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Estado de Minas

Prova de ci�ncias humanas do Enem requer vis�o apurada e sem decoreba

Confira dicas de especialistas para se preparar para o exame e ir bem na hora H


postado em 23/09/2014 06:00 / atualizado em 23/09/2014 06:54

M�rcia Maria Cruz

Tomás Cardoso de Miranda (C) estuda com amigos: tempo gasto com leitura de jornais para se manter atualizado e dominar o conteúdo da prova (foto: Daniel Sotto Maior/Divulgação)
Tom�s Cardoso de Miranda (C) estuda com amigos: tempo gasto com leitura de jornais para se manter atualizado e dominar o conte�do da prova (foto: Daniel Sotto Maior/Divulga��o)

Um olho no que est� ocorrendo no mundo e outro no que se passa no Brasil. A prova de ci�ncias humanas do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) requer do estudante uma vis�o apurada sobre a sociedade a partir de conhecimentos de hist�ria, geografia e filosofia. Na terceira mat�ria sobre as �reas de compet�ncia da avalia��o mais importante do pa�s, o Estado de Minas mostra que nessa prova � preciso compreender a realidade a partir das rela��es que os indiv�duos estabelecem com o espa�o geogr�fico e com o meio ambiente, bem como os aspectos sociais das intera��es cotidianas.

Os professores Severina Sarah Lisboa e L�o Tiradentes, do Col�gio de Aplica��o – Coluni, em Vi�osa, na Zona da Mata, consideram que a geografia oferece conhecimentos b�sicos de cartografia e localiza��o espacial. No col�gio, o conte�do � trabalhado tamb�m em atividades extracurriculares, como a realiza��o de uma corrida de orienta��o. Por meio da pr�tica esportiva e l�dica, os alunos aplicam as no��es de cartografia. Realizada no campus da Universidade Federal de Vi�osa (UFV), onde o col�gio fica localizado, a corrida requer que os alunos usem mapas para se orientarem.

Severina explica que � importante que o conhecimento seja aplic�vel ao dia a dia. Para uma vis�o mais complexa da realidade, a escola trabalha os conte�dos de maneira interdisciplinar. “Os alunos antes de entrarem na representa��o do espa�o com mapas, aprendem sobre a forma do planeta Terra, como o movimento se realiza e as consequ�ncias”, diz.

O prop�sito � que o estudante se veja como um agente que modifica o espa�o geogr�fico e n�o apenas como um espectador. “� necess�rio que ele entenda a discuss�o em n�vel global, mas que consiga estabelecer rela��es com o n�vel local. Formamos para que sejam gestores do espa�o e mundo afora”, afirma Severina. Para quem pretende se dar bem nas provas, uma boa dica � deixar a decoreba de lado e investir em uma forma��o cr�tica.

Em outras palavras, a habilidade requerida na prova � avaliar e fazer correla��es dos fen�menos. “Se o clima est� muito seco � importante saber o porqu�. � resultado de um processo de desmatamento, da expans�o da urbaniza��o? O prop�sito � levar o aluno a pensar. Ter uma postura mais cr�tica frente �s dificuldades”, informa L�o Tiradentes.

INTERPRETA��O E RACIOC�NIO

A geografia � uma multici�ncia, o que faz com que esteja em interface com outros campos. “� uma ci�ncia humana voltada para compreens�o da sociedade atual”, pontua L�o. Cabe a esse campo do saber n�o s� compreender, mas tamb�m analisar as rela��es do homem com o espa�o geogr�fico, bem como suas transforma��es. Conhecimentos sobre relevo, clima, recursos naturais s�o necess�rios, mas sempre tendo em vista as rela��es que estabelecem entre si cada uma dessas vari�veis.

A prova pretende medir a capacidade de interpreta��o e racioc�nio dos candidatos. “Al�m de ser uma nova forma de o estudante entrar na universidade, o Enem pretende tamb�m promover uma reflex�o sobre as quest�es sociais”, pondera o coordenador do 3º ano do ensino m�dio do Col�gio Loyola e professor de hist�ria e geografia, Carlos Freitas. Uma das habilidades cobradas ao aluno � a capacidade de entender um contexto e fazer associa��es de tempo e espa�o. Nesse sentido, poder�o ser propostas quest�es que relacionem os protestos que ocorreram em junho do ano passado em mais de 100 cidades brasileiras com outros que tomaram as ruas em outros pa�ses e em outro tempo. “Pode ser pedido para o estudante falar do movimento social em junho, relacionando-o ao movimento social na Inglaterra do s�culo 19, como o Ludismo e Cartismo”. O Ludismo caracterizou-se por protestos que terminavam com a quebra de m�quinas nas f�bricas e o Cartismo constituiu-se como uma busca pelos direitos dos trabalhadores.

