
A voca��o e o esfor�o levaram o brasileiro Alexandre Lopes, de 44 anos, a integrar a lista dos quatro finalistas que disputam o t�tulo de melhor professor dos Estados Unidos. Daqui a pouco mais de uma semana, em 23 abril, ele estar� na Casa Branca, sede do governo norte-americano, onde o pr�mio ser� entregue pelo presidente Barack Obama. Natural de Petr�polis, na Regi�o Serrana do Rio de Janeiro, e formado em Comunica��o Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lopes mora nos Estados Unidos h� 18 anos e h� oito d� aulas em escolas da Fl�rida, onde foi considerado o melhor educador de 2012.
Com menos de uma d�cada de experi�ncia, Alexandre se tornou um dos l�deres da Carol City Elementary Schoool, uma escola de educa��o fundamental que trabalha com alunos com defici�ncia intelectual, em uma regi�o carente do condado de Miami-dade, na Grande Miami. No col�gio, Alexandre d� aulas para crian�as entre 3 e 5 anos, do chamado maternal.
“Para cada aluno com autismo, h� dois sem. Meu m�todo � o da inclus�o total, no qual ensino a mesma coisa, da mesma maneira, para os meus alunos com e sem defici�ncia intelectual”, explica. “Uso muita m�sica e procuro atingir as crian�as por meio de todos os sentidos”, conta.
O trajeto at� concorrer ao t�tulo de melhor professor do ano nos Estados Unidos, come�ou em 2011, na Carol City. “Primeiro, virei o professor do ano da minha escola. No ano passado, fui escolhido o educador do ano da regi�o de Miami onde trabalho, a Miami-dade. Ent�o, no fim de 2012, fui selecionado professor do ano da Fl�rida”, conta. Em 23 de abril, al�m de Alexandre, estar�o os professores do ano dos demais 53 estados norte-americanos, mais um educador das escolas militares dos EUA pelo mundo. Aluno de doutorado, Alexandre concorre com tr�s professores do ensino m�dio.
Para o educador, al�m do orgulho de ser prestigiado com o t�tulo de melhor professor da Fl�rida, esta � uma oportunidade de mostrar a realidade dos estudantes. “Meus alunos t�m defici�ncias, s�o carentes e grande parte � imigrante, aprendendo a falar ingl�s. Representam uma classe minorit�ria da sociedade americana, � uma chance de mostrar a vida desses meninos e meninas, dar voz a eles”, explica. Com o t�tulo de professor do ano, o educador, que j� teve dois alunos brasileiros, come�ou a apresentar palestras pelo pa�s afora.
Trajet�ria Aos 26 anos, um grande amor levou Alexandre aos Estados Unidos. L�, empregou-se como comiss�rio de bordo. Em 2002, ap�s o ataque terrorista de 11 setembro, a companhia �rea onde ele trabalhava entrou em concordata e ofereceu aos funcion�rios uma licen�a, com alguns benef�cios, sem sal�rio. “Foi a oportunidade que me faltava. Eu queria voltar a estudar, mas me sentia inseguro, porque j� tinha mais de 30 anos”, conta. Ele decidiu conversar com uma conselheira acad�mica e fazer os tr�mites de valida��o de diploma estrangeiro. A especialista sugeriu que ele buscasse a �rea de educa��o especial, carente de professores.
“Fiz uma aula de introdu��o e gostei muito do curso de capacita��o. Logo que terminei, consegui uma bolsa de mestrado para estudar educa��o especial com foco em interven��o na primeira inf�ncia”. Com o t�tulo de mestre, Alexandre recebeu uma proposta para lecionar no col�gio que trabalha hoje.