Os docentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) recusaram o reajuste de at� 45% apresentado pelos minist�rios do Planejamento e da Educa��o. Em assembleia realizada nesta ter�a-feira, a categoria votou quase que por unanimidade - foram apenas um voto favor�vel e uma absten��o - contra a proposta e decidiu manter a greve que j� dura 28 dias na institui��o.
De acordo com o Prof. Armando Gil Magalh�es Neves, diretor do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (APUBH), o benef�cio oferecido atinge apenas uma minoria que j� est� no auge da carreira. "O governo diz que est� oferecendo 45%, mas n�o � para todos, � um reajuste de 45% apenas para os professores titulares com dedica��o exclusiva e doutorado, que n�o � imediato, � em tr�s anos", lembrou.
Ainda segundo o sindicalista, a proposta apresenta �ndices muito vari�veis para os outros docentes. "Um n�mero que eu gosto de citar � o (aumento) oferecido para os professores iniciantes, que s�o doutores e t�m dedica��o exclusiva. O futuro das universidades nos pr�ximos anos est� nas m�os deles e eles ter�o um reajuste de apenas 10%, o que, nesses tr�s anos, pode significar at� uma redu��o no valor real", explicou.
Assembleia na Universidade Federal de Vi�osa
Os professores da Universidade Federal de Vi�osa (UFV) tamb�m recusaram a proposta do governo, em assembleia realizada na tarde desta ter�a-feira, na sede da Se��o Sindical dos Docentes de Vi�osa (ASPUV). O reajuste foi rejeitado por unanimidade.
At� a pr�xima sexta-feira, todas as 56 universidades e 34 institutos federais de educa��o tecnol�gica que est�o parados - a greve nacional completou 60 dias nesta ter�a-feira - realizar�o suas assembleias para definir se a categoria aceita ou n�o o aumento.
Uma reuni�o est� marcada entre o Sindicato Nacional dos Docentes das Institui��es de Ensino Superior (ANDES) e o Minist�rio do Planejamento para a pr�xima segunda-feira, dia 23. Na quarta-feira, 25, uma assembleia da APUBH vai discutir o resultado do novo encontro. A ASPUV ainda n�o divulgou a data do novo encontro.
"Manter a greve, intensificar a mobiliza��o, radicalizar as a��es". Estas foram as orienta��es divulgadas nessa segunda-feira pelo ANDES aos professores de institui��es federais em greve. No comunicado a entidade afirmou que rejeita a proposta e que o momento � de 'desmascar�-la', se referindo ao ganho de at� 45% at� 2015.
No entanto, segundo o Minist�rio da Educa��o, a proposta atende a demandas hist�ricas e n�o h� nenhuma possibilidade de mudan�a nos valores apresentados. "� uma proposta final quanto ao volume de recursos alocados", afirmou Amaro Lins, secret�rio de Educa��o Superior do MEC. Segundo ele, o governo est� aberto para a discuss�o de quest�es pontuais, como a exig�ncia de o docente cumprir no m�nimo 12 horas/aula semanais, mas n�o quest�es salariais. "� momento de ter bom senso e pensar no atendimento � comunidade", argumentou.
O diretor da APUBH, Magalh�es Neves, comentou a postura do secret�rio: "� o papel dele falar que � o ponto final, o nosso papel � insistir em avan�ar nas negocia��es por uma proposta melhor", finalizou.
Entenda a proposta do governo e as cr�ticas
Caso os docentes aceitem a proposta, os aumentos passam a valer a partir de janeiro de 2013 e ser�o dados ao longo de tr�s anos. A proposta do governo estima que a remunera��o do professor titular com dedica��o exclusiva suba de R$ 11,8 mil para R$ 17,1 mil. Al�m disso, os n�veis de carreira ser�o reduzidos de 17 para 13. Segundo documento do Minist�rio do Planejamento, "a proposta permite uma mudan�a na concep��o das universidades e dos institutos, na medida em que estimula a titula��o, a dedica��o exclusiva e a certifica��o de conhecimentos". A proposta garante ao professor com doutorado e dedica��o exclusiva sal�rio inicial de R$ 8,4 mil. A remunera��o dos professores que j� est�o na universidade, com t�tulo de doutor e dedica��o exclusiva, aumenta de R$ 7,3 mil para R$ 10 mil.
Em documento divulgado nessa segunda-feira, a ANDES avalia a proposta apresentada pelo secret�rio do Minist�rio do Planejamento, S�rgio Mendon�a, e alerta para uma redu��o de at� 8% no valor real da remunera��o para alguns docentes. Em seu resumo, o documento do sindicato registra que "os valores apresentados pelo governo, a serem alcan�ados somente em 2015, significam rebaixamento do valor real da remunera��o dos professores, comparativamente a refer�ncia escolhida pelo pr�prio governo em suas tabelas que vigoram desde julho de 2010." O texto lembra que "fica comprovada a desvaloriza��o de 35,55% at� 2015, tomando como refer�ncia o ICV medido pelo DIEESE, e uma proje��o futura com base na m�dia dos �ltimos 30 meses."
Outro ponto criticado � a proposta de reestrutura��o das carreiras docentes que, segundo o sindicato, insistiria em "cristalizar a desestrutura��o que foi imposta". Segundo o Prof. Armando Gil Magalh�es Neves, diretor da APUBH, o "est�mulo � titula��o" divulgado pelo governo tamb�m deve ser debatido j� que, dependendo de sua configura��o, pode desvalorizar o t�tulo de mestrado.
Greve nas universidades de Minas Gerais
Est�o paradas no estado, al�m da UFMG e a UFV, o CEFET-MG; as universidades UFU, UFVJM, UFOP, UFJF, UFTM, UFLA, UFSJ, UNIFAL; e os institutos IFSMG, IFMG, IFNMG, IFSULMG e IFTM.