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Estado de Minas

Professor tem o dever de ser eterno aprendiz

Na miss�o de ensinar, professores enfrentam desafio de se manter atualizados e criar estrat�gias para despertar o interesse do aluno


postado em 11/10/2015 06:00 / atualizado em 11/10/2015 09:15

Para Mauro Araújo, é preciso 'desaprender para reaprender' e buscar técnicas que permitam que os alunos sejam protagonistas da educação(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Para Mauro Ara�jo, � preciso 'desaprender para reaprender' e buscar t�cnicas que permitam que os alunos sejam protagonistas da educa��o (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Em um momento, mestre. Em outro, aprendiz. Quem tem a miss�o de ensinar tem o desafio de se manter atualizado. Os professores precisam conduzir os alunos no processo de aprendizado, mas n�o podem abrir m�o do lugar de aprender, sob o risco de ficarem obsoletos. Forma��o continuada s�o palavras m�gicas para o l�xico dos docentes. O consultor em educa��o J�lio Furtado afirma que � preciso driblar dificuldades e que a capacita��o precisa ser um processo constante. “Tem dire��o de escola que diz que n�o tem recurso para formar os professores e que n�o tem audit�rio. Mas � algo que pode ser feito no cotidiano. A escola pode, por exemplo, abrir espa�o para que o professor consuma cultura”, diz.

A forma��o segue em tr�s frentes: cient�fica, pedag�gica e pessoal. Ao buscar a forma��o cient�fica, o professor faz a atualiza��o do conhecimento. Mais do que obter novos t�tulos, a pr�tica deve ser assumida cotidianamente. O professor deve se atualizar. “Ele tem que acompanhar as descobertas e novidades de sua �rea.” Isso pode ser feito no espa�o da pr�pria escola. “Na escola p�blica, j� s�o obrigat�rias horas para a forma��o. Boa parte da rede privada ainda precisa assumir essa responsabilidade”, diz. A possibilidade de o professor tirar um tempo para a prepara��o das aulas e atualiza��o � garantida na Lei do Piso, de 16 de julho de 2008. O consultor sugere que as escolas abram espa�o para a realiza��o de oficinas. A forma��o pessoal � fundamental para que o educador possa lidar com as demandas de turmas heterog�neas. “� um desafio lidar com 30 jovens ou 30 crian�as com expectativas e comportamentos muitas vezes diferentes daqueles para os quais o professor foi preparado quando foi formado.”

O aprendizado do professor n�o se constr�i a partir de um discurso. Cada professor � a s�ntese dos mestres que teve ao longo da vida. Em outras palavras, significa dizer que, para aprender novas pr�ticas de ensino, o professor precisa vivenci�-las e n�o apenas ouvir sobre elas. Se com os alunos o aprendizado se d� por meio da viv�ncia, com os mestres n�o � diferente. Para que tamb�m mudem a forma como d�o aula, precisam experienciar novas formas de lecionar. A forma��o pedag�gica encampa o desenvolvimento de novas pr�ticas. “Ficar de p� diante de uma crian�a e pedir sil�ncio � uma t�cnica fracassada em todo o mundo. Ficar parado, nessa situa��o, n�o � uma tarefa muito simples. � preciso que o professor aprenda novas t�cnicas mais interativas e participativas.”

Na vis�o do consultor, os novos tempos imp�em desafios � forma��o formal, que v�o  al�m dos processos de titula��o. Antes, o doutorado era visto como o �pice da forma��o de um profissional. No entanto, atualmente, o doutorado � s� o come�o. “N�o � o fim da escalada. Em cinco anos, � preciso fazer um p�s-doutorado”, pontua. Apesar dessa exig�ncia de um processo cont�nuo de forma��o, muitos professores ainda est�o apegados aos m�todos tradicionais de ensino. “O resultado � muito conflito e desgaste”, pontua.

DESAFIO O professor universit�rio Mauro Ara�jo, de 35, considera que � preciso tomar consci�ncia sobre os novos tempos para a doc�ncia. “O papel do professor mudou nos �ltimos anos. Antes, o professor era o foco do ensino. N�o � mais. Ele continua tendo responsabilidade no processo de forma��o do aluno, que n�o � mais coadjuvante. Temos as gera��es Y e Z nos bancos das escolas. Elas t�m que ser protagonistas e se sentir parte daquele todo.” Mauro pondera que � preciso desaprender para reaprender. “� preciso buscar novas t�cnicas para que permitam que o aluno se sinta protagonista.” O professor lembra que, nos bancos universit�rios, programas que democratizaram o acesso – como o ProUni e o Fies – contribu�ram para uma mudan�a do perfil discente. Os alunos t�m diferentes n�veis sociais e culturais, o que se apresenta como um desafio para o professor. “N�o adianta estar professor. Tem que ser professor, tem que amar lecionar. Motivar � manter o aluno desafiado em seu potencial”, defende.


Indicadores para corre��o de rotas

As avalia��es externas imp�em desafios aos professores. Os indicadores de educa��o mostram em que n�vel a educa��o no pa�s, estados e munic�pios se encontra e o que � preciso ser feito para que se alcance um ensino de qualidade. Um dos principais marcadores � o �ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Ideb), calculado com base no aprendizado dos alunos em portugu�s e matem�tica (Prova Brasil) e no fluxo escolar (taxa de aprova��o).“Ele indica se h� um resultado satisfat�rio de aprendizado e tamb�m as compet�ncias que precisam ser desenvolvidas”, diz o consultor em educa��o J�lio Furtado.

Outro marcador importante � o Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem). De acordo com o consultor, as avalia��es permitem aos professores fazerem uma corre��o de rota. Nesta semana, foi lan�ado o �ndice de Oportunidades da Educa��o Brasileira (Ioeb), que, a partir dos �ndices oficiais, possibilita a elabora��o de rankings e compara��es entre estados e munic�pios. Nesse �ndice, Minas Gerais ocupa o segundo lugar, com uma m�dia de 5.0, atr�s apenas de S�o Paulo.

A professora de l�ngua portuguesa da rede estadual e do Sesi Fabiana Borges, de 32 anos, ressalta que as avalia��es que mostram em que n�vel os alunos est�o permitem estabelecer planos para desenvolver as habilidades. Ela faz uma ressalva. Como os alunos nem sempre est�o dispostos a fazer as provas, os dados t�m que ser vistos com certa parcim�nia. “Em cima dos resultados podemos trabalhar as dificuldades dos alunos.” Principalmente na rede p�blica, ela aponta que o principal desafio � colocar em di�logo fam�lia e escola. Fabiana aguarda ser chamada em um concurso p�blico realizado em 2010, o que lhe dar� o direito de cursar um mestrado profissional ofertado pelo Estado.

 

 


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