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Estado de Minas DE MINAS PARA AS ESCOLAS DO MUNDO

Minas tem o segundo maior n�mero de bolsistas do programa Ci�ncia sem Fronteiras

Mudan�a de regras fez alunos recorrerem � Justi�a para garantir chance de estudar e viver em outro pa�s


postado em 02/11/2013 06:00 / atualizado em 02/11/2013 07:01

"� a realiza��o de um sonho estudar no exterior, aprender um terceiro idioma e conhecer outra cultura", diz Arthur Belis�rio, que faz interc�mbio na Alemanha (foto: ARQUIVO PESSOAL)

 

A velha hist�ria de que os mineiros n�o conseguem transpor as montanhas e vivem enraizados na pr�pria terra n�o faz sentido para 6.725 estudantes, que literalmente romperam barreiras. Minas Gerais � segundo estado com maior n�mero de participantes do Ci�ncia sem Fronteiras (CsF), programa do governo federal que financia bolsas de estudos em 27 pa�ses. Os mineiros representam 17,5% dos 38.272 estudantes que est�o fora do Brasil ou j� retornaram do interc�mbio, incluindo alunos de gradua��o e p�s-gradua��o. E para garantir a oportunidade de aprender ou aperfei�oar outro idioma em institui��es de excel�ncia, muitos apelam � Justi�a. Pelo menos 30 do estado carimbaram o passaporte para o programa por meio de liminar. No Brasil, foramcerca de 300 bolsistas.

O impasse come�ou na abertura das chamadas para o interc�mbio, em junho, quando a nota m�nima de 600 pontos no Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) a partir de 2009 passou a ser cobrada como requisito obrigat�rio para participar do CsF, e n�o apenas como crit�rio de desempate. Em outubro, quando o resultado foi publicado, estudantes sem o Enem n�o ganharam bolsas. “O governo mudou as regras tr�s dias antes do fim do prazo de inscri��o de o Enem e n�o deu ampla publicidade a esse crit�rio. H� estudantes que entraram na universidade antes do Enem se tornar um requisito”, afirma o advogado Diego de Ara�jo Lima, que cuida de v�rios casos nessa situa��o.

Em decis�o sobre um dos casos, o juiz M�rcio Barbosa Maia, do Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o, por exemplo, afirma que a altera��o no regramento deveria levar em conta tempo suficiente para quem “ingressou no curso superior por outra via (que n�o o Enem), ou que se submeteram ao Enem anteriormente a 2009, pudessem se submeter ao exame, com tempo h�bil para obter avalia��o e assim participar do programa”, afirmou o magistrado.

Aluno de engenharia mec�nica do Centro Universit�rio Newton Paiva, Arthur Campolina conseguiu na Justi�a uma bolsa para a Austr�lia. “Eu s� tinha o Enem de 2008 e, de repente, me vi prestes a perder a oportunidade. Havia me dedicado muito para conseguir o interc�mbio, mudei a minha grade na faculdade e fiquei o semestre inteiro estudando ingl�s”, contou o estudante. Mesmo com a liminar, ele fez o Enem deste ano, apesar de o resultado estar previsto apenas para o in�cio de 2014. Com quase 90% do curso conclu�do, esta seria a �ltima chance para Arthur participar do CsF. Ele embarca em fevereiro, quando come�a o curso de ingl�s. Depois de cinco meses, far� teste de aptid�o para a cursar um ano na Universidade do Sul da Austr�lia (Unisa), em Adelaide. “Jamais teria a oportunidade de estudar no exterior. Foi como ganhar na Mega-Sena”, disse.

 

 

DEFESA “Estamos contestando todos os casos que entram na Justi�a. Uns ganharam, outros perderam, mas ainda n�o houve julgamento decis�rio”, informou Glaucius Oliva, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cient�fico e Tecnol�gico (CNPq), institui��o que gere o programa com a Coordena��o de Aperfei�oamento de Pessoal de N�vel Superior (Capes). Segundo ele, o Enem � o crit�rio nacional e republicano encontrado pelo governo para comparar estudantes.

At� o fim do ano, o programa chegar� a 55 mil bolsas, com meta de mandar para o exterior at� 2015 101 mil estudantes de gradua��o, mestrado, doutorado e p�s-doutorado. Al�m da mensalidade em moeda local, s�o concedidos aux�lio-instala��o, seguro-sa�de, passagens a�reas e aux�lio-material did�tico, para compra de computador port�til ou tablet.

