
Igor Dias, professor do Centro Universit�rio UNA, mestre em administra��o pela Funda��o Jo�o Pinheiro, diz que um empreendimento pode ser constru�do durante o per�odo de forma��o. “Os alunos devem come�ar a testar suas ideias dentro da faculdade. H� oportunidades dentro das incubadoras, como a Inova, da UFMG, onde o estudante vai ter acesso � estrutura, receber assessoria e 'prototipar' ideias se for vi�vel ou n�o.”
H� tr�s caminhos. As incubadoras, as empresas tradicionais, com�rcio, consult�rios e escrit�rios e o neg�cio com base tecnol�gica, que s�o as famosas startups. Em qual apostar? No come�o, o mais importante � “conseguir testar ideias e correr poucos riscos. Recomendo para profissionais de outra �rea deixar de lado a ansiedade e ir com cautela. Nada de dar o passo maior que a perna. Muitos se preocupam demais com o capital, sem entender o modelo de neg�cio. Dinheiro na m�o, no in�cio, mais atrapalha do que ajuda”.
Igor explica que, antes, era essencial o plano de neg�cio, que n�o � simples de ser elaborado, demanda conhecimento espec�fico e pode ser muito complicado. H� outras ferramentas mais f�ceis, como o modelo de neg�cio ou “cambas”. “O fundamental � ter conhecimento sobre sua �rea de forma��o, domin�-la, ter estimativa de p�blico e de gastos e come�ar pequeno. O primordial � a m�o de obra, a presta��o de servi�o de qualidade, n�o � ter um escrit�rio 'gourmet'.”
O professor toma o advogado como bom personagem de sa�das alternativas. “Alugue um escrit�rio por hora. N�o ter custo f�sico no come�o � vantagem. Vale testar esse conceito. Ou ent�o, o coworking (escrit�rio compartilhado). A ideia de ter num mesmo espa�o profissionais de outras �reas, que podem demandar seu servi�o.” A sociedade seria uma outra dire��o para o iniciante? Igor enfatiza que o mais importante, nesse caso, � que os s�cios possam se complementar tanto no conhecimento quanto nas quest�es pr�ticas. � essencial a sinergia.
E dar o pr�ximo passo, num momento de crise, torna tudo mais complicado. Ao mesmo tempo, ele avisa que esta � uma fase “em que podem surgir boas oportunidades”. Mas, mesmo assim, “� bom come�ar com o p� no freio e trabalhar da forma mais enxuta e com menos custo poss�vel. Por que contratar uma secret�ria se h� servi�o terceirizado de atendimento virtual? Alugar sala se pode pagar por hora? E, se for o caso, por que n�o adotar o home office? Ser controlado para sobreviver em �poca de crise”.
SINERGIA Cl�udio Roberto Resende Camargos, de 30 anos, t�cnico em inform�tica gerencial, graduado em an�lise de desenvolvimento de sistemas pelo Cotemig e fazendo duas p�s-gradua��es em desenvolvimento de aplicativos m�veis e intelig�ncia de neg�cios, abriu sua primeira empresa em 2005, com foco no desenvolvimento de softwares para controle gerencial de igrejas, aos 20 anos. At� hoje, ele mant�m os clientes e est� no comando.
Empreendedor, trabalha em outros neg�cios em sociedade. O segredo? “Na primeira experi�ncia, a empresa era eu. Vendia e licenciava o sistema e cobrava pela manuten��o. Nas outras, precisei lidar com outras �reas, como financeira, fiscal e pessoas. Sei que � preciso dedica��o total ao neg�cio.
A empresa sempre vai para casa e continuo trabalhando. Tem de querer.” Quanto � sociedade, Cl�udio afirma que “o s�cio n�o pode ser ganancioso. � preciso dividir o fruto do trabalho, saber escutar conselhos e ouvir mais do que falar, dividir a situa��o da empresa, ter a comunica��o em dia. � necess�rio entrar em acordo sempre, caso contr�rio, n�o funcionar�”.
Vis�o estrat�gica
Augusto Tanure se formou em direito pela PUC Minas no fim de 2012 j� com o desejo de abrir seu escrit�rio de advocacia. No entanto, a pessoa com quem ele dividiria o trabalho desistiu. A sa�da foi adiar o sonho, entrar para um grande escrit�rio e ganhar bagagem profissional. O conhecimento tamb�m veio do Servi�o de Assist�ncia Judici�ria, programa de presta��o de servi�o � comunidade da universidade. “Atuei como estagi�rio, e a experi�ncia foi excelente, porque fiz um tour pelo direito, lidei com a��es na �rea civil, terra, a��o coletiva e direito de fam�lia. Sa� depois de formado, mas aprendi demais.”
Certo do que queria, Augusto foi � luta. “Se tivesse uma base de gest�o, administra��o, vendas, como se portar com o cliente, ajudaria demais. Tive de aprender na pr�tica e tudo � mais duro, complicado at� estabelecer o pre�o do servi�o, � a maior dificuldade.” Augusto avisa que marinheiros de primeiro viagem “tendem a se preocupar com o jur�dico e esquecer da gest�o, mas o escrit�rio � uma empresa, ent�o, tem de lidar com marketing, gest�o de pessoas, finan�as, tecnologia, o neg�cio em si”.
