Os docentes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) decidiram em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira encerrar a greve que j� durava 79 dias na institui��o. Ao todo, 241 docentes votaram pelo fim imediato do movimento, 140 pela sa�da unificada em todo pa�s com data marcada - como foi sugerido pelo Comando Nacional de Greve (CNG) - e 06 se abstiveram de opinar. Desta vez, nenhum presente votou pela continuidade.
A tend�ncia � que as aulas na universidade sejam retomadas na pr�xima semana, no entanto, a data ainda n�o est� definida. A confirma��o depende da elabora��o de um novo calend�rio, j� que o primeiro semestre deste ano ainda n�o foi encerrado para alguns cursos e os departamentos pararam em momentos diferentes. A defini��o ser� tomada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extens�o (CEPE), que deve avaliar a situa��o de cada gradua��o.
O presidente do Sindicato dos Professores de Universidades Federais de Belo Horizonte e Montes Claros (APUBH), Jo�o Mauricio Mota, destaca que, apesar do retorno, a proposta n�o foi aprovada pela categoria. "A quest�o toda � que a proposta do governo n�o agradou aos professores da UFMG, assim como n�o agradou aos professores de mais de 50 universidades. No entanto, n�s percebemos que as negocia��es n�o seriam mais reabertas, por isso a mudan�a de estrat�gia. Agora vamos trabalhar no Congresso pela reestrutura��o da carreira", avaliou.
Posicionamento dos cursos
Na �ltima segunda-feira, os professores da Faculdade de Filosofia e Ci�ncias Humanas (Fafich) realizaram assembleia particular e votaram pela volta das aulas. Na ocasi�o, Mota explicou ao Estado de Minas que a decis�o unilateral � leg�tima apesar de n�o ser comum. "Cada unidade tem sua autonomia para decidir se participa ou n�o da greve, mas a decis�o oficial � da assembleia", destacou.
Durante a reuni�o desta tarde, os professores do Instituto de Ci�ncia Biol�gicas (ICB), do Instituto de Ci�ncias Agr�rias (ICA), da Escola de Engenharia, da Faculdade de Direito, da Faculdade de Ci�ncias Econ�micas (Face) e do Departamento de Qu�mica acompanharam os colegas da Fafich e deciriam, em sua maioria, pelo t�rmino imediato da paralisa��o, sem seguir as orienta��es do CNG. A decis�o foi ratificada em vota��o geral na assembleia, com todos os professores presentes.
Sindicato havia sugerido fim da paralisa��o
Na �ltima semana, o APUBH chegou a publicar um documento sugerindo � categoria encerrar a greve. O material lembra que a proposta do governo n�o atende todas reivindica��es, mas "traz algumas inova��es importantes". Entre os principais pontos positivos apontados pela diretoria do APUBH est�o o "indicativo de aumento salarial frente �s demais carreiras" e "a possibilidade de ascens�o � classe de Titular sem a necessidade de concurso p�blico". No entanto, a proposta acabou derrotada na assembleia anterior.
Governo bateu p� em reajuste m�nimo de 25%
Depois de fazer alarde em torno da primeira proposta, que acabou recusada nas assembleias, o Minist�rio do Planejamento bateu o p� na oferta posterior, que ampliou o reajuste m�nimo oferecido aos docentes de 12% para 25% e manteve o reajuste m�ximo, para os professores no auge da carreira, em 40%. Entenda.

Acompanhando voto a voto
O Diret�rio Central dos Estudantes da UFMG (DCE) divulgou em sua p�gina no Facebook todos os andamentos da assembleia nesta tarde. Pela rede social, os universit�rios manifestaram sua ansiedade pelo retorno �s aulas e opinaram sobre o fim do movimento. "T� (sic) pior que cl�ssico Galo x Cruzeiro", postou um estudante, que foi acompanhado pelos colegas: "na torcida", "ansiosa" e "ser� que amanh� fa�o meu registro?" (veja na foto ao lado).