Com investimentos de R$ 5 bilh�es, o CsF foi lan�ado em 2011 para fomentar o interc�mbio de universit�rios brasileiros em estudos e pesquisas nas �reas de tecnologia, inova��o, ci�ncias, sa�de e meio ambiente. “Temos atingido m�dia de interessados correspondente a tr�s vezes o n�mero de selecionados. Quem participou tem taxa de satisfa��o acima de 90%”, ressalta Glaucius, que destaca a participa��o dos mineiros. “As universidades t�m motivado bastante o programa.”

OPORTUNIDADE

Arthur Campolina recorreu à Justiça para conseguir estudar na Austrália, depois que o governo federal mudou as regras na última hora(foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS)
Arthur Campolina recorreu � Justi�a para conseguir estudar na Austr�lia, depois que o governo federal mudou as regras na �ltima hora (foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS)
Direto de Berlim (Alemanha), Arthur Belis�rio, de 21, aluno de engenharia mec�nica da UFMG, incentiva estudantes a participarem. Ele chegou em julho ao pa�s e tem se dedicado ao curso de alem�o para, em fevereiro, ingressar por um ano numa institui��o de ensino superior local. “O processo para conquistar a vaga foi moroso e o candidato deve estar sempre atento �s datas, e-mails, prazos e requisitos”, conta o estudante. Mas o esfor�o compensa: “� a realiza��o de um sonho estudar no exterior, aprender um terceiro idioma, viver em um pa�s como a Alemanha. A principal dificuldade � o idioma, mas � quest�o de tempo superar”. E Arthur ainda d� a receita: “Nada melhor para se adaptar do que estar de mente aberta para novos aprendizados e uma nova cultura”. Mesmo no in�cio do interc�mbio, ele j� alimenta ambi��es: “A maioria dos estudantes t�m desejo de aprender como s�o os pa�ses desenvolvidos e  transformar o Brasil. Talvez seja um sonho, mas iremos tentar.”

Luís Felipe Simão considerou a estrutura e os laboratórios excelentes na Inglaterra, onde ficou um ano e aprimorou a fluência em inglês(foto: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)
Lu�s Felipe Sim�o considerou a estrutura e os laborat�rios excelentes na Inglaterra, onde ficou um ano e aprimorou a flu�ncia em ingl�s (foto: CRISTINA HORTA/EM/D.A PRESS)
O estudante do 5º per�odo de engenharia el�trica da UFMG Lu�s Felipe Sim�o, de 23, est� se adaptando � volta ao Brasil, depois de um ano na Universidade de Brigthon (Inglaterra). “Foi uma experi�ncia sensacional. A estrutura � excelente, laborat�rios �timos e ainda tive a oportunidade de fazer est�gio numa empresa que prestava servi�os para o Minist�rio da Defesa brit�nico”, conta.  “O interc�mbio abrir� muitas portas”, imagina.

SANDU�CHE

Terminam no dia 29 as chamadas para gradua��o-sandu�che do Ci�ncia sem Fronteiras no Reino Unido, B�lgica, Canad�, Holanda, Finl�ndia, Austr�lia, Nova Zel�ndia, Coreia do Sul, Espanha, EUA, Alemanha, Fran�a, It�lia, Su�cia, Noruega, Irlanda, China, Hungria, Jap�o e �ustria. A bolsa  custear� o aluno por at� 12 meses em tempo integral. Na China, a perman�ncia � de at� 24 meses. Mais informa��es no www.cienciasemfronteiras.gov.br.


ESTUDOS NO EXTERIOR

S�o Paulo envia mais e EUA recebem mais bolsistas

EXIG�NCIAS

» Ter nacionalidade brasileira

» Apresentar perfil de aluno de excel�ncia, baseado em bom desempenho acad�mico

» Ter cumprido no m�nimo 20% e no m�ximo 90% do curr�culo      previsto para seu curso no momento do in�cio da viagem de estudos

» Nota do Enem igual ou acima de 600, emteste feito a partir de 2009

» A inscri��o deve ser feita na institui��o de ensino superior do aluno

PRINCIPAIS ORIGENS        PRINCIPAIS DESTINOS

S�o Paulo.............8.493        Estados Unidos.....8.863
Minas Gerais.........6.725        Fran�a.................4.320
Rio de Janeiro.......3.448        Canad�................3.795
Rio Grande do Sul....3.441     Reino Unido............3.702
Paran�..................2.496        Austr�lia..............3.028


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