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Estado de Minas

Debate sobre cotas raciais e sociais nas universidades j� toma conta de cursinhos


postado em 09/08/2012 06:00 / atualizado em 09/08/2012 06:45

Paulo, Lorena e Kelmer, de escolas particulares, classificam medida como paliativa e se consideram prejudicados(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Paulo, Lorena e Kelmer, de escolas particulares, classificam medida como paliativa e se consideram prejudicados (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Em pr�-vestibulares de Belo Horizonte, a poss�vel san��o da lei que cria cota de 50% para alunos que v�m de escolas p�blicas j� alimenta discuss�es nas salas de aula. Nos mais badalados cursinhos da capital, a mudan�a gera ansiedade entre vestibulandos, preocupados com uma prov�vel piora no padr�o de excel�ncia dos cursos da UFMG. J� nos cursinhos mais populares, o clima � outro. A mudan�a � aguardada com enorme expectativa pelos alunos, a maioria deles provenientes da rede p�blica de ensino e sonhando com uma vaga na UFMG.

“Sem as cotas, n�o tenho nenhuma chance de passar em medicina. Para voc� ter uma ideia, nem sequer tive aula de f�sica no 3º ano do ensino m�dio da minha escola”, afirma C�ntia Lima, de 18 anos, que sempre sonhou tornar-se m�dica, mas decidiu optar pela odontologia por falta de condi��es de passar no vestibular mais concorrido. “Agora, se os 50% forem aprovados a tempo, quem sabe eu tenho chance?”, pergunta-se ela, que trabalha meio per�odo como operadora de telemarketing para ajudar a pagar as mensalidades do pr�-vestibular. J� a amiga Gabriela Monteiro, de 17, que estudava na mesma escola de C�ntia, nem tentou o exame no ano passado para ci�ncias biol�gicas: “Estava saindo de uma greve. As aulas acabaram no fim de janeiro e os professores n�o terminaram o livro”.

Cíntia, Gabriela e Rubens, estudantes do ensino público, veem nos novos critérios uma chance de ingressar na UFMG(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
C�ntia, Gabriela e Rubens, estudantes do ensino p�blico, veem nos novos crit�rios uma chance de ingressar na UFMG (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Em um dos pr�-vestibulares mais puxados da capital, as opini�es dos vestibulandos s�o taxativas. “Essa lei � um tapa-buracos para o ensino p�blico deficit�rio do governo”, protesta Paulo Resende, de 24, que est� no quarto vestibular para medicina na UFMG, mesmo tendo estudado em col�gios particulares. “� preciso melhorar o ensino a partir da base. Sen�o, daqui a pouco vamos criar testes como o exame da OAB em todos os cursos, para avaliar a qualidade de cada profissional que se forma. Permitir a entrada de pessoas sem ensino adequado vai refletir no mercado de trabalho e isso poder� prejudicar a sociedade como um todo.”

J� os estudantes Kelmer Brum, de 20, de Ipatinga, em seu terceiro vestibular para medicina, e Lorena Silva Duarte, de 19, na segunda tentativa para o mesmo curso, acreditam que a lei poder� gerar distor��es. “Tenho um amigo cuja irm� estuda em faculdade paga, mas o pai o matriculou em escola p�blica no ensino m�dio, para que ele tivesse chance de entrar com as notas no sistema de cotas”, afirma Kelmer. Para Lorena, os alunos provenientes de escolas p�blicas que conseguem o mesmo suporte de dois anos de cursinho, equivalentes aos que ela teve, poderiam competir em p� de igualdade. “O problema � que eu tenho de fazer 95% da prova e eles t�m de fazer s� 75% para passar em medicina. Perco a minha vaga por alguns d�cimos”, compara.
 


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