente. Tem professor que est� passando exerc�cio pela internet para a gente resolver, tem outros que v�o encurtar o semestre na volta e a gente vai fazer a prova mais r�pido. Outros v�o considerar a mat�ria como dada, porque quando a greve come�ou 75% das aulas j� tinham ocorrido. Outros v�o repor tudo. Cada um vai fazer do jeito que quiser”, reclama.
Apesar das cr�ticas, parte dos alunos apoia a paralisa��o. Em assembleia no dia 24 de maio, que contou com a presen�a de cerca de 600 pessoas, foi aprovada a greve estudantil, em apoio ao movimento inciado pelos professores. Uma sess�o que reuniu os 46 centros acad�micos da UnB no dia 29 manteve a decis�o em uma vota��o apertada: 22 votos a favor da greve estudantil, 20 contra e duas absten��es.
Com a paralisa��o dos servidores, que come�ou na �ltima segunda-feira (11), al�m das aulas, alguns servi�os que s�o prestados � comunidade tamb�m ficaram interrompidos. A biblioteca da UnB, que � frequentada tamb�m por quem n�o � aluno da institui��o, est� de portas fechadas. “Sempre venho aqui para estudar, o espa�o � bom. Mas agora fiquei meio sem op��o”, conta Guilherme Macedo, 36 anos. Ele estuda administra��o em outra institui��o, mas frequenta a UnB pela proximidade de sua casa.
N�o s� os alunos s�o afetados pela paralisa��o. A queda no movimento preocupa tamb�m quem trabalha na universidade. Edilma Queiroz, dona da banca de jornais que funciona no Instituto Central de Ci�ncias (ICC) conta que nesta semana o movimento j� caiu 90% em rela��o ao fluxo normal. “O impacto � total porque a gente tem que pagar todos os impostos, o aluguel, todos os encargos que a UnB tamb�m n�o abre m�o, independentemente da greve. E a gente n�o sabe quando essa greve vai acabar”, diz.