Tamb�m � importante ficar atento a algumas efem�rides, como os 50 anos do Golpe Militar completados em 31 de mar�o, os 60 anos do suic�dio do presidente Get�lio Vargas, em 24 de agosto de 1954, ou a Batalha da Normandia, em maior de 1944. Os avaliadores n�o querem medir se o aluno decorou essas datas, mas a capacidade que ele tem de entender as implica��es desses epis�dios.

As quest�es de atualidade tamb�m costumam ser bastante exploradas na prova do Enem. O movimento migrat�rio, por exemplo, com a vinda de haitianos para o Brasil � um tema que pode render uma pergunta. Outro assunto que se deve estar a par s�o as quest�es envolvendo o Oriente M�dio, como o conflito entre Israel e Palestina, guerra civil na S�ria e os protestos para abertura democr�tica de diversos pa�ses, que ficaram conhecidos como Primavera �rabe.

EXPERI�NCIAS Estudante do 3º ano do Col�gio de Aplica��o – Coluni, Yuri dos Santos Devaud, de 17 anos, far� o Enem pela segunda vez. No ano passado, ele fez como treineiro. A experi�ncia lhe dar� mais tranquilidade para tentar agora para valer. Em sua avalia��o, a prova de ci�ncias humanas n�o � conteudista. Ao contr�rio, busca a capacidade de interpreta��o e racioc�nio do candidato. “N�o tem que decorar quase nada”, diz. Como pretende cursar medicina, o Enem � o caminho para conseguir uma vaga nas universidades federais. Tamb�m participar� dos processos seletivos para as universidades estaduais de S�o Paulo, com USP e Unicamp.

Tom�s Cardoso de Miranda, de 15, tamb�m aluno do Coluni, procura ler jornais e revistas para manter-se informado. No entanto, n�o deixa de recorrer ao livro did�tico e � ajuda dos professores. “Fa�o exerc�cios de provas anteriores e procuro tirar as d�vidas na sala de aula.” O adolescente acredita que manter-se atualizado � uma das melhores formas para dominar o conte�do da prova de ci�ncias humanas do Enem.


DICAS DE PREPARA��O

1    
Manter-se atualizado sobre os movimentos sociais e pol�ticos do Brasil e do mundo. Como n�o foram tema do Enem 2013, as jornadas de junho poder�o ser abordadas na prova. � importante saber contextualiz�-las, entender por que n�o continuaram e, sim, arrefeceram.

2    Ficar atento aos problemas ambientais, como a quest�o clim�tica e o desmatamento. � importante se informar sobe as riquezas minerais, em especial o pr�-sal.

3    Elaborar um quadro, localizando no tempo fil�sofos e pensadores como Maquiavel, Rousseau, Marx e Durkheim.

4    Ficar atento a temas mais abrangentes, como �tica e moral; trabalho e religi�o

    NA HORA “H”

1    Ler com aten��o os enunciados e ficar atento ao que  a quest�o pede.

2    N�o emperrar em uma quest�o. Se voc� tem dificuldade com um tema, n�o perca tempo e passe para frente. Se tiver tempo, retome � quest�o.

3     Como a prova � de m�ltipla escolha, procure eliminar as respostas que voc� tem certeza que n�o s�o. Em geral, sobram duas que podem ser, o que lhe trar� mais chances de encontrar a resposta adequada.

4     Fique atento ao tipo de prova que est� fazendo (1, 2, 3). Cuidado ao repassar as respostas. Confirme se passou todas as respostas para a folha do gabarito.


Depoimento

ISADORA WERNECK
2º per�odo de direito da UFMG


“Eu estudava em col�gio integral, onde passava boa parte do dia, uma m�dia de 10 horas. Quando chegava em casa � noite, por volta das 19h, tirava um tempo para revisar a mat�ria. Fazia cursinho aos s�bados. No col�gio, tinha provas simuladas �s segundas, ent�o tamb�m estudava aos domingos. O Enem cobra muito conte�do. � muita mat�ria. Eu ficava doida. Ent�o tive que estabelecer prioridades. Dedicava menos tempo �s ci�ncias humanas, porque eram mat�rias que eu tinha mais facilidade para aprender. Fazia muitos exerc�cios da �rea de exatas, porque eu tinha mais dificuldade. Estudava no meu quarto, porque era mais silencioso. Ficava longe de televis�o e celular para conseguir me concentrar. Na �poca, deixei as festas um pouco de lado. Dava prioridade para as que ocorriam durante o dia, porque era importante reservar as noites para dormir bem.”


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